domingo, 24 de outubro de 2010

Oportunidades de trapaça



Desde o início que os sinais se acumulam.  Mas hoje, se alguém ainda tivesse dúvidas, elas desfazer-se-iam com a leitura da entrevista ao Público de Luis Capucha, director da Agência Nacional para a Qualificação, responsável, como já adivinharam, pela "Iniciativa Novas Oportunidades" (INO).

Se os caros leitores não são atreitos a regurgitamentos e possuem uma razoável tolerância à desfaçatez, recomendo vivamente a sua leitura. Para aqueles que têm pouco tempo ou estômagos sensíveis, transcrevo apenas um pequeno excerto:

P: Não se qualificam pessoas para ficar bem nas estatísticas, como dizem alguns críticos?
R: Que mal é que existe em o país ter uma boa imagem? Essas pessoas preferiam que apenas 20 por cento dos adultos activos possuíssem o ensino secundário? Essa era a imagem do país.
P: Nessa crítica está implícita a rapidez com que todo este processo é feito
R: O que há a criticar é não ter sido feito antes. Foi feito com rapidez, mas nestas coisas da educação é preciso agir com rapidez. A grande diferença é que as medidas que constam da INO foram tomadas como prioridades pelo Governo e foram associados meios para atingir estes resultados. Os centros RVCC já existiam, assim como o ensino profissional, a formação de adultos... Porque é que não produziam resultados? Porque faltava a prioridade política, os meios e a massa crítica. Com aquele ritmo levaríamos 60 anos, neste momento, são precisos menos de dez anos para convergir com a Europa. Há movimentos que ocorrem numa grande velocidade.
P: Nessa velocidade não se perde qualidade?
R: O primeiro pilar da qualidade é a quantidade. Digo-o com toda a convicção.(...)

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