segunda-feira, 18 de abril de 2011

Falácias a esmo


A imagem acima, retirada do site do Jornal de Negócios de hoje cerca das 12:50, retrata duas das formas clássicas de tentar passar por verdade duas falácias frequentemente invocadas:
  1. "Justificar" a continuação de uma iniciativa pelo simples facto de já se ter gasto uma quantia nessa mesma iniciativa. Repare-se que o facto de eu gastar 1 milhão à procura de petróleo no meu quintal não pode justificar, por esse simples facto, que gaste ainda mais dez milhões nessa mesma actividade se o "valor esperado" da diferença entre receitas totais e custos totais for negativo. Isto é, mesmo que haja esperança de encontrar petróleo no meu quintal, a sua quantidade pode ser demasiado pequena para recuperar o "investimento" realizado;
  2. A segunda falácia, realçado a vermelho, falsamente veicula que o facto de o país "perder" subsídios por não avançar com uma qualquer iniciativa é um mal em si mesmo. Não é! Só o seria se esses fundos, por si só, permitissem financiar integralmente a iniciativa e se, mais uma vez, o valor esperado da "exploração" do investimento (quando a obra/iniciativa fosse concluída e se iniciasse a sua utilização) fosse positivo. Caso esse valor seja negativo, seria um erro avançar com o investimento.
E aqui estão duas falácias que explicam a nossa desgraça dos últimos 15 anos: apesar de sermos dos países com maiores taxas de investimento, a reprodutividade do mesmo tem sido miserável sendo esta uma das principais razões que explica o descalabro em que estamos.

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