terça-feira, 1 de novembro de 2011

A suprema hipocrisia do imperialismo

"America doesn't have friends, America only has interests" - Henry Kissinger
«(...) Por inúmeras razões estratégicas e históricas, nenhum governo americano interveio militarmente em países como a Argélia, Jordânia, Iémen em defesa dos direitos humanos. Na Arábia Saudita, um aliado de longa data dos EUA, os homossexuais, os apóstatas e traficantes de drogas podem ser condenados à morte, às vezes por decapitação. Em casos extremos, o corpo do condenado é crucificado em público. E no entanto, o mesmo governo dos EUA que proporciona um apoio inabalável ao reino saudita liderou, nos bastidores, uma intervenção na Líbia para impedir um suposto massacre em Benghazi. No vizinho Egipto, entretanto, o governo dos EUA, durante 29 anos, incensou o ex-presidente Hosni Mubarak com elogios, apesar do seu recurso generalizado à tortura e à repressão sistemática de presos políticos. Washington também continua a apoiar e armar o regime no Bahrein que, deliberadamente, mata manifestantes desarmados e oprime seu povo.

Promover os direitos humanos na Líbia ao mesmo tempo que se apoia algumas das tiranias mais abomináveis ​​do mundo pode reflectir as preferências geopolíticas da América, mas mais não faz que parodiar o discurso da defesa dos direitos humanos revelando uma discrepância enorme entre o que a América pretende estar a fazer e o que realmente faz. Por mais que Obama e os seus defensores pretendam pavonear-se promovendo o seu triunfo sobre Muammar Kadhafi, os povos do Médio Oriente e em todo o mundo estão bem conscientes dessa discrepância. Tais políticas não só são abomináveis, mas também prejudiciais a longo prazo para os os interesses dos Estados Unidos (...)»

Of Qaddafi and Kim Kardashian, por Malou Innocent (tradução minha)

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