sábado, 30 de julho de 2011

Se os números são maus, mudem-se os números!

Não é a primeira vez que me socorro do gráfico abaixo, disponível em http://www.shadowstats.com, para ilustrar a pusilanimidade dos governos relativamente à verdade. A linha vermelha revela a trajectória do índice oficial de preços ao consumidor (Consumer Price Index) nos EUA. A azul está representada a trajectória do índice de preços "sombra" ("shadow") se não se considerarem as alterações entretanto ocorridas ao método de cálculo do CPI (que remontam a Nixon, a Carter, a Reagan, etc.). Note-secomo a divergência entre as duas linhas se vai acentuando ao longo do tempo.


Por um momento pode haver a tentação de desconsiderar esta questão como mera bizantinice. Mas se nos lembrarmos que o índice de preços ao consumidor está directamente ligado com o poder aquisitivo dos salários e das pensões...

É por isso com alarme, agora que até o banco central americano reconhece que a inflação é um problema, que se recebe a notícia de que se prepara uma nova revisão, agora na administração Obama, do método de cálculo de índice de preços ao consumidor. É este o tema desta notícia do LibreMercado cuja leitura recomendo.

O Compromisso de Obama

"Aquecimento global" em maus lençóis

Na Forbes, New NASA Data Blow Gaping Hole In Global Warming Alarmism:
NASA satellite data from the years 2000 through 2011 show the Earth's atmosphere is allowing far more heat to be released into space than alarmist computer models have predicted, reports a new study in the peer-reviewed science journal Remote Sensing. The study indicates far less future global warming will occur than United Nations computer models have predicted, and supports prior studies indicating increases in atmospheric carbon dioxide trap far less heat than alarmists have claimed.

Study co-author Dr. Roy Spencer, a principal research scientist at the University of Alabama in Huntsville and U.S. Science Team Leader for the Advanced Microwave Scanning Radiometer flying on NASA's Aqua satellite, reports that real-world data from NASA's Terra satellite contradict multiple assumptions fed into alarmist computer models.

"The satellite observations suggest there is much more energy lost to space during and after warming than the climate models show," Spencer said in a July 26 University of Alabama press release. "There is a huge discrepancy between the data and the forecasts that is especially big over the oceans."

In addition to finding that far less heat is being trapped than alarmist computer models have predicted, the NASA satellite data show the atmosphere begins shedding heat into space long before United Nations computer models predicted.

A infâmia travestida de ciência (3)

Via WUWT, Roger Pielke Sr. selecciona do artigo Tracing the upper ocean’s ‘missing heat’, de Caroline Katsman e Geert Jan van Oldenborgh, a seguinte passagem:
Observations of the sea water temperature show that the upper ocean has not warmed since 2003. This is remarkable as it is expected the ocean would store that the lion’s share of the extra heat retained by the Earth due to the increased concentrations of greenhouse gases. The observation that the upper 700 meter of the world ocean have not warmed for the last eight years gives rise to two fundamental questions:
  1. What is the probability that the upper ocean does not warm for eight years as greenhouse gas concentrations continue to rise?
  2. As the heat has not been not stored in the upper ocean over the last eight years, where did it go instead?
These question cannot be answered using observations alone, as the available time series are too short and the data not accurate enough. We therefore used climate model output generated in the ESSENCE project, a collaboration of KNMI and Utrecht University that generated 17 simulations of the climate with the ECHAM5/MPI-OM model to sample the natural variability of the climate system. When compared to the available observations, the model describes the ocean temperature rise and variability well.”
Incrível como num paper, previamente sujeito a peer review, se escreve semelhante coisa! Como os dados existentes não permitem formular uma explicação para a "falta de calor", constrói-se um modelo para explicar essa ausência mesmo sem dados para tal!

Este mesmo trecho mereceu também a atenção no blogue Coyote:
This is not just a climate problem. The White House studies on the effects of the stimulus were absolutely identical. They had a hypothesis that government deficit spening would increase total economic activity. After they spent the money, how did they claim success? Did they measure changes to economic activity through observational data? No, they had a model that was programmed with the hypothesis that government spending increased job creation, ran the model, and pulled a number out that said, surprise, the stimulus created millions of jobs (despite falling employment). And the press reported it like it was a real number.

Palavras sensatas (3)

Pacheco Pereira, hoje, no Público:
A única salvação da UE é andar para trás, e não acelerar para a frente. É voltar, se ainda é possível, a um terreno mais sólido de equilíbrio e igualdade nacional, garantindo que todos os países possam ver os seus interesses nacionais vitais desprotegidos, abandonar a retórica do upgrade europeu (que agora calha bem para os países pobres que estão do lado do receber, se houver federalismo orçamental) e explorar os modelos de consenso que funcionaram bem até à década de 90, mas que se esfacelaram na engenharia política europeísta.

À atenção dos ambientalistas neo-malthusianos

Tendo lido isto, confesso que com alguma surpresa, no blogue Cousas Liberaes, recordei-me deste artigo de George Reisman (excerto abaixo) que explica não haver qualquer razão para alarmismos, nas próximas centenas de milhões de anos, quanto à exaustão dos recursos naturais na Terra. Julian Simon já tinha explicado isso há muito tempo aos eco-alarmistas do "género" Paul Ehrlich.
Disponível, à borla, aqui.
The supply of economically usable natural resources is always only a small fraction of the overall supply of natural resources provided by nature. With the exception of natural gas, even now, after more than two centuries of rapid economic progress, the total of the supply of minerals mined by man each year amounts to substantially less than 25 cubic miles. This is a rate that could be sustained for the next 100 million years before it amounted to something approaching 1 percent of the supply represented by the earth. (These estimates follow from such facts as that the total annual global production of oil, iron, coal, and aluminum can be respectively fitted into spaces of 1.15, 0.14, 0.5, and 0.04 cubic miles, based on the number of units produced and the quantity that fits into one cubic meter. Natural gas production amounts to more than 600 cubic miles, but reduces to 1.1 cubic miles when liquefied.) Along the same lines, the entire supply of energy produced by the human race in a year is still far less than that generated by a single hurricane.

In view of such facts, it should not be surprising that the supply of economically usable natural resources is not something that is fixed and given and that man's economic activities deplete. To the contrary, it is not only a very small fraction of the supply of natural resources provided by nature but a fraction that is capable of substantial enlargement for a considerable time to come. Mining operations could be carried on at 100 times their present scale for a million years and still claim less than 1 percent of the earth.

Epifania aos 70 anos

Manuel Villaverde Cabral, em entrevista ao i:

«O socialismo é um clientelismo de Estado! Levei 70 anos a descobrir. Claro que isto é soft, evidentemente, somos livres, podemos dizer mal do governo, não serve para nada mas podemos, e isso é fundamental. Mas com Guterres e depois com Sócrates, já não para não falar dos Coelhos (esse saltitar do governo para as empresas… Coelhos é o que cá mais temos) chegou-se ao ponto em que no país o Estado, que quer dizer muitas vezes o governo, que não quer dizer outra coisa senão o partido do governo, que é o Partido Socialista que governou em 13 dos últimos 16 anos. Um Estado que controla directamente mais de 50% do PIB e indirectamente controla, com as golden-shares, com essas coisas todas, as participações, a EDP, nomeia, decide, compra, vende, etc., 80% do PIB. O Estado manda em 80%. E depois ficam 20% de pequenas e médias empresas exangues, porque não há crédito para elas. Depois há os bancos, que eram credores dos Estado, aconteceu-lhes que quando o devedor deve 100 está tramado, quando deve 100 mil, quem se trama é o credor. Estou a pensar, em particular, no BES. O BES é uma entidade política. Foi o senhor dr. Ricardo Salgado que mandou vir o FMI. Nessa quarta-feira de manhã, os bancos disseram: “É a última vez que a gente empresta e só emprestamos se chamarem o FMI”. E foi assim que o Teixeira dos Santos chamou o FMI, o outro [José Sócrates] mandou-se ao ar, atirou com o telemóvel.»

Léo Ferré - Avec le temps


Letra:

Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
On oublie le visage et l'on oublie la voix
Le coeur, quand ça bat plus, c'est pas la peine d'aller
Chercher plus loin, faut laisser faire et c'est très bien

Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
L'autre qu'on adorait, qu'on cherchait sous la pluie
L'autre qu'on devinait au détour d'un regard
Entre les mots, entre les lignes et sous le fard
D'un serment maquillé qui s'en va faire sa nuit
Avec le temps tout s'évanouit

Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
Même les plus chouettes souvenirs, ça, t'as une de ces gueules
A la gallerie j'farfouille dans les rayons d'la mort
Le samedi soir quand la tendresse s'en va toute seule

Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
L'autre à qui l'on croyait pour un rhume, pour un rien
L'autre à qui l'on donnait du vent et des bijoux
Pour qui l'on eût vendu son âme pour quelques sous
Devant quoi l'on s'traînait comme traînent les chiens
Avec le temps, va, tout va bien

Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
On oublie les passions et l'on oublie les voix
Qui vous disaient tout bas les mots des pauvres gens
Ne rentre pas trop tard, surtout ne prends pas froid

Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
Et l'on se sent blanchi comme un cheval fourbu
Et l'on se sent glacé dans un lit de hasard
Et l'on se sent tout seul peut-être mais peinard
Et l'on se sent floué par les années perdues, alors vraiment
Avec le temps on n'aime plus

Do Monte Rushmore a outro monte: Debtmore


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Jacques Brel - La Chanson des Vieux Amants


Letra:

Bien sûr, nous eûmes des orages
Vingt ans d'amour, c'est l'amour fol
Mille fois tu pris ton bagage
Mille fois je pris mon envol
Et chaque meuble se souvient
Dans cette chambre sans berceau
Des éclats des vieilles tempêtes
Plus rien ne ressemblait à rien
Tu avais perdu le goût de l'eau
Et moi celui de la conquête

{Refrain:}
Mais mon amour
Mon doux mon tendre mon merveilleux amour
De l'aube claire jusqu'à la fin du jour
Je t'aime encore tu sais je t'aime

Moi, je sais tous tes sortilèges
Tu sais tous mes envoûtements
Tu m'as gardé de pièges en pièges
Je t'ai perdue de temps en temps
Bien sûr tu pris quelques amants
Il fallait bien passer le temps
Il faut bien que le corps exulte
Finalement finalement
Il nous fallut bien du talent
Pour être vieux sans être adultes

{Refrain}

Oh, mon amour
Mon doux mon tendre mon merveilleux amour
De l'aube claire jusqu'à la fin du jour
Je t'aime encore, tu sais, je t'aime

Et plus le temps nous fait cortège
Et plus le temps nous fait tourment
Mais n'est-ce pas le pire piège
Que vivre en paix pour des amants
Bien sûr tu pleures un peu moins tôt
Je me déchire un peu plus tard
Nous protégeons moins nos mystères
On laisse moins faire le hasard
On se méfie du fil de l'eau
Mais c'est toujours la tendre guerre

{Refrain}

Oh, mon amour...
Mon doux mon tendre mon merveilleux amour
De l'aube claire jusqu'à la fin du jour
Je t'aime encore tu sais je t'aime

Não é um erro, é uma funcionalidade


As mais recentes (e tristes) estórias sobre a CGD apenas vêm reconfirmar a justeza do ponto de vista daqueles, em que o autor do blogue se inclui, que defendem a integral privatização da Caixa Geral de Depósitos. Inadmissíveis promiscuidades entre a política partidária e as empresas para além do conúbio regulador-regulado. É sobres estes aspectos que levam Steven Horowitz a pronunciar-se indo à raíz do problema:
Despite the hopes of those who think this can be solved (...) by better ethics laws or hiring "better" regulators, the revolving door that leads to capture is not a "bug" but a feature - the private sector benefits from being regulated and will always push to be at the table and influence the process.

The problem is not regulatory or ethical, but institutional. If you want to change the pattern of outcomes, change the rules. The only possible way to end the corporate control over the state is to reduce the state's sphere of influence down to as little as possible and ideally nothing. As long as there's the dead animal of the state (really: the citizenry) to feed on, the vultures of the private sector will keep showing up to get their share.

A infâmia travestida de ciência (2)

O Senador John Thune, Republicano, eleito pelo Dakota do Sul, é um estrénuo defensor da energia eólica e do etanol. É mera coincidência, evidentemente, que o Dakota do Sul  seja um dos estados maiores produtores de milho e com ventos persistentes. John Thune manteve a esperança que um "compromisso" relativamente ao etanol pudesse ser alcançado no autêntico circo que tem sido o debate à volta dos limites de endividamento. Entretanto, perdeu-a, como decorre das suas palavras:
“There was a time when ethanol was very much viewed favorably by people who didn’t represent ethanol-producing states,” Thune said. “It was viewed as the fuel of the future.”

Thune blamed oil companies for working to build up opposition to ethanol, which now spans from environmentalists to food companies to cattle ranchers to, well, oil companies.

The arguments against ethanol are largely unsupported by facts, Thune said, but people have made up their minds. “People have formed their opinions, and it’s really hard to reverse them,” he said.

“A lot of people out there have been spreading misinformation on this for a long time.”
Portanto, de acordo com Thune, a poderosa indústria petrolífera conseguiu até fazer com que os ambientalistas se opusessem ao "combustível do futuro", vulgo etanol. Como escreve Brian McGraw, "What’s more likely is that as time passed and the evidence came in it became clear that the few minor upsides to ethanol are widely outweighed by the negatives of government support for the industry."

Certa juventude a cair da tripeça

JS condena fusão do IPJ com Instituto do Desporto

O líder da JS, Pedro Alves, defendeu hoje que a opção "desequilibrada" de fundir os institutos e entidades ligadas à juventude e ao desporto representa uma "menorização da preocupação da política com a juventude".
"Temos uma dupla incógnita, de como é que isso se faz e depois como é que isso não menoriza de forma irreversível esta opção de ter a política de juventude como transversal e da política do Governo", afirmou.

Como um corte na despesa é de facto um aumento (2)

O quadro abaixo é o reflexo da diferença (?) entre as propostas orçamentais de Obama e dos Republicanos (a vermelho escuro) e consequente evolução da dívida pública líquida. O folhetim a  que vimos assistindo está a chegar ao fim. Os problemas orçamentais dos americanos é que não. À atenção daqueles que detêm dívida pública yankee...

O novo crime de “feminicídio”

Extraordinário o avanço civilizacional pelas terras mexicanas! Não obstante, e mesmo admitindo que há assassínios que são mais assassínios que outros - o que resultou desta nova tipificação criminal -, diria que talvez fosse mais proveitoso, na contabilidade mórbida, que o legislador mexicano se preocupasse antes em prevenir ou, no mínimo, minorar as mais de 40 mil mortes que a "guerra às drogas" trouxe ao país nos últimos 5 anos (desde que Felipe Calderon chegou à presidência).

O milagre da divisão internacional do trabalho

está bem ilustrado neste pequeno video que conta a odisseia por que passou o palestrante ao tentar construir uma torradeira contando exclusivamente com as "próprias forças". Brilhante e divertido!

A infâmia travestida de ciência

No i: Falar ao telemóvel não provoca tumor cerebral. Ou mais um exemplo do alarmismo e do seu  eventual "arrefecimento", da ciência (ou falta dela) veiculada pelos "estudos", o malfadado "princípio da precaução" e muitos jornalistas que envergonham o significado da profissão ao veicular, acefalamente e sem contraditório, "notícias" fabricadas:

Felizmente, agora, podemos estar descansados...
Afinal falar ao telemóvel não provoca tumor cerebral. A conclusão é de um estudo realizado por grupo de investigadores [Bouce e Taron] do Instituto Suíço de Saúde Pública
O que devia ser desenvolvido é tratado assim (até na sintaxe...):
Esta investigação veio contradizer o alerta lançado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre esta matéria. Bouce e Taron reforçam que é sinal de que existem poucas provas científicas neste campo.
Mesmo existindo poucas provas (alguma?) científicas, há razões para estar preocupado pois, desde logo, supostamente, é a "comunidade científica" que, mesmo sem provas, está preocupada.
No entanto, a comunidade científica mostra-se preocupada com a emissão de radiações no cérebro das crianças, nos primeiros anos de vida, visto o sistema nervoso, nesta altura, estar mais vulnerável.
E é assim, na base de mera especulação, sem qualquer tipo de verdade científica que entra em acção o infame "princípio da precaução" ("precautionary principle") segundo o qual, como definido na "cimeira da Terra", no Rio de Janeiro, em 1992,
mesmo na ausência da certeza científica formal, isto é, na ausência de consenso científico, a existência de um risco potencialmente causador de um dano sério ou irreversível requer a implementação de medidas que possam prevenir este dano, sendo que caberá aos que manifestam cepticismo quanto à real existência desse risco o ónus de provar que esse risco não existe.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Compreender a Grande Depressão de 1929

continua a ser uma necessidade imperiosa. Permanecem, até hoje, diversas interpretações, algumas totalmente opostas entre si, do que sucedeu então, das razões que presidiram à sua emergência e, sobretudo, à sua longa duração. O leitor poderá questionar-se do interesse do tema, para além da História, para os dias que correm. A meu ver, é enorme. São as interpretações que persistem até hoje do que então se passou que levam uns a propor os "remédios" de Franklin D. Roosevelt e outros a evitar esses mesmos "remédios" a todo o custo. Afinal, é um problema também de hoje!

Esta entrevista de Hayek, concedida na sequência da atribuição do prémio Nobel da Economia, em 1974, explica o ponto de vista "austríaco" do que então se passou. Para além da sua leitura, que o autor deste blogue vivamente aconselha, a cópia disponibilizada permite ver os sublinhados e comentários que o grande Murray Rothbard, pelo seu próprio punho, fez sobre a entrevista de Hayek.

O despudor dos bloquistas

Luís Fazenda, na SIC-N, pela enésima vez, defende que é naturalmente preferível o desemprego ao trabalho "precário". Caramba, já nem em Cuba!

Do dólar ao dólar-banana já não falta muito


Via Zerohedge

Leitura complementar: mil imagens valem apenas uma palavra

Joe Cocker - Unchain My Heart

Aguardemos então

Vítor Gaspar:
Funções do Estado vão sofrer "alterações profundas" 
Governo aprova corte de 10% nos gastos do Estado
Gato escaldado de água fria tem medo mas... admitamos o benefício da dúvida. Pelo menos, ao nível do discurso, trata-se de um raciocínio articulado. Aguardemos.

Feliz aniversário!

O sistema operativo MS-DOS faz hoje 30 anos. Com ele veio a revolução.

O regresso da doutrina Brejnev?

Por Luís Menezes Leitão, no Albergue Espanhol.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Como um corte na despesa é na realidade um aumento

Suponhamos um dado país cuja evolução da despesa pública nos últimos anos seja tal que se estima que, caso essa tendência continue, o resultado seja, entre 2011 e 2020, o espelhado no Cenário A; suponhamos agora que o partido Democrata se propõe "cortar" na despesa pública na forma espelhada no Cenário D; por sua vez, o partido Republicano, da suposta linha "dura", contrapõe o Cenário C. Quer num quer noutro caso é verdade que a despesa total ao longo do período é menor que no Cenário A, mas o facto é que, nos dois casos, não houve corte algum. Houve sim um aumento, como se pode observar comparando com o Cenário B que corresponderia simplesmente a um congelamento da despesa ao nível de 2011.


É desta aritmética simples que se compõe o folhetim Obama vs Congresso. Os Democratas pretendem aumentos reais de impostos e dizem que "cortam" a despesa aumentando-a; já os Republicanos, bem na esteira de Bush, apesar de toda a retórica antidespesista, também pretendem aumentar a despesa embora, é certo, menos que os Democratas.

Rand Paul, senador pelo Kentucky, um dos campeões da plataforma do Tea Party é dos poucos que pretendem reduzir, a sério, a despesa. Para o "jornal da Bárbara" é um dos "loucos fundamentalistas"...

Do jornal da Bárbara e do seu rigor e isenção

Numa das peças dos editorial de hoje do Público, não assinado como é costume e, portanto, comprometendo todo o jornal, escreve-se:

[N]ão é preciso ser europeu para viver em negação da realidade e poder desencadear uma crise económica por causa de um preconceito político. Se do lado de cá do Atlântico os eleitores e os governos de centro-direita se deixam enredar pelo canto xenófobo e anti-europeísta do populismo, do lá de lá do oceano a direita "normal" (os republicanos "clássicos") está refém de uma minoria de loucos fundamentalistas, os congressistas que foram eleitos nas hostes republicanas pelo movimento Tea Party. Dos dois lados do Atlântico, uma parte da classe política entrou em incumprimento. Perdeu o sentido das prioridades e tornou-se prisioneira do preconceito.
Ou seja, o facto de alguém se atrever a questionar que a torneira do dinheiro fácil e inesgotável continue aberta e assim se poder eternizar a bebedeira de crédito (com taxas de juro negativas se possível) é um preconceito. Não há pachorra para tamanha imbecilidade iliteracia.

A quem julgava que "Atlas Shrugged"(*) era mera ficção

Via SPPI blog:
Leaning against a wall during a recent Birmingham, Alabama, public hearing, Bryant listened to an overflow crowd pepper federal officials with concerns about businesses polluting the drinking water and causing cases of cancer.
After two hours, Bryant—a coal mine owner from Jasper—had heard enough and, in a moment being described as right out of Atlas Shrugged,” took his turn at the microphone:
“Nearly every day without fail…men stream to these [mining] operations looking for work in Walker County. They can’t pay their mortgage. They can’t pay their car notes. They can’t feed their families. They don’t have health insurance. And as I stand here today, I just…you know…what’s the use? I got a permit to open up an underground coal mine that would employ probably 125 people. They’d be paid wages from $50,000 to $150,000 a year. We would consume probably $50 million to $60 million in consumables a year, putting more men to work. And my only idea today is to go home. What’s the use? I see these guys—I see them with tears in their eyes—looking for work. And if there’s so much opposition to these guys making a living, I feel like there’s no need in me putting out the effort to provide work for them. So…basically what I’ve decided is not to open the mine. I’m just quitting. Thank you.”
(*) - O romance mais famoso de Ayn Rand, escrito em 1957, embora eu, em particular, prefira "The Fountainhead". Tanto quanto julgo saber, o livro não foi ainda traduzido para português europeu embora tenha saído, não há muito tempo, uma tradução em português do Brasil sob o título "A Revolta de Atlas". Este foi também o títlulo adoptado numa tradução francesa recente (2009) que está disponível, de borla, aqui (link lento). Note-se que o livro não está a ser comercializado na amazon.fr, o que terá, certamente, o seu significado para a França bonapartista que bem conhecemos.

Só será novidade para os distraídos (act.)

Roubini diz que Irlanda e Portugal estão insolventes

Schaüble: É preciso prevenir a saída "incontrolável" de países do euro

terça-feira, 26 de julho de 2011

Porquê o ódio dos governos ao ouro?

Já o escrevi um par de vezes: este blogue não épretende aconselhar quem quer que seja no que respeita a aplicações de poupanças. Só posso dizer que, podendo, ainda seria no ouro que apostaria.

Desmentindo a retórica de Obama

Obama e os Democratas pretendem fazer crer que ou o limite de endividamento público é aumentado ou a catástrofe financeira se abaterá sobre a América. Christine Lagarde, a nóvel chefe do FMI, amplifica a narrativa antevendo uma crise mundial de proporções épicas. O Juíz Andrew Napolitano desmonta esta retórica recorrendo a factos históricos recentes:

Estado social, escolha não livre e descalabro ético

Através de um oportuno post do Reitor que, diga-se, subscrevo integralmente, fui ler o artigo da Kátia Catulo no i - "Pais que procuram a melhor educação para os filhos só podem ser trafulhas".

O artigo elenca os subterfúgios e ilegalidades que muitos dos pais praticam pelo inominável "crime" de apenas pretenderem escolher a melhor escola possível para os seus filhos. Que crime, esse! Crime, sim, à luz daqueles que acham que a escola, cada escola, seria um local paradisíaco caso se dispusesse de dinheiro sem qualquer tipo de restrições e, melhor ainda, nem alunos houvesse. Tal qual o hospital X, ou o Centro de Saúde Y, conhecidos pelo miserável serviço que proporcionam que encontraram forma de ter uma "reserva" de actuação independentemente da qualidade do serviço prestado.

Não vivemos num estado de Direito. Vivemos sim num estado onde a lei é atribiliária e sufocante e visa, antes de mais, cercear a liberdade de contratar e de escolher, em nome de uma suposta "protecção" dos mais desfavorecidos. Pouco importa que os mais desfavorecidos sejam exactamente aqueles que mais perdem com esta presença obsessiva do Estado. O Estado "social" o que verdadeiramente pretende é manter os pobres, pobres e os ricos, ricos fazendo desaparecer a classe média. Big Government = Big Business e, se dúvidas houvesse, bastará ver quem está por detrás da gestão dos food stamps americanos: nada mais nada menos que o JP Morgan.

Da "regulação"/proibição do álcool ao tabaco ou à droga; da não escolha da escola ou do hospital; das inúmeras licenças necessárias para começar o mais simples negócio; da "protecção" ao consumidor traduzida na necessidade de atender às múltiplas disposições legais que a única coisa que fazem é tornar os produtos  ou serviços mais caros ou, então, promover a economia subterrânea;  da proibição da venda leite cru, ou da exposição de queijos em estantes de madeira (entretanto abandonada) ou do abate de animais na praça, tudo se pretende "regular", sem benefício algum à excepção daqueles que directa ou indirectamente são beneficiários de tais regras. Falo dos maus estabelecimentos, dos maus produtos e dos maus profissionais.

Mais Obamanomics (7)

A propósito do "debate" sobre o limite de endividamento, hoje, no Zerohege, recorda-se uma pergunta que mantém toda a actualidade sobre a táctica orçamental da presidência de Obama:
"Why, one wonders, not ‘save’ $5 trillion by proposing to spend that amount to cover the moon with yogurt and then cancelling the proposal?” -George Will, Washington Post, 12 de Março de 2009

Uma solução para a dívida soberana: o roubo legalizado

Em 1933-1934, Franklin Delano Roosevelt (FDR), um mês após o seu discurso inaugural,e invocando uma "emergência nacional", impôs a todos os americanos, sob a ameaça de pena de prisão que podia ir até aos 10 anos, a entrega ao Estado de todo o ouro na posse de particulares sob a forma de moedas, lingotes ou certificados. Em Janeiro de 1934, chegou a vez de serem os bancos que compunham a Reserva Federal a entregar o ouro que detinham. Concomitantemente, FDR decreta uma desvalorização do dólar de 41% o que significou que todas as dívidas, a começar pelo maior devedor - o Estado americano -, foram reduzidas de 41%!

Hoje, este mecanismo já não poderia ser usado pois desde 1971 que deixou de haver qualquer ligação entre o dólar e o ouro. O grande mecanismo de redução da dívida, dita soberana, é a desvalorização da moeda através do "milagre" da sua multiplicação. A Fed não tem feito outra coisa. O BCE, ainda que em menor escala, também. O resultado final será, provavelmente, o mesmo. A história de patos que se segue explica bem o mecanismo:

segunda-feira, 25 de julho de 2011

The Science of Human Action

Palestra de abertura da Mises University de 2011, pelo grande Hans-Hermann Hoppe. Magistral.

Incompreensível

a defesa que muitos fazem da imposição legal de quotas seja por género, raça, credo, orientação sexual ou o que quer que seja. Os(As) beneficiário(a)s das quotas sofrerão sempre perante si mesmos e perante os outros o estigma de terem sido escolhidos para este ou aquele lugar, para entrar numa profissão, numa universidade ou num conselho de administração, por razões que nada têm a ver com o mérito pessoal. Trata-se, pura e simplesmente, de intolerável engenharia social imposta pela força do Estado.

Da docência ao campo de batalha

é o título da entrevista do El Pais a Álvaro Santos Pereira:
En una de las paredes del amplio despacho del ministro está colgado un calendario detallado, semana a semana, de las medidas que el Gobierno tiene que aplicar en cumplimiento del programa de ajuste pactado con los prestamistas internacionales. Junto a cada medida hay un adhesivo rojo o verde. La revisión de todos los grandes proyectos de obras públicas puede significar la pérdida de fondos comunitarios y abrir contenciosos con Gobiernos y empresas. Es el caso del tren de alta velocidad entre Madrid y Lisboa, al que Portugal se comprometió en las dos últimas cumbres bilaterales con España. ¿No es irresponsable anunciar la suspensión? "Lo irresponsable es hacer un proyecto con premisas totalmente fuera de la realidad. Eso es no tener respeto por el dinero de los contribuyentes. En este momento lo suspendemos para reevaluarlo, y así se lo he dicho al ministro Blanco".

Pero, ¿cree el ministro que es necesario un AVE entre Lisboa y Madrid? "Creo que es muy importante que Portugal y España se empeñen en un proyecto que es fundamental para los dos países, y que es la construcción de una línea de mercancías transfronteriza hacia Europa de ancho mixto". Le comento que el Gobierno español es un gran defensor de la alta velocidad, "está bien", dice escuetamente Santos Pereira, "mi posición también es muy clara. Soy un defensor de una línea de mercancías que haga nuestras exportaciones más competitivas".

Toying With Default

Editorial de hoje do Wall Street Journal. Alguns trechos:
[I]t has long been clear that Mr. Obama isn't interested in spending reform. In February he proposed a budget that spent more than any in U.S. history. In April he demanded that Congress pass a "clean" debt ceiling hike that included no spending cuts whatsoever. Only after House Republicans unveiled their own sweeping budgetary reforms did the White House rush to also claim it wanted deficit reduction as part of the debt-ceiling debate.

In June, the President dispatched Joe Biden to negotiate spending cuts, only to have the White House insist at the last minute that modest trims be accompanied by significant new taxes. Mr. Boehner and the Senate's bipartisan Gang of Six produced plans that would have acceded to that White House demand in exchange for substantive tax reform that would have lowered individual and corporate rates. Yet last week the White House backtracked on its agreement for the lower tax rates and demanded another $400 billion in tax revenues above the $800 billion the Speaker had already conceded.

The President insists his party is offering serious spending cuts and entitlement reform. He also likes to talk about "balance," which to him means real tax increases immediately and speculative spending cuts some time in the distant future. Behind the scenes the White House has only ever agreed to token reform and cuts. Here's a number for the debt history books: Mr. Obama's final offer in the Biden talks was a $2 billion cut in 2012 nondefense discretionary spending. The federal government spends more than $10 billion a day.

Now we're days from the August 2 default deadline set by the Treasury Department, and the President's only response has been to blame everybody else for deficient seriousness.

Os EUA, a Moody's e o limite da dívida

Jim Rogers, sem papas na língua:

Lynyrd Skynyrd - Sweet Home Alabama

Imbecilidade Socialista e a inevitável Grande Estagnação


(...)Adam Smith long ago argued that the power of self-interest expressed in the market was so strong that it could overcome hundreds of impertinent restrictions that government puts in the way. But there is some tipping point at which that ability to overcome will be thwarted, and the power of the market will be overcome by the tyranny of politics. Milton Friedman used that language to talk about the 1970s, we would do well to resurrect that language to talk about today.

Cowen’s work [The Great Stagnation] is a subversive track in radical libertarianism because he identifies that government growth (both measured in terms of scale and scope) was possible only because of the rate of technological improvements made in the late 19th and early 20th century. We realized the gains from trade (Smithian growth) and we realized the gains from innovation (Schumpeterian growth), and we fought off (in the West as least) totalitarian government (Stupidity). As long as Smithian growth and Schumpeterian growth outpace Stupidity, tomorrow’s trough will still be higher than today’s peak. It will appear that we can afford more Stupidity than we can actually can because the power of self-interest expressed through the market off-sets that negative consequences. But IF and WHEN Stupidity is allowed to outpace the Smithian gains from trade and the Schumpeterian gains from innovation, then we will first stagnate and then enter a period of economic backwardness unless we curtail Stupidity, explore new trading opportunities, or discover new and better technologies. (...)

The Great Stagnation is a condemnation of government growth over the 20th century. It was made possible only by the amazing technological progress of the late 19th and early 20th century. But as the rate of technological innovation slowed, the costs of government growth became more evident. The problem, however, is that so many have gotten used to the economics of illusion that they cannot stand the reality staring them in the face.

This is where we stand in our current debt ceiling debate. Government is too big, too bloated. Washington faces a spending problem, not a revenue problem. But too many within the economy depend on the government transfers to live and to work. Yet the economy is not growing at a rate that can afford the illusion.

Comédia burlesca ou ocultação do desastre? (4)




Carlos Costa: "Desalavancagem da banca é um imperativo inadiável" o que, traduzido por miúdos, significa pela boca de Faria de Oliveira: "Há necessidade de reduzir a concessão de crédito"

Propostas de redução da despesa pública - VII

Privatização integral das actividades de recolha, tratamento e deposição de lixo urbano.

Atahualpa Yupanqui - Duerme negrito

Até onde?

US$ 1615

A "nobre mentira" do aquecimento global


Para alguns políticos e cientistas, seria admissível a adopção de uma "nobre mentira" no sentido de o fim a atingir justificar os meios utilizados. Segundo eles, mesmo que se verifique que a ciência não venha a suportar a teoria, o mundo estará no futuro melhor, agindo de acordo com a teoria. Para eles, o grande público não pode ser confiável para examinar a evidência da big picture e decidir por si mesmo, porque o cepticismo seria a resposta mais provável a um tal exame. Enquanto alguns cientistas cruzaram a linha para se tornarem activistas políticos comprometidos com a nobre mentira, outros podem ser simplesmente incapazes de desistir de uma teoria na qual se sentem investidos, à semelhança de um xerife que continua a perseguir um suspeito, mesmo quando os elementos de prova exoneram o suspeito. (Tradução minha, com adaptações)

Alguns exemplos de intérpretes da "nobre mentira":
Al Gore: "Nobody is interested in solutions if they don‘t think there‘s a problem. Given that starting point, I believe it is appropriate to have an over-representation of factual presentations on how dangerous (global warming) is, as a predicate for opening up the audience to listen to what the solutions are ...

Tim Wirth, while U.S. Senator of Colorado: "Even if the theory of global warming is wrong, we will be doing the right thing—in terms of economic policy and environmental policy."

Christine Stewart, while Minister of the Environment of Canada: "No matter if the science is all phony, there are collateral environmental benefits... Climate change [provides] the greatest chance to bring about justice and equality in the world."

Stanford University climatologist Stephen Schneider: "We need to get some broad base support, to capture the public‘s imagination. That, of course, entails getting loads of media coverage. So we have to offer up scary scenarios, make simplified dramatic statements, and make little mention of any doubts we might have. This "double ethical bind" we frequently find ourselves in cannot be solved by any formula. Each of us has to decide what the right balance is between being effective and being honest. I hope that means being both."

domingo, 24 de julho de 2011

Quanto mais tarde, provavelmente pior (3)



Mais sinais de catástrofe: 40 graus em pleno Verão!

A salvação da Grécia - Take 2

Seguro de velho anunciado


Sem surpresa, António José Seguro é o novo secretário-geral do PS. Um modelo de racionalidade contraditória muito particular, como o atesta a seguinte passagem:
"Temos problemas crónicos que não vieram com a crise nem vão embora com ela. O nosso crescimento económico é muito baixo e consumimos acima das nossas possibilidades. Isto significa que teremos de fazer um esforço muito grande para colocarmos o país a crescer"

"Pertenço a uma geração que não se resigna com o estado de coisas a que o país chegou, nem sequer com a ideia, secular, de que somos um povo que não se governa nem se deixa governar. A minha ambição é que possamos crescer ao nível dos países mais desenvolvidos da UE e que as próximas gerações possam ter as mesmas oportunidades das gerações desses países. É óbvio que isto não se resolve a nível nacional, resolve-se a nível mundial e sobretudo europeu".

Números a três dimensões

Suponha uma nota de 100 dólares, cerca de 70 euros ao câmbio actual.
Consegue imaginar o volume ocupado

  • por um milhão de dólares  = 10 000 notas 100 dólares?
  • por um billion de dólares  = 10 000 000 notas de 100 dólares?
  • por um trillion de dólares = 10 000 000 000 notas de 100 dólares

Veja aqui se acertou.

Agora fica em melhores condições de perceber o que significam os 241 mil milhões (= billions) de dólares que, à data, representam a dívida directa do Estado português. O mesmo se diga dos 14,3 milhões de milhões (= trillions) de dólares relativamente à dívida pública americana.

sábado, 23 de julho de 2011

Pedido de desculpas em nome da profissão

Em artigo publicado no WSJ, James Grant, escrevendo sobre Claude Frédéric Bastiat, começa assim:
Because nobody else can understand them, modern economists speak to one another. They gossip in algebra and remonstrate in differential calculus. And when the pungently correct mathematical equation doesn’t occur to them, they awkwardly fall back on the English language, like a middle-aged American trying to remember his high-school Spanish. The economist Frédéric Bastiat, who lived in the first half of the 19th century, wrote in French, not symbols. But his words—forceful, clear and witty—live to this day.
Grant acerta bem no alvo. A esmagadora maioria dos economistas não fica bem na fotografia.

A fantastic lecture on space and free enterprise

Por Jeff Greason:


Via Mises Blog

Comédia burlesca ou ocultação do desastre? (3)

Depois do já célebre "We are not Greece, we are not Portugal", Obama reafirma que "We have never defaulted on our debt and we are not going to do it now". Para tal, Obama pretende aumentar ainda mais o endividamento actual - 14,3 trillions de dólares. Pagar dívida com mais dívida? Uhm....

Para nos ajudar nesta leitura de Obama, o Geoscópio preparou uma breve radiografia breve dos EUA:
- défice federal em % do PIB estimado para final de 2011: 10,91%;

- dívida pública (bruta) estimada para final de 2011: 102,63% do PIB;

- teto de endividamento já atingido em maio de 2011: 14,3 biliões de dólares (14.300 mil milhões de dólares), 95% do PIB americano para este ano ;

- responsabilidades líquidas dos Estados Unidos: 200 biliões de dólares (200.000 mil milhões de dólares), 13 vezes o PIB americano.

24 horas depois, sequer um pedido de desculpas

Veja-se o Telegraph:
22-07-2011 - Norway attacks: who is responsible?
As of June 2011, there were still six F16 fighters from the Royal Norwegian Air Force operating in Libya, which is a possible motive for the attack... 
Norway has deployed around 500 troops in Afghanistan, and three Norwegian newspapers (Aftenposten, Dagbladet and Magazinet) published the controversial Prophet Muhammad cartoons in 2005-2006, providing another possible motive... 
One possible culprit is the Pakistan-based core al-Qaeda group, which has previously shown interest in attacking Norway... 
A further possibility, therefore, is that the attack was led by Norwegian jihadist sympathisers acting on their own initiative, possibly after receiving basic training from jihadist groups overseas.
 23-07-2011 - Norway attacks: profile of suspect Anders Behring Breivik
Anders Behring Breivik, the main suspect in the Norwegian bomb attacks and shootings, has been described by police as a Christian fundamentalist with right-wing views... 
Police chief Svinung Sponheim said that internet posting by Breivik suggested he has "some political traits directed toward the right, and anti-Muslim views".

Comédia burlesca ou ocultação do desastre? (2)


Via Zerohedge

Amy Winehouse - Rehab

Comédia burlesca ou ocultação do desastre?

No dia 15 de Julho passado, a Autoridade Europeia Bancária (EBA na sigla inglesa), anunciou os resultados doe uma nova ronda testes de stress a um conjunto de bancos europeus, após o descrédito total dos realizados no ano passado.

Supostamente, desta vez, a exigência dos testes, destinados a estimar o impacto nos balanços dos bancos em cenários desfavoráveis - v.g. incumprimento significativo no crédito hipotecário - seria muito mais exigente. Neste quadro, a EBA informou que oito dos bancos analisados não "passaram" nos respectivos testes 5 dos quais espanhóis) daí resultando a necessidade do reforço do seu capital em cerca de 2,5 mil milhões de euros. O mercado, céptico, não se mostrou muito entusiasmado com este aparente, apesar de tudo, bom comportamento da banca europeia.

Mas eis que, apenas uma semana volvida, o Banco de Espanha vem anunciar que só para um dos bancos chumbados irá ser precisa uma injecção de fundos de 2,8 mil milhões de euros

Ontem houve um sentimento generalizado de que a "Europa fez o que devia ter feito" ao acorrer, por uma vez mais, à Grécia mas também a Portugal e à Irlanda). O problema deve ser meu pois, do que li e ouvi, apenas retiro que se continua a empurrar os problemas com a barriga, "kicking the can down the road".

Um passo na direcção certa

900 professores deixam direcções-gerais e voltam à escola.

Do visível e do invisível

O grande economista francês Frédéric Bastiat [1801-1850, breve nota biográfica aqui] escreveu um ensaio cujo título, "Ce qu'on voit e ce q'on ne voit pas" (em inglês "What is Seen and What is Not Seen") que é um magistral exercício de desmistificação das mais persistentes falácias económicas que subsistem até hoje.

Muito rapidamente, o que Bastiat faz é evidenciar o que os economistas denominam de custo de "oportunidade" conceito que nasce da situação de escassez dos recursos os quais, num dado espaço temporal, não são infinitos. Bastiat interessou-se em particular em distinguir o "visível" do "invisível" para questionar severamente os efeitos reais (perversos) da intervenção estatal na "estimulação" das suas economias. 

Um outro exemplo, que creio facilmente entendível, de "custo de oportunidade", seria o que resultaria do meu filho, ao gastar parte da sua mesada em gasolina: o número de idas ao cinema que ele deixa de fazer pelo facto de a mesada não ser elástica. O que é "visível" neste exemplo? Os euros despendidos em gasolina. Já o "invisível" se traduz pelas idas ao cinema que deixaram de poder ser feitas pois a mesada não aumenta...

Um outro exemplo desta dualidade visível/invisível ocorre com frequência quanto se pretende incentivar a utilização de software livre pelo simples facto de ser gratuito o seu licenciamento (a parte "visível"). Ora, é preciso não esquecer que os custos que se incorrem com a adopção de um certo software podem - frequentemente são-no - apenas uma parcela do custo total da sua operação e gestão. O facto de se utilizar, numa dada empresa, num sistema crítico (aqueles que se pararem implicam perdas para o negócio) sobre Linux vai fazer com que provavelmente, haja que contratar o suporte técnico para a resolução de eventuais problemas no futuro. Ora, não é incomum que, num ano, o suporte a uma máquina Linux custe mais que o licenciamento Windows, por exemplo. Daí que, e a título de exemplo, em informática, as melhores práticas apontam para que o apuramento dos custos de soluções alternativas se faça adoptando o paradigma do chamado "Total Cost of Ownership" (TCO), ou seja, o somatório dos custos visíveis com os "invisíveis".

Este mesmo paradigma foi aplicado num estudo recentemente divulgado (patrocinado pelo governo do Reino Unido e pelos industriais do sector automóvel britânico) na comparação do total de emissões de CO2 ao longo do ciclo de vida de um automóvel, isto é, as emissões envolvidas na produção industrial do veículo, posteriormente na utilização do mesmo e, por fim, no abate do mesmo para os diferentes tipos de veículos automóveis quanto à fonte de energia que utilizam. Os resultados são muito interessantes e fizeram-me recordar Frédéric Bastiat:

The study found that compared with 24 metric tons for a gasoline-powered car, a mid-size electric car produces 23.1 metric tons of CO2 over its lifetime. But an electric car would have to drive about 80,000 miles before it would start saving more CO2 than a gasoline-powered car. Many electric cars will never reach 80,000 miles in their lifetime electric cars get less than 90 miles on a charge, so they’re typically driven only short distances. Stamford Nissan offers complete services for all your automotive dealership needs. Additionally, electric car batteries must be replaced after about four years. When the emissions connected with replacement batteries are added in, the total CO2 from producing an electric car increases to 12.6 metric tons, compared with 5.6 metric tons for a conventional car. Because recovering and recycling the metals in the battery consumes a great deal of energy, disposal produces double the emissions.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Factualidades que nunca mudam

Ruicarmo acha que isto deve ser lido como demonstrador dos "apetites conspirativos" de Pacheco Pereira. Eu chamo-lhe factualidades persistentes.

The Enviro-Killers

The Enviro-Killers, por Lew Rockwell:
For decades, the Greens have successfully opposed the building of new electrical power plants. In my own town, they blocked a sealed, tertiary plant with no emissions whatsoever, which would only come online in a real emergency. Now that there are blackouts in Detroit in this horrific heat, soon to be coming to other cities, the most vulnerable people are dying. There will be many dead, and they are victims of the environmentalists. They have made a flawed system, government-regulated monopolies, even worse.

Índice do novo situacionismo (2)

Na sequência do indice do novo situacionismo, Pacheco Pereira pergunta:
Não estará na altura de perguntar pelo site na Internet onde estarão todas as nomeações feitas pelo novo governo e que nos foi prometido como forma de sabermos até que ponto há ou não há jobs for the boys? É que é agora que estão a ser feitas as nomeações e o que se sabe até hoje não mostra nenhuma diferença substancial nas escolhas de boys em relação a governos anteriores.

O Afeganistão, a América e Eric Blair(*)

No AntiWar, um excelente post: Nexus 7: America’s Orwellian Project in Afghanistan. Um excerto:

This problem [quantitative in nature] seems to be permeating the social sciences everywhere: whether it be “forecasting” the American economy 10 years from now or predicting the Congressional breakdown in 25 years. People are not static: their thoughts and opinions, motivations and actions, desires and wants, are constantly changing. All it takes is one black swan to make a complete mockery of the modern day School of Quantification of the Cogs. Perhaps what is most frightening about all things quantitative is that the human element of just about everything disappears. It’s no longer about helping the devastated Afghan community, but about ensuring a quality cost-benefit analysis.
(*) - aka George Orwell

Trabalho de casa para o caseiro

Lucian Freud

Clicar para ver melhor

O poder do Estado para provocar asneira

Segundo uma sondagem promovida pelo Citi:

Clicar para ver melhor

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Qual a importância real dos pais no futuro dos filhos?

Há umas semanas apresentei aqui uma sugestão de leitura que muito apreciei: "Selfish reasons to have more kids", de Bryan Caplan. Hoje, via ReasonTv, podemos apreciar a tese de Caplan, pelo próprio, segundo a qual os pais das crianças pouco podem fazer para influenciar, a longo prazo, o futuro dos seus filhos:

Correlação não é causalidade, mas...


Via Pileus

Neil Young - Heart Of Gold

1m49s após uma busca pela harmónica adequada, Neil Young ofereceria ao público então presente (1971) uma nova canção. Esta.

"Freedom Is a Young Idea and We're Throwing It Away"

Notícias sobre a realidade da produção de energia

Robert Bradley, escreve, no Institute for Energy Research:
The Obama Administration’s energy policy is all about providing special government (taxpayer) favor for energies that consumers would otherwise reject as too expensive and/or unreliable. Ethanol, wind power, and on-grid solar power, indeed, have been artificially constructed by government largesse and face a downsizing along with the federal budget. “Bubble government jobs” might just become a wikipedia term before long.

In the real world, recent news headlines offer good news about the future of consumer-driven energy—the oil, gas, and coal that continue to improve and represent our sustainable energy future(...)

A bolha imobiliária chinesa

Bob Wenzel, em IMF Warns on Chinese Real Estate Bubble:

Prices in some larger cities still look "bubbly," Nigel Chalk, IMF mission chief to China, told reporters while discussing the IMF's annual report on the Chinese economy. That's an understatement and it goes way beyond the real estate sector. Price inflation is very high in China, which is causing the Chinese central bank to slow money growth, which will cause a classic Austrian Business Cycle theory crash in the country.

Mais 20,6 mil milhões de euros

de dívida directa do Estado é quanto cresceu o seu stock no 1º semestre de 2011 face ao que se estabeleceu em 31-12-2011 (folha de cálculo Excel). Em termos percentuais, uns extraordinários 13.8%!!

Não se esqueçam de anotar que a culpa, claro, foi/é/será das agências de rating e, muito em particular da Moody's.