Em Novembro último, durante uma visita à Grécia, e de acordo com a agência Reuters, Al Gore afirmou que que "[i]t is not a good policy to have these massive subsidies for first-generation ethanol" (a segunda e a terceira geração estão a ser prometidas para "o ano que vem" há cerca de 20 anos) e prosseguiu dizendo que "[f]irst-generation ethanol I think was a mistake. The energy conversion ratios are at best very small". E, por outro lado, "[t]he size, the percentage of corn particularly, which is now being (used for) first-generation ethanol definitely has an impact on food prices". Assim, "[t]he competition with food prices is real.". Al Gore esqueceu-se ainda de dizer que o etanol foi perdendo o verdejante apelo dos pseudo-ecologistas devido à "crescente evidência científica que os biocombustíveis produzem mais emissões de carbono que os combustíveis fósseis"!
Mas, então, qual a razão do apoio que Gore deu à expansão do etanol? Justificação: "[o]ne of the reasons I made that mistake is that I paid particular attention to the farmers in my home state of Tennessee, and I had a certain fondness for the farmers in the state of Iowa because I was about to run for president".
Portanto, o próprio Gore reconhece que o etanol é energeticamente ineficiente e a sua introdução em escala nos EUA, foi um erro. Não disse, embora saiba perfeitamente, que o seu peso crescente no total dos combustíveis só tem sido possível só à custa de enormes subsídios às fábricas de etanol. Temos assim que ao mesmo tempo que o Governo (primeiro o Democrata de Clinton mas também o Republicano de Bush filho) subsidia um ineficiente combustível (à custa do contribuinte americano) inflaciona o preço do milho à escala mundial (os EUA exportam mais milho que a Rússia, Argentina e China juntas) e, com, isso, os preços da alimentação básica.
A combinação de inflação monetária - via Fed - que leva ao aumento do preço das matérias-primas (tal como em 2008) com a rarefacção, induzida por intervenção estatal, de um cereal vital como é o milho, à custa de uma imbecil política energética, corresponde a espalhar a fome pelo mundo especialmente nas regiões mais pobres. Com a fome, virão os motins. O que desencadeou o que se está a passar na Tunísia tem muito a ver com isto.
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