sábado, 23 de dezembro de 2017

Perspectivando Um Tempo Feliz

Ben Young


A realidade retorcida intensifica-se por debaixo de um nevoeiro encomendado. A aparência dócil e próspera dos dias é tão enganadora quanto um nevoeiro pode ser reconfortante e bucólico. Escondendo as sombras e os acidentes geográficos. Ou sociais.

Que possamos encontrar alguma perspectiva clarificadora - de frente para a clareza rude do mar, por exemplo.

Aos leitores do Espectador Interessado, os seus autores desejam Festas muito Felizes.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Desafios de contexto















A propósito desta entrada no Insurgente, leio o gráfico nela presente e, literalmente a seguir, deparo com estas citações. Tão a propósito que não resisti ao excesso.
Não conhecendo a posição dos Insurgentes (tanto de André Azevedo Alves, como de MAL) acerca destes tópicos, não deixo de considerar estranho o título escolhido. Que servirá?

Citação do dia (201)

"Fora do manicómio em que saltita boa parte da “opinião”, o problema da Raríssimas não é ser “particular” na designação, nos estatutos e na teoria: é não ser particular na prática."

Alberto Gonçalves, Observador, 16 de Dezembro de 2017

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Ideias e tecnologias disruptivas



Alguns artigos acerca da temática em língua portuguesa. O primeiro, mais analítico, de Ricardo Arroja. O segundo, menos consistente, porque parece ignorar o mais importante destas tecnologias: permitem mudanças maiores em sectores monopolizados ou cartelizados. E se possuem riscos (ou estão associadas a manias), aquelas vantagens não são de somenos.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Radar


Não sei se será uma tentativa para experimentar algo maior, mas o governo da Coreia do Sul passará a "aliviar" as dívidas dos contribuintes menos abonados. Já existe "dotação orçamental" e tem o nome de "Fundo da Felicidade".

Isto é sério. E há um burocrata que defende esta pérola destacando-a como uma característica, prepare-se o leitor, do "capitalismo confuciano". Assim. Ora veja.

Será que estes exotismos não passam disso mesmo? Ou serão ensaios para um "Jubileu da dívida" mais alargado?

sábado, 2 de dezembro de 2017

Cogitações (10)

Um sinal curioso (e perigoso para quem participa, julgo) do estado dos mercados e índices bolsistas é a evolução do preço da moeda criptográfica Bitcoin. Para além da dificuldade em determinar com precisão a que classe de bens pertence, a Bitcoin e o seu preço ilustram bem a natureza do movimento actual dos mercados.

Que outros activos ou investimentos têm semelhantes linhas de progressão do seu preço? Historicamente, conhecem-se alguns casos, mas o final não foi bonito. Muito se pode dizer acerca das razões que podem estar por detrás destes movimentos no preço (tendo ultrapassado os 9 mil euros ou 11 mil dólares na passada semana), ou das respostas que os governos darão a tais "veículos" especulativos. No último ano, por exemplo, na China tornou-se claro que seria um óptimo meio de mobilizar capital para o exterior, escapando às recentes campanhas de Xi para controlar o país, a moeda e os mercados.

O que gostava de sublinhar aqui, a par com esta introdução, é a qualidade deste veículo como solução, como resposta difundida até pelos meios e autores mais técnicos acerca destas matérias (criptomoedas ou novas tecnologias financeiras).
É que um dos fundadores destas ferramentas (neste caso da moeda Ethereum - Vitalik Buterin) alertou recentemente para as limitações que estas soluções possuem para dar resposta às solicitações que esta febre nos mercados parece publicitar a seu respeito. Veja-se a seguinte passagem da entrevista (cujo visionamento fortemente aconselho):

"Se se considerar o número de blocos encadeados (blockchain) que hoje podemos processar, a Bitcoin consegue processar menos de três transacções por segundo, e se conseguir chegar a quatro atingiu o seu máximo de capacidade. No caso da Ethereum tem estado a concretizar cinco transacções por segundo, se chegar às seis atinge também o pico de capacidade."

É na constatação destas limitações que os recentes movimentos de preços destes "veículos" me parecem menos saudáveis.
Para não falar de que até os participantes e conhecedores destas novas tecnologias parecem querer ignorar estas palavras.
Mesmo que se considerem as diferenças entre as moedas criptográficas e as tecnologias que as suportam (de que os blocos encadeados - blockchain -, são um exemplo) face aos múltiplos campos de aplicação possíveis, estas palavras de um fundador não devem ser ignoradas. São um aviso importante.

Será interessante seguir os próximos desenvolvimentos.
Para já, parece haver um novo campo de desenvolvimento de soluções que ultrapassa (já!) estas soluções da moda (sejam da Bitcoin, da Ethereum ou Blockchain). A novidade (da novidade!) chama-se Hashgraph e tem "elegâncias" técnicas que em muito parecem suplantar as suas concorrentes (ao nível do registo e gestão dos diferentes protocolos de informação, bem como as melhorias na justiça e segurança na gestão da rede). O seu fundador é Leemon Baird e a sua empresa conta já com centenas de contratos com uniões de crédito nos EUA.

Há muito a aprender e a velocidade dos desenvolvimentos é estonteante e os riscos (bem como as oportunidades!) podem assemelhar-se a outras épocas e febres tecnológicas, mas o futuro passa por aqui. Sem dúvida.