quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Que Tempo e que Modo?


Edelmann


Não obstante as manobras de curadoria da peça colectiva, a realidade teima em mostrar-se rugosa, assimétrica e plena de dimensões sombrias. Desafiadora.

Aos leitores do Espectador Interessado, os seus autores desejam Festas Felizes e um próspero ano de 2016. Pleno de realismo e espírito crítico.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Agora que já sabemos





Que os leitores me desculpem o exagero imagético.
Não é uma boa maneira para traduzir a ficção em que nos encontramos?
Yellen subiu as taxas de juro. À entrada de um abrandamento. Global.
E com a Europa à porta de taxas negativas...
Em que canal passa o "Twilight Zone"?

domingo, 13 de dezembro de 2015

Radar

A Tvi24 está a dar a notícia de que o Banif fechará esta semana. Esperava-se que a FOSUN comprasse o banco na semana passada. Tal não aconteceu e o banco, assim parece, vai cair. Segundo a mesma fonte, a CGD ficará com a "parte boa" do banco. Estão previstas perdas para accionistas e depositantes.
Acompanhar aqui.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Cogitações (3)

Esta semana Draghi fez das suas. Mais uma vez.
Estamos em plena Idade Dourada dos Bancos Centrais, mas esta última decisão política da equipa de burocratas do BCE teve efeitos contrários ao que era desejado.
O (ir)racional costumeiro é o seguinte: o BCE continua a comprar dívida mensalmente, conferindo liquidez ao sistema; junta-se-lhe uma taxa de juro interbancária um nadinha mais negativa para provocar uma resposta automática no crédito concedido pelos bancos à economia; pelo caminho, desvalorizava-se a moeda e isso traduzia-se numa melhoria nas exportações. E, pronto, a modos que era isto.
Mas o euro subiu mais de três por cento! E os índices bolsistas estão, no mínimo, anémicos!
Para quem está Draghi a trabalhar, afinal? Terá dado uma ajudinha a Yellen? Porquê?

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Ritmo Perceptível

Movimentações estratégicas

As vendas das moedas de ouro e prata (a peso) pela U.S. Mint está ao rubro nos EUA. No passado mês de Novembro, as vendas das American Eagle em ouro (1oz.) triplicaram relativamente ao mês anterior. E a mesma moeda em prata (1oz.) também alcançou um recorde anual de vendas. Os números provam a magnitude da dinâmica: 97 mil onças (mais de três toneladas!) só para a American Eagle em ouro, aumentando 185% desde Outubro anterior e 62% face ao ano anterior. Estes números esgotaram as moedas cunhadas em 2015. No caso da prata, já se ultrapassou o recorde do ano passado e os valores já ultrapassaram as 44 milhões de onças (mais de 1400 toneladas!).
Importa ter presente que a U.S. Mint só vende a um punhado de revendedores autorizados e que esta dinâmica coincide com uma descida do preço dos metais preciosos, em particular quando o seu preço é calculado em dólares.
Veja-se o gráfico abaixo onde se apresentam os números genéricos para a venda total de moedas em ouro pela U.S. Mint.


Notas finais:
A moeda chinesa (yuan) foi, no dia de ontem, aceite pelo Fundo Monetário Internacional para fazer parte da composição do cabaz das moedas-reserva dos Direitos Especiais de Saque (SDR´s), ao lado do dólar, da libra inglesa, do euro e do yen. Este é um marco histórico de que ainda não vislumbrámos, plenamente, as consequências. Não se duvide que a moeda chinesa aumentará o seu peso nesse mesmo cabaz (representa, neste momento, aproximadamente 11% das reservas, comparando com os quase 31% para o euro) para fazer espelhar a sua importância económica e estratégica.

Actualização: a declaração oficial do Fundo Monetário Internacional - aqui.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Citação do dia (192)

“O Mundo atingiu um estado paradoxal, no qual as nações credoras estão mais preocupadas com o destino do dólar do que as próprias autoridades americanas.
Assim, a evolução do papel do dólar como moeda de referência tem dado espaço a previsões muito pessimistas baseadas em teoria económica sólida. Não deve considerar-se uma surpresa que um número crescente de pessoas que tem activos em dólares, agora queira diversificar, parcialmente, esses activos para o ouro – o refúgio tradicional para a inflação ou para a adversidade política.”

Oleg V. Mozhaiskov, Vice Pres. do Banco Central Russo – Conferência LBMA, Junho 2004.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O próximo passo


Há intensas discussões (indícios aqui) por detrás das cortinas quanto ao calendário do que o BCE vai fazer. Não quanto à substância do que vai fazer. Quanto a isso não há novidade. É apenas uma continuação.
Os aforradores que se cuidem, pois as taxas podem baixar mais. É que o homem na imagem parece ter fósforos que nunca mais acabam.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Inovação e Criatividade

Através de meios com História

Na breve entrevista que hoje publicamos, os responsáveis pela fusão e reestruturação da empresa GoldMoney (que integrou a BitGold) dão a conhecer uma parte do seu modelo de negócio. A dimensão da sua base de clientes tem crescido a um passo consistente desde o lançamento em bolsa em Maio passado e um dos objectivos aqui evidenciados é: "o sistema e o mercado bancário tem muita fricção, nós queremos acabar com essa fricção no modo como as pessoas trocam valor a uma escala global".
Promissor.
Como já perguntei uma vez: que tal colocar-se, a si próprio, no padrão ouro?

Anterior entrevista com detalhes relevantes do projecto: aqui.


terça-feira, 27 de outubro de 2015

Citação do dia (191)

É necessário contemplar, aqui, dois aspectos fundamentais.
Primeiro, politicamente toda a situação parece má. A declaração do Presidente da República tem de ser entendida no contexto da actual situação europeia, porque essas declarações são um rude alerta para o status quo político fazer tudo ao seu alcance para prevenir mudanças políticas substanciais na Europa.
A zona euro é uma construção pobre do ponto de vista institucional e a insistência no aprofundamento deste projecto, nas presentes circunstâncias globais, conduzirá ao desaparecimento do euro e, talvez, da própria União Europeia.
Em segundo lugar, Portugal tem um enorme encargo com a dívida soberana, que só é sustentável no contexto de apoio estrito por parte do Banco Central Europeu e das suas operações de compra indirecta de dívida. Este é um país que teve um défice superior a 7% em 2014, com um nível de dívida pública superior a 120% do PIB, uma dívida externa superior a 200% do PIB e uma dívida total (pública e privada) de 370%. Numa recessão, estes números irão crescer. Para que a dívida de Portugal pudesse ser sustentável, no actual contexto institucional e mantendo o mesmo paradigma económico, a austeridade teria de reduzir o défice e o PIB teria de crescer, por várias décadas, acima das taxas dos títulos da dívida pública, mantendo-se, claro, o apoio implícito do BCE.
Olhando para o futuro, o potencial de sustentabilidade da dívida diminui substancialmente. E, assim, poderemos ter outra “Grécia” entre mãos. (...)
O que se passa agora em Portugal, torna a Grécia um caso menos especial e é um sinal do que ainda pode acontecer de mau pelo continente. E isto é um risco para a sustentabilidade da dívida em toda a periferia.

sábado, 10 de outubro de 2015

Regulação desregulada

A regulação financeira é o salvo-conduto para o desastre

Na entrevista que hoje publicamos, Robert Johnson analisa com John Kay a natureza e os resultados dos edifícios regulatórios erguidos nas últimas décadas em torno dos sectores bancário e financeiro.
Para um leigo, estas regras parecem ter produzido um monstro de dimensões ainda desconhecidas. Para Robert e John, a dimensão do problema é mais clara. E, na sua opinião, para que fosse possível uma regulação mais ligeira e mais eficiente, importava assinalar diferenças quanto aos pressupostos de ambos os sectores - bancário e financeiro. Compreender os estímulos impregnados no sistema híbrido de hoje e perspectivar os respectivos axiomas aos olhos do que sabemos hoje é fundamental.
É isso que buscam fazer, Robert Johnson e John Kay ao longo de pouco mais de vinte e seis minutos.

Votos de um excelente fim-de-semana. Não obstante, o recente cinzento deste sábado.


terça-feira, 6 de outubro de 2015

Nevoeiro do deleite

Fonte

A novela política está a começar. A promoção da ansiedade no presente, que resulta da intriga e jogo políticos, terá como desfecho uma solução apresentada e aceite como necessária. Como fundamental para salvar o país da instabilidade, dando continuidade a uma narrativa que suporta a mais disparatada tentativa alquímica de desatar o nó do presente. Político e económico.

A imagem (ver nota) que dá início a este comentário ilustra bem que direcção seguimos para concretizar a inflação de sucesso a nível europeu. Que teima em não chegar. Nem o sucesso nem a inflação! E Portugal também está à mesa a jogar. Muito exposto às consequências negativas de tais políticas.
Depois de ler e reler os números, alguém aceita que teremos pela frente um futuro de "esperança e sucesso"? A sério?
Há alguém que defenda a loucura desta política monetária e financeira, esperando corrigir os males feitos? A sério?
Que farão os próximos a sentar-se na cadeira do "poder" quando este foguetão queimar todo o seu combustível? Alguém responde?

Do outro lado do Atlântico, pouco falta para que se retome a loucura das políticas monetárias expansionistas. Hipótese que, dado o adiamento relativo às taxas de juro e às "coincidências" a vermelho no gráfico abaixo, parece muito credível.


Os cérebros procuram, avidamente, a velocidade de cruzeiro. No meio do nevoeiro...


Nota: o artigo que enquadra o primeiro gráfico (e está acessível na ligação) é, julgo, de leitura obrigatória para acender um farol contra o nevoeiro.

sábado, 3 de outubro de 2015

Respaldo e reparação

Dedicação

Partilho com os leitores, uma recente descoberta musical. Para além do mérito musical que facilmente se reconhece, a experiência tem, do meu ponto de vista, uma dimensão imaterial importante. Como pano de fundo para os trabalhos e os dias do presente.

Votos de um excelente fim-de-semana.


sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Radar

Iniciou-se o programa, há muito prometido, de Tom Woods e Robert Murphy de análise crítica ao pensamento económico de Krugman. O sítio chama-se Contra Krugman. O programa terá emissões semanais e acompanhará as expressões públicas de Paul Krugman, tanto escritas como televisivas.
Embora os autores procurem acompanhar criticamente a coluna de Krugman no NYTimes, o que pretendem desmontar são as falácias que o pensamento único em economia - de que Krugman é grande exemplo - dirige aos problemas políticos e económicos.
Não é destinado a especialistas. Pelo contrário, com humor todos podemos reconhecer os vícios do pensamento de Krugman e, por extensão, do pensamento dos mestres do Politicamente Correcto.
Imperdível.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Democrático: o processo e o resultado

Foto: Reuters

Sem euforias, importa registar a importante vitória no referendo de ontem na Catalunha. E, não obstante as análises que se possam fazer do ponto de vista das contabilidades políticas e institucionais, é claro que a vitória que tem o sentimento de identidade e independência na sua base é inegável. E isso é de monta.
É um sinal promissor, especialmente porque foram várias as técnicas de condicionamento dos resultados. Fosse por parte do governo central espanhol, fosse pela elite dos tecnocratas europeus.
Ameaças de vária ordem visaram disciplinar esta vontade de mudança: fosse o congelamento de depósitos dos catalães pelo Banco Central espanhol, fossem as declarações e a conduta dúbia de instituições europeias. Ou a ameaça por parte do ministro dos negócios estrangeiros de que, caso o sim ganhasse, os catalães perderiam a nacionalidade espanhola.
Esta última é o exemplo de como, perante uma necessidade de mudança, quem tem medo de perder o poder o exerce de forma gratuita, neste caso mostrando como trunfo de negociação, como algo irrecusável e inquestionável, aquilo mesmo que importa questionar.
Nem a suspeita (entretanto negada) de que o Banco de Espanha teria retirado o ouro da Catalunha na última semana, chegou para perturbar a mente dos votantes.
Nada neste processo parece ter perturbado os democratas de causas nobres, sempre prontos a manifestar a sua indignação perante uma violação das liberdades democráticas.
A esses mestres do politicamente correcto importa perguntar: esta vontade, eleitoralmente confirmada, de secessão é democrática?

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Pelo espelho retrovisor

Certos cenários não passam de cantigas de embalar

Julgando olhar para a frente, os demiurgos que comandam e controlam o sistema parecem ver apenas o reflexo do espelho retrovisor. Os próximos metros que temos pela frente, na estrada sinistra que percorremos, revelam-se muito difíceis.
Esta breve entrevista a Kyle Bass demonstra que não estamos plenamente conscientes do que há ainda para corrigir nos mercados emergentes, preciosos auxiliares da bolha financeira e exportadores de bens que por cá compramos.
Até quando conseguiremos ouvir ou ler as previsões de "crescimento moderado" ou "consolidação da situação macroeconómica", que os demiurgos não se cansam de projectar para a Europa ou para os EUA, sem resposta crítica?
Terá sido a decisão de Yellen um primeiro sinal do falhanço da Narrativa?



segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Crescente instabilidade no Sistema

Em tempo de guerra

O desenvolvimento das experiências monetárias prossegue a todo o vapor, pelo que deve esperar-se uma acelerar de resultados - inesperados e contagiantes - como consequência da vontade dos "demiurgos" em tudo controlar.
Na entrevista que hoje se publica, Jim Rickards reitera a tese defendida nos seus dois últimos livros ("Currency Wars" e "The Death of Money") e, se não se acompanha totalmente as soluções que parecem resultar da sua posição, não se pode deixar de reconhecer a precisão com que o autor descreveu os desenvolvimentos do nosso presente económico e político global.
Alguns dos conceitos determinantes para a compreensão desta sua perspectiva são: confiança, poder, sistemas complexos, incerteza, intensidade e extensão dos fenómenos e forças económicas e políticas.
A crueza do nosso presente global apresentada num tom de delicadeza cavalheiresca. Rickards é, não esqueçamos, aquilo a que se pode chamar um "insider", alguém que conhece e participa nos círculos menos visíveis do poder norte-americano.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Dúvida

Sei que houve uma espécie de debate ontem à noite. Que não acompanhei, já que prezo a sanidade.
Mas esta manhã, enquanto o rádio debitava o "viático para a jornada", ouvi descrições acerca desse - suposto - debate. E a dúvida assaltou-me: será que estou a ouvir um programa acerca da vida selvagem?
Uns senhores falavam em "posição das mãos e dos braços", "domínio territorial"... seriam machos-alfa, os participantes que ocuparam vários meios de comunicação ontem à noite?

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Uma maioria com "direitos"

Adquiridos, ao que se vê, à força

Enquanto se continuar a analisar e a discutir este tipo de acontecimentos como fazendo parte da esfera dos direitos laborais, então esta barbárie continuará. Podendo mesmo agravar-se.
Conduzir a discussão para essa esfera é negar o fundamental: esta "manifestação" não é nada mais que uma violação de direitos naturais fundamentais.
O que se lê na peça, e vê pelas imagens nela apresentadas (ligação na foto), é a simples acção de um grupo de criminosos que, pela força, querem impedir outros (uma clara minoria, claro está!) do exercício da sua liberdade. Seja de trabalhar (no caso do taxista alvo da "manifestação") ou de qualquer um de nós poder recorrer ao serviço de uma pessoa ou empresa para, livremente, satisfazer um desejo ou uma necessidade.
Julgo que aqui também se pode identificar, estruturalmente, uma clivagem entre dois mundos. E ocorre-me lembrar o movimento dos Luditas. Que dirão os colectivistas apaixonados pelo empreendedorismo?
Mas, nesta como noutras problemáticas, a maioria impõe a sua força e os seus "direitos".
Será isso um sinónimo de Democracia?

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Radar

Admitir uma conduta criminosa, torna essa conduta aceitável?
Numa conferência um economista do Bundesbank defendeu a tese de que os reguladores não devem prestar toda a informação acerca da saúde do sistema bancário que supervisionam, por forma a evitar pânico e corridas aos bancos.
O que aconteceria, neste caso, se a banca não gozasse de um regime de excepção? Como reagiriam as autoridades se o Infarmed ou, para o caso, uma qualquer marca de automóveis recusasse prestar informações acerca dos produtos que vende ou regula?
O que faríamos?

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Em dia de aparente bonomia de Draghi

A dimensão dos desafios

No comunicado de hoje, Draghi repetiu o mote "estamos prontos para fazer o que for preciso". Seguem-se os passes da magia habitual por parte dos sábios. O "padrão PhD" no seu melhor.
Abaixo apresentamos uma infografia elaborada pela Universidade de Boston e Pearson Education para ilustrar a presente situação que os magos procuram inverter. A todo o custo. Custe o que custar. Mesmo.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Radar

O que por aí se vai dizendo para explicar o que se passou na China nos últimos tempos está errado. Essa é a tese do artigo que aqui fazemos referência.
E se aceitarmos que a responsabilidade da volatilidade transversal que grassa pelos mercados globais (índices, paridades monetárias, obrigações et al) é, simplesmente, da China, então somos ingénuos. Veja-se a informação abaixo.
Importa respirar e compreender.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Citação do dia (190)

Hoje em dia, o sistema financeiro global é um complexo sistema de redes electrónicas motivadas pela fé. À medida que progridem as bolhas globais, um grande conjunto de dogmas financeiros será exposto por aquilo que é: uma ilusão. E muitos desses dogmas foram usados como simples truques.
A finança global não passa, na sua maior parte, de um labirinto de ´promessas de pagamento`. E o valor dessas promessas depende da confiança e da fé. (...)
A crise nessa confiança acelerou nesta última semana.
Os últimos sete anos mostram-nos uma expansão da dívida nos mercados emergentes, liderada por aquela que deveria ser muito assustadora bolha no crédito na China.(...)
Esta semana vimos indicações do que tem potencial para despoletar essa crise de confiança no sistema bancário na Ásia e nos restantes mercados emergentes. A fé de que as autoridades chinesas (ou as autoridades desses mesmos mercados emergentes) têm a situação sob controlo está, seriamente, posta em causa. (...)
De acordo com a SNL Financial, os bancos chineses ocupam agora quatro dos cinco lugares de topo na lista dos maiores bancos mundiais. Analisando os balanços no final de 2014, os quatro grandes bancos chineses – Banco de Comércio e Indústria da China, Banco de Construção da China, Banco de Agricultura da China e Banco da China – terminaram 2014 com activos na ordem dos 87,59 triliões de yuan ou 13,7 triliões de dólares. Os activos totais destes bancos cresceu 64% em quatro anos. (...)
Na semana que passou ficou visível o desenvolvimento nas grandes rachas do sistema financeiro global. Fiz as contas às descidas dos títulos bolsistas dos dez maiores bancos mundiais: 1) Banco de Comércio e Indústria da China perdeu 6,1%; 2) Banco de Construção da China perdeu 6,9%; 3) Banco de Agricultura da China perdeu 4,9%; 4) HSBC perdeu 6,6%; 5) Banco da China perdeu 6,1%; 6) JP Morgan Chase perdeu 6,2%; 7) BNP Paribas perdeu 4,4%; 8) Mitsubishi UFJ Financial Group perdeu 7,5%; 9) Banco da América perdeu 9,0% e 10) Barclays perdeu 6,4%.(...)
A visão do abrandamento global foi confirmada esta semana.
É sempre pior do que tu pensas.

Doug Noland, "É sempre pior do que tu pensas", 22 de Agosto de 2015

domingo, 23 de agosto de 2015

Serviço Informativo

"Notícias do Ouro"

Apresentamos mais uma síntese noticiosa do mercado do ouro por parte da GoldBroker. Nesta edição destacam-se a dimensão da procura de ouro na Europa e a aquisição de ouro por parte dos grandes bancos de investimento (mesmo quando o desaconselham aos seus clientes). Informação para colocar em contexto os mais recentes dados do mercado mundial dos metais preciosos, num momento tão delicado das bolsas e das economias mundiais.

Bom início de semana.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Radar

Procurei, com a diligência que a meteorologia dos últimos dias permitiu, alguma informação acerca da variação do preço do ouro nos meios de comunicação convencional nacionais. Não encontrei.
Especialmente depois de, nas últimas semanas, se terem multiplicado títulos de objectividade duvidosa, mas intenção bem clara.
Assim, e sem preocupação especial, mostra-se o gráfico abaixo. Dada a guerra monetária em curso por esse mundo fora (que não tem tratamento crítico no comentário publicado), assim como a quebra em vários índices bolsistas (o mesmo para o preço do petróleo), o ouro continua a cumprir o seu papel.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Delícias para as noites de Verão

Capitalismo e Moralidade - parte 1

A plataforma Liberty.me é projecto que tem Jeffrey Tucker como CLO (Chief Liberty Officer). É verdadeiramente um mundo de informação, discussão e partilha para quem ambiciona um olhar diferente acerca da Vida. Não é um lugar de consensos, mas de livre pensamento e expressão acerca de tanto que podemos fazer em Liberdade: música, filosofia, economia ou psicologia. Entre tantos outros focos de interesse.
Hoje trazemos à consideração dos leitores a primeira parte de um encontro que a plataforma Liberty.me realizou no início deste mês sob o título "Capitalismo e Moralidade". A imagem e o som não são os melhores, é certo, mas as ideias valem bem a pena.
Esta primeira parte conta com os seguintes oradores e temas (cada uma das intervenções inclui um período de perguntas e respostas):

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Radar

Irresistível acompanhar alguns "insiders" nestes momentos.
Depois do FMI ter tornado pública a ideia de que adiava a inclusão do Renminbi nos DES (português para SDR`s) para o ano, a China desvaloriza a sua moeda em 6% em apenas 36 horas. A guerra começou? Ou apenas se intensificou?

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Inversão do ónus

Ou como o exercício do poder dilui qualquer necessidade de justificação

Corre mais um verão pré-eleitoral. Afinam-se as gargantas e alinham-se as ideias que hão-de ser vendidas por entre egofonias de (ir)responsáveis desportivos (de futebol, sublinhe-se) e a mais recente fumaça frívola acerca de palavras ou das férias de um político.
O desastre dos cartazes eleitorais dos socialistas só pode entendido como mais uma distracção. Só pode.
Ouviremos declarações profundas e tocantes, levemente sérias, mas seguramente falaciosas, acerca do futuro e da tarefa que os demiurgos têm entre mãos para nos conduzir ao paraíso.
Por detrás destas excitantes distracções, acabam por ficar, sem análise ou enquadramento, alguns assuntos que ilustram bem - na natureza e dimensão - a farsa do guião que cumprimos.

Um primeiro caso, bem documentado e comentado por OAM acerca da seriedade dos demiurgos na gestão dos recursos dos contribuintes. Para o caso, os fundos da Segurança Social.

O outro caso que por aqui elenco, envolvendo as autoridades alemãs, evidencia a forma maleável e distorcida como se conduzem assuntos de estado com a importância das reservas estratégicas de ouro.
A conduta dos responsáveis em ambos os casos vê-se revestida de uma veladura que obscurece a responsabilidade. O poder isenta-se do balanço das responsabilidades.
Uma maravilhosa liga de cavalheiros, sem dúvida.


quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Vocações

Retomando os amores abstractos


No seguimento da exploração feita em (Desafio Reflexivo) acerca da paixão pelo abstracto a que liguei também os conceitos de fuga e apagamento, tento agora identificar algumas das instâncias através das quais esses conceitos-orientadores vão, paulatinamente, concretizando um plano vasto e nebuloso.
Sublinhámos que aqueles conceitos se vão estabelecendo como pressupostos justificadores do discurso e da acção política, económica e social. Pelo que gostava de tentar mostrar que um dos mais importantes passos desses amores pelo abstracto no domínio económico se pode vir a concretizar através da proibição da utilização de moedas físicas no sistema económico. Terá certamente outros precedentes e outras raízes, mas a “teoria de uma sociedade sem moeda” que Kenneth Rogoff deu à estampa no ano passado tem ganho a atenção de muitos agentes, dado o alcance que a concretização dessa teoria teria nas presentes circunstâncias no actual sistema financeiro, monetário e económico.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Serviço Informativo

"Notícias do Ouro"

Está no ar mais um programa noticioso do mercado do ouro por parte da GoldBroker. Um breve vídeo para colocar em contexto os mais recentes dados do mercado mundial dos metais preciosos.
Destacamos:
- as reservas de ouro da China e da Rússia;
- a governadora do banco central russo - Elvira Nabiulina - referiu-se à necessidade de rever a composição das reservas internacionais russas, conferindo maior importância ao ouro;
- as novas rotas do ouro com destino à China;
- Albert Edwards (Société Générale - SocGen) considera que os bancos centrais estão a preparar uma crise maior que a de 2008;

Acrescentamos a notícia de que um grupo indiano de investidores adquiriu a refinaria suíça Valcambi - que é a maior refinaria do mundo.

Continuação de boa semana.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Radar

Numa altura em que pelo Ocidente se divulgam "notícias" de carácter negativo acerca do ouro (em dólares e de natureza sintética, note-se!), pela China e dos cofres da Shangai Gold Exchange (SGE) saíram mais de setenta e três toneladas de ouro na semana de 20 a 24 de Julho de 2015 - sim mais de 73 toneladas de ouro físico numa semana, não sintético (ETF´s)! - para os cofres de investidores privados.
E porque recentemente se divulgaram as reservas oficiais chinesas do mesmo metal (1,658 toneladas), convém ter presente que, entre produção própria e aquisições no mercado internacional, os investidores chineses arrecadaram qualquer coisa como 5,964 toneladas de ouro para o período entre 2010 e 2014.
Não se estranha que estes números - verdadeiramente estonteantes - fiquem à sombra das "notícias" ocidentais acerca do perfil do investidor chinês, após a incrível descida na sua bolsa de valores?

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Recapitulando - Valor

Voltamos a trazer à consideração dos nossos leitores um artigo que publicámos em Outubro do ano passado acerca do papel que ouro pode desempenhar no conjunto dos esforços de poupança que fazemos: constituir-se como reserva de valor.
Antes dessa (re)leitura, deixo também uma ligação para uma recolha de dados feita por Mark O´Byrne para possuirmos informação mais actualizada e de fonte insuspeita quanto ao que se passa, para lá dos títulos das "notícias" dos últimos dias, no mercado dos metais preciosos.
A consideração desses dados não pode deixar de nos suscitar várias perplexidades.


O teste do tempo


As últimas semanas foram ricas em acontecimentos relevantes do ponto de vista financeiro. Muito relevantes, acrescentaria. Por esse mundo fora, registou-se um aumento na volatilidade dos índices bolsistas - com tendência claramente negativa, mas pouco pronunciada. Ainda.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Radar

Enquanto surgem como cogumelos "notícias" acerca do mau desempenho do ouro (ver aqui e aqui) para falar apenas num dos meios nacionais, por que razão não há a mesma preocupação e diligência na clarificação deste assunto?
Chamo a atenção para as declarações de João Salgueiro. Em especial o que não é dito nelas. O que fica implícito, precisamente. Quanto às declarações de Tavares Moreira e de Mira Amaral, elas são de uma assinalável discrição, especialmente se tivermos em conta o registo de "abertura" nas declarações de outros agentes bancários que assinalámos aqui.
A peça que o Observador publica (aqui) mistura o assunto com preparações eleitorais. A seguir.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Farol no mar revolto

Segundo a tese do iminente rebentar global das bolhas, o Brasil tem estado no topo das minhas preocupações. Lamentavelmente, está a tornar-se a imagem de marca das consequências globais da “Finança Selvagem”, livre de constrangimentos, sob a qual vivemos: fluxos financeiros instáveis, excessos na especulação e no crédito, corrupção e más práticas, desajustamento estrutural, tensões sociais crescentes e instabilidade política.
Esta semana pudemos ver o Brasil publicar um maior do que o esperado défice nas Contas Correntes (2.5 biliões de dólares). A inflação está acima dos 9%, a sua moeda está em apuros e o banco central terá de saldar uma grande quantidade de contratos que envolvem moedas estrangeiras (currency swaps). O maior banco dirigido pelo estado está cada vez mais vulnerável. E a economia brasileira deverá contrair 2% este ano. O índice Bovespa desceu 6% esta semana para um mínimo de quatro meses. E os contratos de risco de crédito (CDS) brasileiros subiram para o nível mais elevado desde Março.
Com a atenção recentemente focada na China e na sua bolsa, ou no fiasco Grego, o Brasil tem voado por debaixo do radar.
Depois de um duro 2014, o Brasil tem sido visto no mercado como um beneficiário dos estímulos chineses e da expectativa da recuperação dos preços das matérias-primas. O rebentamento da bolha no índice e nos títulos chineses está a forçar uma grande revisão na visão optimista mais generalizada. As matérias-primas estão em queda livre e o mercado está a ser forçado a rever em baixa as expectativas para as economias dependentes de matérias-primas e respectivas moedas. Daí que o Brasil tenha de estar no topo da lista, tem de estar no nosso radar.

Doug Noland, "O velho. O mesmo velho", 25 de Julho de 2015.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Radar

O momento zen do dia de ontem.
Uma situação que seria deliciosa, não fosse o medo que se identifica no olhar, nas palavras, nas hesitações de Nuno Amado (Millenium BCP) quando se pronuncia acerca da actual situação da banca portuguesa, perdão, do Montepio.
Um clássico instantâneo (aqui).
Palavras para produzir efeitos, não para comunicar. Aterrador.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Desafios Reflexivos

A propósito de amores abstractos


Gostava de trazer à consideração dos nossos leitores um artigo publicado por Daniela Silva n´O Insurgente (aqui). É, julgo, uma importante e oportuna reflexão levada a cabo acerca do ambiente moral em que vivemos.
É importante, pois foca a sua atenção no impulso e orientação do discurso e da acção – nas vertentes política, económica, social e cultural - para o global e para o abstracto. Identifico esta orientação como a tentativa de concretização de uma fuga e de um apagamento.

domingo, 19 de julho de 2015

Serviço Informativo

"Notícias do Ouro"

Publicamos mais um programa noticioso do mercado do ouro por parte da GoldBroker. Um breve vídeo para colocar em contexto os mais recentes dados do mercado mundial dos metais preciosos.
E uma brilhante citação final de Antal Fekete.

Que a semana seja, para todos, muito proveitosa.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Young Guns of Gold

A mesa redonda deste mês conta com elenco um pouco diferente. Esta edição realizou-se com Ronald Stoeferle (Incrementum AG) e Jordan Eliseo (ABC Bullion), Bron Suchecki (da australiana Perth Mint) e Mark O´Byrne (da irlandesa GoldCore).
Os temas abordados são complementados pela apresentação gráfica de alguns dados estatísticos. O interesse e a originalidade, esses, são garantidos. Alguns desses temas são:


terça-feira, 14 de julho de 2015

Citação do dia (189)

Os homens, por natureza, revoltam-se contra a injustiça de que são vítimas. Assim, quando o roubo é organizado pela lei para o proveito daqueles que fazem a lei, todas as classes roubadas procuram, de algum modo, alcançar – por meio revolucionário ou pacífico – o poder de fazer a lei.
De acordo com o seu grau de discernimento, estas classes roubadas podem evidenciar um ou dois propósitos para o domínio do poder político: ou querem terminar esse roubo legalizado, ou querem ter parte nele. Condenada está a nação em que, entre as vítimas desse roubo legalizado, prevalece este último propósito e elas alcançam o poder de moldar a lei! Até isso acontecer, os poucos que praticam o roubo legal sobre a maioria, mantêm essa prática limitada àqueles que podem influenciar a lei. Mas, entretanto, a participação na elaboração da lei torna-se universal. E os homens procuram equilibrar os conflitos entre os seus interesses através do roubo generalizado e, em vez de eliminar as injustiças presentes na sociedade, estes homens generalizam a injustiça.
Assim que os grupos, que até aqui eram vítimas do roubo, ganham poder político, logo estabelecem um sistema pleno de retaliações face a outros grupos. Eles não destroem o anterior sistema de roubo legal, antes vão replicar os seus antecessores nesse roubo. Mesmo quando isso é contra os seus próprios interesses.

Frédéric Bastiat, "A Lei"

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Radar

Upsss! Índices do NYSE estão suspensos. Afinal, para além da Grécia, da China, devemos estar também preocupados com os EUA?
Serão problemas técnicos? Um algoritmo que despoletou a venda?
Estaremos disponíveis para olhar o mal? A sério?

Ver aqui.

sábado, 4 de julho de 2015

A tão desejada inflação

O tempo dilui os referenciais da nossa percepção

No cumprimento das tarefas domésticas, deparei-me hoje com a seguinte constatação: aproximadamente há vinte anos, quando fazia as compras do mês, gastava o equivalente a cem euros. Compras essas que enchiam a bagageira (que era gigante, garanto-vos) do veículo que aparece na primeira fotografia. E, por vezes, alguns sacos ainda acabavam por vir nos bancos traseiros.



quinta-feira, 2 de julho de 2015

Radar

Representante do Partido Comunista Chinês que reuniu com António Costa diz que o partido está disponível para aprofundar os laços com o Partido Socialista.
Preparam um dos possíveis cenários pós-eleições?
Dados os vários contactos com representantes europeus ultimamente, os chineses sublinham a proximidade connosco. Curioso.
Ver aqui e aqui.

Futuro alternativo


Possibilidades e alternativas nos serviços de poupança e de pagamentos

Fomos traduzindo, ao longo dos últimos meses (ver a primeira e última partes), a reflexão levada a cabo por Ken Griffith na defesa de um padrão-ouro livre. A base da sua reflexão assenta, julgo, tanto numa compreensão equilibrada e realista dos valores da Liberdade e livre mercado, como na sua experiência profissional em encontrar meios de facilitar o desenvolvimento das relações económicas entre os diferentes agentes.
Quem foi seguindo essa reflexão lembrar-se-á da história das diferentes tentativas para criar um meio, uma plataforma que fosse, simultaneamente, potenciadora de mais Liberdade nos mercados globais e também uma linha de defesa face a governos sedentos de receita. Para além da intermediação forçada da indústria financeira. 

Simplificando muito, o que se pretendia através dos projectos elencados nessa reflexão era criar uma nova rede de serviços financeiros e de pagamentos, eliminando os custos actuais da intermediação, assim facilitando dinâmicas independentes de empreendedorismo económico. Podendo, esses projectos, também constituir-se como novos modos de fazer poupança.
Estas intenções eram pensadas e projectadas estando ancoradas num grande pilar de sustentação: a sua ligação ao ouro - que é a medida padrão, por excelência, da energia e valor económicos -, como garante dos valores da independência e credibilidade fundamentais na concretização de projectos económicos em ambiente de Liberdade.

Recentemente, concretizou-se aquilo que pode tornar-se o mais sério passo na criação de uma dessas plataformas e alguns meios de comunicação deram disso sinal (ver aqui também).
A BitGold adquiriu a Goldmoney e criou um serviço de pagamentos em ouro usando a tecnologia bitcoin. Os detalhes quanto ao serviço são promissores e a página tem, inclusive, versão portuguesa.
Para compreender em que consiste este serviço e esta plataforma – os seus princípios, vantagens e custos – pode ouvir-se esta entrevista aos dois grandes responsáveis pelo desenvolvimento desta plataforma – Roy Sebag e James Turk.

Que tal colocar-se a si próprio – livre e responsavelmente – no padrão ouro?


terça-feira, 30 de junho de 2015

Para além da Europa e dos seus cismas

Entretanto noutras geografias deste mundo, alguém terá assinado (ontem mesmo!) por Portugal e, aceitando os princípios e regras fundadoras da instituição, comprometido o contribuinte português a entregar 65 milhões de dólares correspondentes a 650 acções do AIIB. Alguém discutiu alguma coisa acerca disto? Algum representante foi mandatado para assumir este compromisso?
Estando a república na situação complicada quanto à saúde das suas finanças, pergunto-me de onde terá surgido o desafogo para este investimento. Será que pode estar relacionado com a hipoteca das nossas reservas de ouro?
Deve ser isto a que muitos chamam Democracia.
Seguir algumas das novidades pela imprensa chinesa aqui.

Foto daqui

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Radar

Uma visão integrada do estado das coisas à escala global - economia, política e finança - por Jim Rickards.
Concorde-se ou não com todas as teses que defende, o enquadramento que apresenta é muito credível e consequente.
Siga-se, atentamente, a descrição dos diferentes momentos da Grande Narrativa em pouco mais de seis minutos.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Citação do dia (188)

Hoje, um punhado de governos usa o sistema Big Data (megadados) para identificar padrões comportamentais individuais para que alguns indivíduos sejam aniquilados.
Hoje, um punhado de fundos de risco usa essa mesma tecnologia para identificar padrões comportamentais dos investidores para que certos concorrentes sejam aniquilados.
Hoje, o sistema Big Data é, em primeiro lugar, um instrumento de recolha de informação social com um poderoso, ainda que intermitente, impacto naqueles indivíduos que são o alvo de um ataque de drones (aeronaves não pilotadas) ou investidores a tentar finalizar um determinado negócio.

Amanhã, um punhado de governos vai influenciar comportamentos e dinâmicas políticas, de um modo agregado, através da disseminação de pequenas informações que o sistema Big Data lhes dirá que será voluntariamente amplificado por determinados indivíduos, por forma a dinamizar “acções populares” de dimensão generosa, duração prolongada e origem difusa.
Amanhã, um punhado de fundos de risco vai influenciar “movimentos no mercado”, através da promoção de pequenas transacções que o sistema Big Data lhes dirá que será voluntariamente amplificado por alguns investidores, por forma a despoletar “dinâmicas conjunturais do mercado” de dimensão generosa, duradoura e cuja fonte seja, justamente, anónima.
Amanhã, o sistema Big Data será, essencialmente, um instrumento de controlo social ubíquo com um impacto poderoso em qualquer cidadão ou investidor.


Alguma informação acerca da tecnologia Big Data - ver aqui.

O amanhã é já hoje. Duvida? Mesmo?

sábado, 13 de junho de 2015

Radar

Uma das empresas europeias de venda e guarda de ouro - a GoldBroker - deu início (hoje mesmo!) a um serviço noticioso dedicado aos assuntos relacionados com o mercado do ouro.
Desejamos a este projecto as maiores felicidades. Seremos, seguramente, espectadores interessados.
Actualização: o estado do Texas aprovou a construção de um depósito estadual para o ouro e vai pedir a transferência, do balcão da FED de Nova Iorque para esse novo depósito, da totalidade das suas reservas do metal precioso.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Cogitações (2)

Os actos de rebelião podem variar, mas ver televisão não é, certamente, um deles. Pelo contrário, o que observamos é um acto de consentimento, um acto de aceitação do mundo enquanto ele se torna virtual, enquanto mutação de uma realidade ficcional que se vai fazendo mundo.
O politicamente correcto que vive através de e por este mundo vai, aos poucos, preparando-nos para a aceitação da violência politicamente correcta. Esta mutação – real, intensa e diária-, opera o seu sucesso último quando dela participamos por uma desistência moral, que começou por ser onírica, mas que se torna efectiva e dolorosa.
Terrivelmente visível na perseguição da heterodoxia, na indiferença face ao sofrimento e à mentira.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Será que toda a gente sabe?

"As políticas dos Bancos Centrais correspondem a piscar para a direita, mas virar à esquerda."

As novas políticas dos Bancos Centrais

Com a coordenação de Robert Johnson, neste longo vídeo, procuram-se analisar as novas dimensões das acções e intenções das instituições que têm o nome de Bancos Centrais. Através do suporte quantitativo, os intervenientes constroem os movimentos da evolução dessas instituições, assinalando, especialmente, a mutação de infraestrutura de salvaguarda para o papel de agentes activos na construção e promoção dos mercados.
Num segundo momento da conferência, foca-se a reflexão nas consequências das acções dos Bancos Centrais ao plano global. E essa reflexão, segundo Andrew Sheng tem de passar pela admissão da manipulação implícita na acção e discurso público dos seus responsáveis, em particular na dissimulação das crescentes desigualdades sociais e económicas. Essa reflexão é enriquecida pela referência aos derivativos, às novas tecnologias, as novas “moedas” que os Bancos Centrais não controlam e os mercados emergentes.

terça-feira, 2 de junho de 2015

A Idade do Cientismo não se recomenda

Voltando a insistir no tema abordado aqui e aqui recentemente (ver também caixa de comentários), via Rob Dreher, um excerto do editorial da edição de Abril último do jornal médico The Lancet, a publicação regular reconhecidamente mais prestigiada da profissão médica na Grã-Bretanha (tradução e itálicos meus):
«O caso contra a ciência está claro: grande parte da literatura científica, quiçá metade, poderá simplesmente não ser verdadeira. Afligida por estudos com pequenas amostras, efeitos minúsculos, análises exploratórias inválidas e flagrantes conflitos de interesses, a que se alia uma obsessão para prosseguir tendências em moda de importância duvidosa, a ciência tomou o rumo da escuridão. Como referiu um participante, "com métodos pobres conseguem-se resultados". A Academia de Ciências Médicas, o Conselho para a Investigação Médica e Biotecnologia e o Conselho para a Investigação das Ciências Biológicas emprestaram agora o seu peso reputacional a uma investigação sobre estas práticas questionáveis de investigação. O aparente carácter endémico de má conduta em investigação é alarmante. Na busca de uma história convincente para contar, os cientistas esculpem com demasiada frequência os dados para os ajustar à sua teoria preferida do mundo; ou ajustam retroactivamente as hipóteses para acomodar os dados de que dispõem. Os editores dos jornais médicos também merecem a sua quota-parte de críticas. Nós ajudamos e incentivamos os piores comportamentos. A nossa aquiescência ao "factor impacto" alimenta uma concorrência pouco saudável para ganhar um lugar num número muito reduzido e selecto de revistas. O nosso amor pela "significância" polui a literatura com muitas estatísticas que são contos de fadas. Rejeitamos confirmações importantes. Os jornais não são os únicos escroques. As universidades vivem numa luta perpétua por dinheiro e talento, objectivos que fomentam métricas redutoras, tais como a publicação de grande impacto. Os procedimentos nacionais de avaliação, tais como o Quadro de Excelência da Investigação, incentivam as más práticas. E os cientistas individuais, incluindo os seus dirigentes mais séniores, pouco fazem para alterar uma cultura de investigação que ocasionalmente bordeja a prática profissional grave.»

sábado, 30 de maio de 2015

Cogitações

Ross Ulbricht criou o Silk Road na internet. Um mercado aberto e alternativo na internet. E, como muitos meios, pode ser usado para o bem ou para o mal.
Foi preso por isso. Para toda a vida.
Era isto que aconteceria a Snowden?

O colesterol passou a ser uma coisa boa

Apesar de uma episódica e já longínqua passagem pela Faculdade de Medicina de Lisboa, esta não é uma matéria que, enquanto leitor, siga de forma sistemática. Não obstante, creio detectar muitas semelhanças numa maleita que, digamos, é transversal a domínios aparentemente tão distintos como a medicina, o "aquecimento global" (se preferirem, "alterações climáticas") e, área da minha formação, a economia (na versão mercantilista e keynesiana vigente). Refiro-me à doença infantil do cientismo empiricista pela qual a preguiça e o "massajar" estaticista, quando não a fraude pura e simples, veio substituir a verdadeira ciência - o estudo, identificação e explicitação de relações de causa e efeito. É certo que não pode haver causalidade sem que exista correlação, mas a tentação de fazer "ciência" à custa da detecção de correlações, reais ou forjadas, é avassaladora. O artigo que vos proponho hoje é disso revelador. Nele se fala do embuste do consenso científico e da ira com que o establishment reage perante quem o ouse afrontar. Quando o dogma se instala, com o beneplácito e, logo depois, com o patrocínio estatal, é dificílimo quebrá-lo - a ciência dá lugar ao aparelhismo burocrático que,por natureza, nunca reconhecerá a admissão do erro e tenderá a perpetuá-lo até ao limite. Parece-me ser um bom complemento ao vídeo de Freeman Dyson que se volta a recomendar.

Um excelente fim-de-semana!

25 de Maio de 2015
Por Matt Ridley


Se estiver a ler isto antes do pequeno-almoço considere por favor a hipótese de comer um ovo. Está iminente a aceitação oficial pelo governo dos EUA de um parecer no sentido de, sem mais, retirar o colesterol da sua lista de "nutrientes preocupantes". Governo que pretende ainda "desenfatizar" a gordura saturada, constatada "a falta de evidências da sua ligação à doença cardiovascular".

Matt Ridley
Este é um ponto de viragem poderoso, ainda que protegido por ressalvas, e que há muito era devido. Havia anos que as provas se acumulavam no sentido de concluir que a ingestão de colesterol não provoca níveis altos de colesterol no sangue. Uma reavaliação levada a cabo em 2013 pela Associação Americana do Coração e pelo Colégio Americano de Cardiologia, não encontrou "nenhuma relação significativa entre o consumo do colesterol alimentar e o colesterol no soro [sangue]".

O colesterol não é um veneno vil, mas um ingrediente essencial à vida, que confere flexibilidade às membranas das células animais e que é a matéria-prima utilizada na síntese de hormonas como a testosterona e o estrogénio. O fígado produz, por si só, a maior parte do colesterol encontrado no sangue, e faz o ajustamento face ao que se ingira, razão pela qual não é a dieta que determina os níveis de colesterol no sangue. Reduzir o colesterol no sangue através da alteração da dieta é algo de praticamente impossível.