Segundo a tese do iminente rebentar global das bolhas, o Brasil tem estado no topo das minhas preocupações. Lamentavelmente, está a tornar-se a imagem de marca das consequências globais da “Finança Selvagem”, livre de constrangimentos, sob a qual vivemos: fluxos financeiros instáveis, excessos na especulação e no crédito, corrupção e más práticas, desajustamento estrutural, tensões sociais crescentes e instabilidade política.
Esta semana pudemos ver o Brasil publicar um maior do que o esperado défice nas Contas Correntes (2.5 biliões de dólares). A inflação está acima dos 9%, a sua moeda está em apuros e o banco central terá de saldar uma grande quantidade de contratos que envolvem moedas estrangeiras (currency swaps). O maior banco dirigido pelo estado está cada vez mais vulnerável. E a economia brasileira deverá contrair 2% este ano. O índice Bovespa desceu 6% esta semana para um mínimo de quatro meses. E os contratos de risco de crédito (CDS) brasileiros subiram para o nível mais elevado desde Março.
Com a atenção recentemente focada na China e na sua bolsa, ou no fiasco Grego, o Brasil tem voado por debaixo do radar.
Depois de um duro 2014, o Brasil tem sido visto no mercado como um beneficiário dos estímulos chineses e da expectativa da recuperação dos preços das matérias-primas. O rebentamento da bolha no índice e nos títulos chineses está a forçar uma grande revisão na visão optimista mais generalizada. As matérias-primas estão em queda livre e o mercado está a ser forçado a rever em baixa as expectativas para as economias dependentes de matérias-primas e respectivas moedas. Daí que o Brasil tenha de estar no topo da lista, tem de estar no nosso radar.
Doug Noland, "O velho. O mesmo velho", 25 de Julho de 2015.
quarta-feira, 29 de julho de 2015
Farol no mar revolto
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