terça-feira, 11 de agosto de 2015

Inversão do ónus

Ou como o exercício do poder dilui qualquer necessidade de justificação

Corre mais um verão pré-eleitoral. Afinam-se as gargantas e alinham-se as ideias que hão-de ser vendidas por entre egofonias de (ir)responsáveis desportivos (de futebol, sublinhe-se) e a mais recente fumaça frívola acerca de palavras ou das férias de um político.
O desastre dos cartazes eleitorais dos socialistas só pode entendido como mais uma distracção. Só pode.
Ouviremos declarações profundas e tocantes, levemente sérias, mas seguramente falaciosas, acerca do futuro e da tarefa que os demiurgos têm entre mãos para nos conduzir ao paraíso.
Por detrás destas excitantes distracções, acabam por ficar, sem análise ou enquadramento, alguns assuntos que ilustram bem - na natureza e dimensão - a farsa do guião que cumprimos.

Um primeiro caso, bem documentado e comentado por OAM acerca da seriedade dos demiurgos na gestão dos recursos dos contribuintes. Para o caso, os fundos da Segurança Social.

O outro caso que por aqui elenco, envolvendo as autoridades alemãs, evidencia a forma maleável e distorcida como se conduzem assuntos de estado com a importância das reservas estratégicas de ouro.
A conduta dos responsáveis em ambos os casos vê-se revestida de uma veladura que obscurece a responsabilidade. O poder isenta-se do balanço das responsabilidades.
Uma maravilhosa liga de cavalheiros, sem dúvida.


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