domingo, 19 de agosto de 2012

A recorrente vitória de Julian Simon

50 anos após a publicação, pelo Clube de Roma, do deplorável, alarmista e totalmente errado The Limits to Growth, Steven Horowitz assina Julian Simon Wins Again, But Will Anyone Learn? (tradução minha):
Talvez tenha dado conta desta história da AP, sobre a "surpreendente" redução nas emissões de CO2, que regressaram aos níveis de 1992. Uma explicação para esta diminuição está no número de centrais americanas produtoras de electricidade que migraram do carvão para o gás natural. Este último reduz drasticamente as emissões de CO2. O que explica então esta mudança?

Bem, para os economistas, não é surpresa: foram os preços relativos.

O gás natural tornou-se significativamente mais barato, levando a que mais centrais levassem a cabo a reconversão. Uma razão para que o gás seja mais barato, é evidente, está na tecnologia da fracturação [fracking]. Deste modo, os nossos amigos ambientalistas têm aqui um pequeno dilema: a oposição ao fracking significa oposição (ao mais barato) gás natural, o que significa oposição à substituição das poluidoras centrais alimentadas a carvão, grandes produtoras de CO2. Uma vez mais, os sinais emitidos pelos lucros levam os empresários a encontrar substitutos para os caros e poluidores processos e, por essa via, ao desenvolvimento de novas tecnologias que criam recursos utilizáveis e valiosos onde eles não existiam anteriormente. Isto conduz à redução de  preços desse substituto, o que conduz à substituição da tecnologia antiga e poluidora.

Julian Simon, aceite uma vénia.

Se ler a reportagem da AP, encontrará o ambientalista do costume, relutante e vacilante, afirmando que "esta não é realmente uma solução" e observando a  "ironia" do gás natural reduzir as emissões de CO2. Não é ironia, pessoal! Pensar que se trata de ironia apenas se deve à recusa em ouvir o que os economistas e pessoas como Julian vêm dizendo há décadas: os mercados solucionam estes problemas melhor do que os decretos governamentais.

De notar igualmente a surpresa pelo facto de que as centrais eléctricas se tenham convertido tão rapidamente do carvão para o gás. Isto não é surpresa para ninguém com um conhecimento básico da economia. Os sinais emitidos pelos lucros são poderosos e as pessoas respondem às mudanças de preços relativos. Isso faz parte da cadeira de Introdução à Economia logo na sua 2ª semana. As mesmas pessoas que estão surpreendidas por isto também foram surpreendidas pela rápida reconversão após a Segunda Guerra Mundial. A surpresa neste caso é apenas uma palavra rebuscada para "ignorância".

A prova dos argumentos de Julian Simon e de outros talvez nunca tenha sido mais evidente do que a transmitida nesta história, mas os verdadeiros dogmáticos não são aqueles de nós que são cépticos não da ciência das alterações climáticas mas da acompanhante ciência social e política, os dogmáticos são os que continuam a negar o poder dos processos de mercado, mesmo quando a evidência está bem à sua frente.

É pedir muito para que exemplos como este possam levar a um repensar do seu dogma? Provavelmente.

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