domingo, 2 de setembro de 2012

Serviço quantos?

Da crónica de ontem de Vasco Pulido Valente, no Público, destaco o seguinte excerto onde, sem pejo, se  escreve o que precisa ser dito, redito e m-a-r-t-e-l-a-d-o acerca de algo que nunca existiu - o "serviço público de televisão":
Pedro Passos Coelho precisa de arrumar a casa. Um problema relativamente simples como o da RTP não explica ou justifica quatro opiniões diferentes - do CDS, do dr. Borges, do indescritível Relvas (hoje na clandestinidade) e do velho lobby da extrema-esquerda e da extrema-direita, que ressurge sempre nesta matéria. Toda a gente grita e o país pasma.

E toda a gente grita porquê? Porque não quer que lhe tirem o "serviço público de televisão"? De maneira nenhuma. Desde que me lembro (e conto com o tempo da ditadura) nunca existiu em Portugal um "serviço público de televisão" e, para complicar as coisas, não existe também um único iluminado capaz de esclarecer sem retórica cultural e patrioteira o que é, na sua essência, um "serviço público de televisão". Mesmo em Inglaterra já se põem dúvidas sobre a BBC. Aparentemente, só nós descobrimos, com uma certeza absoluta, do que na verdade se trata. E, como de facto, o que descobrimos não passa de uma fantasia (ou de um saudosismo imperial), meia dúzia de extravagantes (geralmente para defender o seu emprego e o seu dinheiro) persiste em discutir o indiscutível.

5 comentários:

Anónimo disse...

Para mim Serviço Público é este blogue.

Tenha cuidado, porque se algum estatista lê isto ainda o nacionaliza :-)

Cumprimentos,
J. Ramos

Eduardo Freitas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eduardo Freitas disse...

Caro J. Ramos,

Muito obrigado pelo elogio, ainda que manifestamente exagerado.

OCTÁVIO DOS SANTOS disse...

Não, não é exagerado.

JS disse...

Sim. Serviço Público, mas do bom.
Contrasta com a falta de cultura de muitos dos políticos e exercício.