segunda-feira, 1 de abril de 2013

Manobras climáticas em plena Quaresma

Como observou recentemente o Prof. Roger Pielke, ainda no rescaldo do furacão Sandy, "[t]he actual reason for the increasing number of damaging tropical storms has to do with the reporting of damages" (itálico meu). Ora, creio que haverá fortes razões para suspeitar que esta asserção será válida para muitos outros fenómenos onde a importância social(izada) e, em consequência, a sua importância política, é função directa da amplitude que os media  lhe quiserem dar. E não se trata aqui dos efeitos da tabloidização  mas antes dos media de "referência", em tandem com uma intelectualidade diversa que partilha entre si, ainda que com cambiantes, uma devoção muito comum: a defesa de "interesses de grupo" para cuja concretização é essencial o concurso de uma qualquer forma de intervencionismo estatal.

Retirado daqui
É assim muito interessante constatar a circunstância de, em plena Quaresma, duas publicações de referência,  a The Economist e a Der Spiegel, terem para um "realinhamento de tropas" na cruzada climática. Na Economist, sob o circunspecto título de "A ciência climática - uma matéria sensível", leva-se a cabo o que poderíamos classificar de algo muito próximo de um longo exercício de contrafactual:  e se, por hipótese, "a ciência não estiver estabelecida"? Já na Spiegel, como Pierre Gosselin aqui nos alerta, num texto de título muito agressivo - Teorias da conspiração: o que motiva os negacionistas -, se levava a cabo um muito significativo downgrade no habitual alarmismo climático já que, agora "a esmagadora maioria dos cientistas climáticos concordam em que o clima está a mudar e que as emissões de CO2 induzidas pelo homem têm uma influência neste processo" (realce meu). Espantoso, não é? Dir-se-ia escrito por um céptico...

Bem, tudo isto não deve estar desligado da teimosia persistente dos factos em não aderir aos modelos climáticos que têm fornecido a suposta justificação científica para as políticas energéticas suicidas que os países ocidentais vêm seguindo para "salvar o planeta". A coisa é de tal ordem que agora, ao que parece, a culpa pela falta dos sintomas do aquecimento global nos últimos 16 anos se deverá ao ritmo crescente de utilização de carvão - sim, do carvão!!! - que se verificou a partir de 2000 (culpa dos chineses e indianos). A hipótese, científica  claro está, vem de nada mais nada menos do que de James Hansen!

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