domingo, 14 de setembro de 2014

25 anos depois, um novo muro na Europa agora subsidiado por Bruxelas

Em mais um episódio da cerrada floresta de decepções em que a Ucrânia se vem mostrando pródiga[1], a acusação que Kiev fazia a Moscovo, em Abril, de pretender construir um novo "muro de Berlim", transformou-se na intenção de efectivamente o materializar só que agora por parte de Kiev e com co-financiamento da União Europeia! É para este perigoso absurdo que Christopher Booker nos chama a atenção na sua coluna de ontem no Telegraph (minha tradução e anotação):
Quem poderia prever há uns meses atrás que o 25º aniversário da queda do Muro de Berlim seria marcado pela construção na Europa de um outro "muro", de quase 1600 km de comprimento, para impedir as pessoas de atravessar uma fronteira internacional?

Com o nome de código oficial de "Muro", é este o plano do periclitante regime de Kiev para construir valas, trincheiras e uma "vedação resistente a explosões" ao longo da fronteira entre a Ucrânia e a Rússia, que o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko [2], tem esperança que a UE venha a co-financiar. Sem dúvida que Bruxelas ficará feliz em canalizar o nosso dinheiro para um projecto insano como este, até porque toda esta confusão foi desencadeada pelas suas movimentações imprudentes e provocatórias com a finalidade de absorver a Ucrânia na UE e na NATO.

Foi também por isto que aviões da NATO transportaram na semana passada duas rampas de lançamento de mísseis para Kharkov, para ajudar o exército ucraniano a chacinar ainda mais civis no leste da Ucrânia do que aqueles que já matou. Mas por que razão o nosso secretário da Defesa Michael Fallon – ao se encontrar com os seus colegas da UE em Milão na passada quarta-feira - se apressou a aplaudir este perigoso absurdo?
[1] Ontem, sábado, houve mais um segundo "comboio humanitário" que entrou na Ucrânia vindo da Rússia mas que passou, significativamente, despercebido ao contrário do furor ocorrido com o primeiro.

[2] Há poucos dias a Wikileaks divulgou este telegrama "diplomático", assinado pelo embaixador americano em Kiev em 2006, onde o agora presidente ucraniano era então designado de "nosso insider", isto é, um informador dos EUA.

2 comentários:

floribundus disse...

tem particular interesse um artigo de
Vldimir Fédorovki
russo de origem ucraniana que apoiou Gorbatchev durante a glasnot
e vive há anos em Paris onde publicou alguns livros sobre a Rússia

Eduardo Freitas disse...

Caro floribundus,

O artigo a que se refere é este? Em caso negativo, importa-se de indicar o link relevante?

Saudações