quinta-feira, 31 de maio de 2018

Introdução ao condicionamento do pensamento

"A esquerda soube tomar conta das universidades"

Nesta primeira parte da entrevista, Niall Ferguson apresenta um pouco do que passou ao longo do seu percurso académico.
Descontando a vaidade (escondida de falsa modéstia) com que partilha este relatos, Ferguson apresenta com clareza a manobra de ocupação e domínio da produção e construção do conhecimento que ocorre há décadas. Não é novidade, já sabemos.
O fenómeno está apenas a tornar-se comum, mais popular. E parece que mais aceite. É isso que precisamente mais assusta.
Para enquadramento conceptual deste problema, e salvaguardadas as referências históricas (mais ou menos directas), remetemos os leitores para "Verdade e Política" de Hannah Arendt (segue, de imediato, para a recomendação de leitura aqui do blogue). Nesta obra, a autora mostra como os mentirosos que se enganam a si mesmos (aqui sugerimos o paralelo com os "intelectuais" que povoam as universidades) que, não obstante as catastróficas consequências para a compreensão crítica da realidade, são reconhecidos como credíveis e olhados com condescendência e compreensão por parte da opinião pública.
Não podemos recomendar mais a leitura de Arendt para vislumbrar o mecanismo de todo este entorse perceptivo. É que, quanto maior a dimensão do embuste, maior a credibilidade que estes "intelectuais" (também podem ser políticos) arrecadam das massas. A inteligência de toda a manobra reside mesmo aqui.

Alguns dos pontos mais importantes da entrevista são:
- a perseguição e condicionamento dos departamentos universitários;
- digressão histórica da manobra de assalto das universidades e do pensamento por parte da esquerda;
- a natureza do ambiente intelectual (endogamia) nas mais reputadas universidades;
- a manobra clássica de assassinato de carácter do revisionista;
- movimentos alternativos de expressão de ideias diferentes.

Se a perseguição intelectual é aqui apresentada por um historiador (caracteriza-se a si próprio como não sendo conservador) institucional, imagine-se aquilo por que passou Murray Rothbard (e passam tantos outros) que assumiu uma postura claramente revisionista, partindo inclusivamente de uma posição filosófica em total oposição ao pensamento dominante. O que não parece ser o caso de Ferguson.
E ainda há quem pense que vivemos em sociedades livres...
Boas reflexões e bom fim de semana.

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