segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Breves notas sobre a execução orçamental de Janeiro

  1. Como escrevi há umas horas atrás, a coreografia seguida pelos nossos (des)governantes na preparação da vinda de "excelentes" notícias em matéria orçamental - inclusivamente com notícia plantada, em destaque, na primeira página do Expresso (repetindo outra, ainda muito recente...) -, não indica nada de bom. As boas notícias não necessitam ser encenadas;
  2. Em qualquer lugar de um qualquer mundo são, as indicações de um mês, ainda por cima o primeiro de uma série de doze, significam muito pouco - exactamente 8.33% de um total de 100%;
  3. Com as sucessivas alterações legislativas e fiscais (3,5 PECs) nada é por enquanto verdadeiramente comparável com nada;
  4. A avaliar pelo facto de as "excelentes" notícias, gentilmente pré-anunciadas, apenas dizerem respeito à evolução da receita, sou levado a ter fortes razões para supor que a evolução da despesa - a ÚNICA que permite avaliar de uma EFECTIVA consolidação orçamental - está longe de ser "excelente" (vide esta "mudança de base");
  5. O ano de comparação a utilizar deverá reportar-se ao do DESCALABRO ABSOLUTO, fundado na MENTIRA e no mais rasteiro ELEITORALISMO, ou seja, a 2009;
  6. Por último, ouvi de raspão o Inenarrável, de sorriso de orelha a orelha, a ironizar com a falta de entusiasmo da oposição com tão "excelentes resultados". Por mim, este facto bastar-me-ia para concluir que tudo não passa de mais um mistificador passe de mágica de plástico, marca Domplex (não confundir com o nobre plástico da Tupperware).
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Adenda: por razões conhecidas, Helena Garrido é insuspeita nas suas análises. O que escreve no seu blog, O Estado em Janeiro - o monstro confirma, infelizmente, todas as reservas que eu aqui tinha enunciado.

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