quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

As 10 piores previsões económicas de sempre

Traduzido por mim do Zero Hedge, onde se poderá tirar partido das ilustrações que acompanham o texto original (aconselhável até porque será bem mais divertido). Sem ter acesso a qualquer espécie de inside information, nem conhecendo Tyler Durden (o autor do post) de lado nenhum, apostaria que a oportunidade deste artigo não é alheia à extrema exuberância que se vem verificando na generalidade das principais bolsas, em muitos mercados imobiliários, em leilões de arte, etc., sem esquecer as bitcoins... Para não voltar a socorrer-me de Peter Schiff para sublinhar as semelhanças com a situação de 2007/2008, veja-se que também Nouriel Roubini, um keynesiano, vê bolhas no sector imobiliário (17!) pelo mundo fora [em português, aqui]. Os links abaixo foram por mim acrescentados.
10) Ben Bernanke, em 10 de Janeiro de 2008 - "Nas circunstâncias actuais, a Reserva Federal não prevê uma recessão".

Poucos meses depois, os Estados Unidos entraram numa das piores recessões de sempre.

9) Herbert Hoover, em 1928: "Os Estados Unidos estão mais perto do triunfo final sobre a pobreza do que alguma vez sucedeu na história de qualquer país."

A Grande Depressão começou um ano depois. As cotações das acções perderam quase 80% sob a sua presidência [1929-1933].

8) James Glassman e Kevin Hassett (autores do livro: DOW 36.000), em 1999: "As acções estão agora no meio de uma escalada única até atingirem um patamar muito mais elevado - na vizinhança dos 36.000 pontos do índice industrial Dow Jones."

Segundo as suas estimativas, o Dow Jones deveria chegar aos 36.000 pontos. Os anos seguintes ficaram marcados pela bolha da internet, com o Dow a cair dos 10.000 para os 7.200 pontos.

7) George W. Bush, em 15 de Julho de 2008: "Podemos ter confiança nos alicerces de longo prazo da nossa economia ... Penso que o sistema está basicamente sólido. É verdadeiramente o que penso."

Esta frase foi pronunciada exactamente dois meses antes da falência do Lehman Brothers.

6) Donald Luskin (um guru americano na área do investimento), em 14 de Setembro de 2008: "Quem quer que diga que estamos em recessão, ou que estamos a caminho de uma recessão - em particular, a pior depois da Grande Depressão - está a inventar a sua própria definição privada de 'recessão'."

De acordo com Luskin, Obama agravara deliberadamente a  leitura de dados económicos para desacreditar McCain nas eleições presidenciais que tiveram lugar dois meses depois. O Lehman Brothers entrou em falência no dia seguinte.

5) Irving Fisher (economista), 15 de Outubro de 1929: "As cotações das acções atingiram o que parece ser um patamar permanentemente elevado."

O crash de 1929 começou na semana seguinte, com o Dow Jones a perder cerca de 85% do valor do "patamar permanente"!

4) David Lereah (economista americano), 12 de Agosto de 2005: "Eu realmente acredito que o mercado imobiliário continuará a expandir-se. Mas em vez das valorizações de dois dígitos a que temos assistido, poderemos vir a observar um arrefecimento para valorizações de 5% ou 6% lá para o final do próximo ano."

Os preços do imobiliário caíram de forma mais acentuada entre 2006 e 2008 do que durante a Grande Depressão.

3) Joseph Cassano (Responsável pelos Produtos Financeiros na AIG), em 2007: "É-nos difícil, sem que sejamos desrespeituosos, a sequer antever um cenário de qualquer tipo, nos limites da razão, onde pudéssemos assistir à perda de um dólar nosso em qualquer uma destas transacções de Credit Default Swaps."

No ano seguinte, a AIG foi alvo de um resgate pelo governo após ter sofrido perdas enormes. Sobretudo relativamente aos CDS ...

2) Franklin Raines (CEO da Fannie Mae), em 10 de Junho de 2004: Esses activos supbrime estão tão isentos de risco que o capital neles parqueado deveria ser inferior a 2%."

O governo dos EUA interveio em 2008 para resgatar a Fannie Mae - em grandes apuros durante a crise do subprime.

1) David Woo (Analista, Bank of America), em 5 de Dezembro de 2013 sobre a bitcoin: "A nossa análise ao seu justo valor tem implícita um preço de 1.300 dólares."

O futuro dirá se é ou não razoável atribuir um "valor justo" a esta moeda virtual. Enquanto isso, a bitcoin perdeu 46% do seu valor na sexta-feira... [sendo certo que, entretanto, já recuperou boa parte das perdas, aproximando-se novamente dos 1000 dólares].

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