sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Governo (re)afirma promoção activa do desemprego

Como "[o]s jovens são os primeiros a sofrer quando há contracção abrupta e profunda do mercado de trabalho, dado que não têm nem experiência profissional nem ligações ao mundo do trabalho", o Governo vai proibir os estágios não remunerados. Sim, faz todo o sentido: quando a oferta de emprego se contrai, o remédio governamental consiste em contraí-la ainda mais! Que lógica sublime! Que costumeira desfaçatez!

Mas para que não restassem dúvidas que a ideia governamental é dificultar ao máximo a possibilidade de obtenção de um estágio profissional, que dizer da medida relativa à "integração dos estagiários na segurança social, garantindo que a carreira contributiva dos jovens se inicie mais cedo"! Ou seja, a pobre "bolsa" (dos estágios que apesar de tudo ainda se realizarem) são afinal fonte de receita parafiscal!

Mas como acontece frequentemente, o melhor está no fim. Ora atentem neste primor:

5 comentários:

Anónimo disse...

Quando há uns tempos o desemprego subiu o Ministro da Economia disse que não é o Governo quem cria empregos. São as empresas.

Eduardo Freitas disse...

Vieira da Silva, por uma vez, disse então algo de acertado.

Anónimo disse...

Um estágio não remunerado não é um emprego!!
Um emprego (qualquer actividade de trabalho) só faz sentido se for remunerado.
Se estou errado então gostaria muito de empregar o autor do post (sem pagar claro).

Eduardo Freitas disse...

Caro Anónimo,

Diz bem: um estágio não remunerado não é um emprego. Aliás, mesmo que seja remunerado, continua a parecer-me não se tratar de um emprego a não que, por emprego, se possa entender o prosseguir de uma "carreira" de profissionalização (conheco um par de casos).

Um estágio, visto por parte do estagiário, constitui a possibilidade de adquirir esperiência e conhecimento valorável pelo mercado na expectativa que a possa rentabilizar no futuro, profissional e monetariamente.

Visto por parte da entidade oferente, o estágio é frequentemente uma fonte de "chatices" pois é preciso encontrar tempo para acompanhar o estagiário, orientá-lo e ensiná-lo pois, as mais das vezes, os conhecimentos (quando existem...) por parte dos estagiários estão longe de ser os interessantes para a firma oferente (sei bem do que falo, já orientei dezenas deles).

É por essa razão que proibir estágios não remunerados constitui um excelente incentivo a que a oferta de estágios diminua e, por essa via, diminuam igualmente (ainda mais) as possibilidades de emprego para os jovens. Caramba, até Sérgio Sousa Pinto percebeu isso!

Eduardo Freitas disse...

Caro Anónimo,

Diz bem: um estágio não remunerado não é um emprego. Aliás, mesmo que seja remunerado, continua a parecer-me não se tratar de um emprego a não que, por emprego, se possa entender o prosseguir de uma "carreira de profissionalização estagiária" (conheco um par de casos).

Um estágio, visto por parte do estagiário, constitui a possibilidade de adquirir experiência e conhecimento valorável pelo mercado na expectativa que a possa rentabilizar no futuro, profissional e monetariamente.

Visto por parte da entidade oferente, o estágio é frequentemente uma fonte de "chatices" pois é preciso encontrar tempo para acompanhar o estagiário, orientá-lo e ensiná-lo pois, as mais das vezes, os conhecimentos (quando existem...) por parte dos estagiários estão longe de ser os interessantes para a firma oferente (sei bem do que falo, já orientei dezenas deles).

É por essa razão que proibir estágios não remunerados constitui um excelente incentivo a que a oferta de estágios diminua e, por essa via, diminuam igualmente (ainda mais) as possibilidades de emprego para os jovens. Caramba, até Sérgio Sousa Pinto percebeu isso!