domingo, 23 de outubro de 2011

Demência energética na Grã-Bretanha

Por razões de ordem diversa, a menor das quais não terá sido a do puro oportunismo político, os Tories tudo fizeram - o que não foi fácil - para ultrapassar o Labour, pela esquerda, proclamando-se como os campeões do ambientalismo aceitando até ultrapassar as metas vindas de Bruxelas na sua cruzada pela descarbonização. Ganho o poder aos trabalhistas, o resultado foi o estabelecimento de uma carregada agenda tendo em vista combater o aquecimento global (rebaptizado entretanto de "alterações climáticas").

Ora sucede que um dos itens dessa agenda "[w]e will continue public sector investment in carbon capture and storage (CCS) technology for four coal - or gas- fired power stations" parece ter acabado de ser declarado morto e enterrado, como conta Christopher Booker.

E que dizer deste outro "[w]e will push for the EU to demonstrate leadership in tackling international climate change" quando, finalmente, é agora até a própria Comissão Europeia que se questiona quanto ao sentido de prosseguir numa estratégia [suicida] de descarbonização quando ninguém mais se mostra preocupado com o assunto?


Loucuras, loucuras, loucuras: inúteis ventoinhas por todo o lado que são pagas ora pela (pouquíssima) electricidade produzida ora para não a produzirem, brutais taxas de emissão de carbono impostas sobre as empresas produtoras de electricidade e todo um red tape associado ao Climate Change Act, apenas conseguiram aumentar, de forma consistente e crescente o preço da electricidade (18% mais do que há um ano) assim atirando para a "fuel poverty" [limiar de pobreza associada ao dispêndio de mais 10% do rendimento no aquecimento residencial] britânicas (6,3 milhões de lares, segundo a Wikipedia, ou seja, 25% da totalidade). A coisa é de tal ordem que até a Inquilina de Buckingham corre o risco ser abrangida na referida categoria, conforme relata o Finantial Times.

1 comentário:

BC disse...

Eduardo,

Excelente post.

A União Europeia começa a questionar-se sobre a perseguição de objectivos em que só ela está empenhada e que lhe trará perda de competitividade.

Pior, objectivos inatingíveis por serem utópicos.

2012 é capaz de trazer grandes novidades até porque é provável que o Protocolo de Kyoto não tenha sucessor.