sábado, 11 de fevereiro de 2012

Ciências sociais vs ciências naturais

Já por várias vezes procurei chamar a atenção (entre as quais, aqui, aqui e aqui) para as semelhanças que me parecem ocorrer entre as (inevitavelmente fúteis) tentativas de modelar (= prever) o clima e, por maioria de razão, uma Economia. Não irei aqui repetir as razões da futilidade de prever a evolução de sistemas complexos não-lineares, por muito poderosos que sejam quer o poder computacional disponível (que há décadas cresce exponencialmente), quer o número de equações e variáveis utilizadas na sua modelização. Gostaria apenas de chamar a atenção que, sendo o clima uma matéria indisputavelmente do domínio das ciências físico-naturais (das coisas, portanto) e a Economia do universo das ciências sociais (das pessoas e das suas interacções), a complexidade destas últimas é muitíssimo superior à das ciências físico-naturais. Porque, ao contrário das pessoas, de cada indivíduo, o sol, os oceanos, os ventos ou as pedras, não agem, não reagem, não pensam, não têm propósitos.

Jesús Huerta de Soto (JHS) explica as necessárias diferenças metodológicas entre ciências naturais e ciências sociais e o paradoxo que resulta de, sendo estas últimas muitas mais complexas que as primeiras ("complexíssimas" na classificação que JHS faz nesta lição), todo o mundo achar, por exemplo, que "sabe" de Economia ainda que reconheça que "nada sabe" sobre, sei lá, física quântica.



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