quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Economia e modelos matemáticos (3)

De acordo com a ortodoxia vigente na doutrina económica, algum contendor que surja a disputar o "saber instalado" está condenado, à partida, ao ostracismo pelo establishment se essa contenda não se apresentar envelopada num "modelo", basicamente uma formalização matemática de um conjunto de hipóteses sujeita a "verificação" por recursos a dados empíricos. Tudo se resume a "if you have no formal model, you have nothing [If you do have a model, you are swimming in the mainstream]".

Robert Wenzel, neste post a propósito da teoria dos jogos de von Neumann e Oskar Morgenstern (e mais tarde de John Nash (Mente brilhante, recordam-se?)), cita Peter Klein:
Game theory can be fun and interesting. It’s central to current mainstream research in industrial organization and corporate strategy. It’s been taught to a generation of MBA students. Unfortunately, according to FastCompany, nobody in business actually uses it.
Aqui chegado, ocorreram-me dois artigos recentes que li:
  • Robert Higgs, nesta entrevista, descreve bem a perspectiva dos "Austríacos" sobre a inutilidade de modelar a complexidade incomensurável e irrepetível da interacção humana e, logicamente, o grande cepticismo no recurso à econometria (a disciplina da modelação económica);
  • Neste outro, Nassim Nicholas Taleb (famosíssimo autor do Cisne Negro) e Mark Blyth, explicam a futilidade do exercício da modelação em sistemas complexos não-lineares como o são a Economia (e o clima).

Sem comentários: