A China - o maior consumidor mundial de energia - descobriu grandes quantidades de gás de xisto [shale gas] na sua província de Sichuan, de acordo com o Financial Times. Com esta descoberta, espera-se que a indústria chinesa de energia vá dotar o país de uma fonte de combustível "barata e abundante" para algo como os próximos 300 anos, de acordo com as estimativas e o padrão de consumo actual. Este tipo de gás não convencional é extraído de formações xistosas utilizando água altamente pressurizada e produtos químicos, técnica conhecida como "fracking" que se tem vindo a tornar cada vez mais popular, revolucionando os mercados por todo o mundo, incluindo os Estados Unidos, hoje o maior produtor mundial de gás de xisto.
Nota: vejo frequentemente confundido aquilo que necessita ser destrinçado. Refiro-me à confusão, às vezes premeditada, que se estabelece entre "reservas" e "recursos" falando de produtos minerais. Por "reservas" de uma dada fonte energética dever-se-á entender o volume existente dessa fonte energética num país, isto é, o volume já provado e cuja extracção é actualmente economicamente viável; já por "recursos" energéticos de um país se deve entender o total do potencial energético de um país, aqui se incluindo, por exemplo, depósitos de hidrocarbonetos de que se sabe a existência mas que não podem ainda ser consideradas reservas por, por exemplo, não existir tecnologia, por enquanto, tecnologia que permita extraí-los a preços economicamente sustentáveis. É assim que se explica o aparente paradoxo que, brevemente, aqui expus e que vem permitindo, desde Malthus, que o Apocalipse anunciado do "esgotamento de recursos" esteja sempre a ser adiado.
Sem comentários:
Enviar um comentário