quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O vazio extremo (2)

François Hollande, que começou por prometer congelar os preços dos combustíveis (por três meses), viu-se obrigado a adiar a oportunidade de uma tão estrutural medida, quando os preços começaram a cair nos mercados internacionais. Apontei, em devida a altura, o seu azar. Evidenciando um apurado jogo de cintura, logo então aproveitou a oportunidade para falar da introdução de um imposto uma taxa sobre a gasolina para proteger as famílias de aumentos conjunturais!!

Eis senão quando os preços do crude retomam a trajectória ascendente (ver widget na coluna à direita, no final da página), assim se materializando a oportunidade para retomar a opção inicial de "congelamento", que tinha aliás sido prometida em campanha eleitoral. Mas não. O governo francês convenceu as petrolíferas a baixar, durante três meses, as suas margens em três cêntimos; e, num passo de magia distributiva trapaceira, decidiu subsidiar os consumidores de combustíveis com os impostos dos contribuintes, em outros três cêntimos. A coisa vai custar 300 milhões de euros que irão, direitinhos, acrescer ao défice do orçamento. Para quê? Para absolutamente nada (como Guterres terá acabado finalmente por perceber quando fez, ou deixou que se fizesse, uma patetice semelhante).

3 comentários:

Unknown disse...

Se um incapaz deste calibre é uma realidade em França, país com um nível cultural geral a galáxias do nosso, que novos socratinos nos reservará ainda o futuro? O retorno ao padrão ouro parece ser a única defesa do povo contra este simulacro de democracias que governam o mundo ocidental.

Eduardo Freitas disse...

Também me parece, caro Anónimo.

Fean disse...

Caro Eduardo F.

Pelo que percebi, trata-se de um “subsídio” através da diminuição do imposto sobre combustíveis. Se assim for, é de louvar pois é salutar para a economia.

Só estou curioso para saber onde vai o Holland cortar para compensar esta quebra na receita...