sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Príncipes do Yen - ou DDT como por cá podem ser conhecidos

A captura da realidade política, económica e social

Para quem ainda tenha dúvidas dos incentivos incorporados no sistema, recomendo que veja atentamente este vídeo. Num presente repleto de análise e discussão do papel dos reguladores (especialmente da banca e sector financeiro), de críticas, seja de especialistas ou políticos, à acção da troika, passando pelas propostas apresentadas por movimentos políticos (portugueses ou espanhóis, neste caso) quanto às reformas necessárias do sistema financeiro, estranha-se que a atenção seja desviada do mais importante: o papel dos Bancos Centrais.
Estas instituições têm um potencial destrutivo sem igual. Repito, sem igual. Os "grandes grupos económicos", os "grandes especuladores", todos eles obedecem às suas ordens. Pactuam com as ideias para o planeamento económico, financeiro e social que estas instituições impõem, levando a cabo políticas com consequências devastadoras.


E o que acontece quando o erro se reconhece publicamente? Ora regressa-se ao princípio, isto é, volta a dar-se rédea solta aos Bancos Centrais para resolver o problema que os mesmos criaram.
Assim, sem mais. Num ciclo de repetições que só se compreende pela falta de compreensão destas matérias por parte do cidadão comum. É em seu nome que aquelas instituições agem, mas não é na defesa do seu interesse. Isso é claro.
O filme começa por analisar a situação histórica japonesa (até por ter sido inspirado no livro de Richard Werner que possui um conhecimento aprofundado da situação passada e presente do Japão), mas atravessa o globo. Chega à Europa. À Zona Euro, ao BCE e ao carácter indiscutível destes projectos. Veja-se o ar contrafeito de Trichet ao ter de responder a questões numa conferência de imprensa, acerca do mandato do BCE, bem como o estatuto legal blindado da instituição e dos seus oficiais séniores. Aterrador.
Algumas das consequências destes arranjos já estão por aí. Até quando evitaremos enfrentá-las?
Até quando continuaremos a designar o presente económico e financeiro de Capitalismo e a apontar-lhe falhas que são, isso sim, resultado da sua completa subversão.
Continuaremos a aceitar a circularidade deste exercício? A aceitar esta maldade intrínseca?
Que fazemos, então?

Votos de um excelente fim-de-semana.

1 comentário:

floribundus disse...

os bc (bem comidos) tornaram-se depósitos de vitinhos