segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Prova provada do "benefício" dos estímulos estatais

ACTUALIZAÇÃO: e quando a realidade, teimosamente, insiste em não se comportar como devia, vale tudo para convencer os néscios.
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O gráfico abaixo foi apresentado pela administração Obama, em Janeiro de 2009, para ilustrar a imprescindibilidade e a racionalidade do pacote de "estímulos" aumento da despesa pública que viria a ser aprovado no Congresso no mês seguinte. No "boneco", figurava-se a evolução da taxa de desemprego que ocorreria caso não houvesse os tais "estímulos" (curva a cinzento claro) contrastando-a com aquela que se estimava vir a ocorrer na sua presença (curva de cor azul escura).

Imagem retirada daqui

Num simples exercício de fact-checking, ao gráfico original foi sobreposta a evolução real da taxa de desemprego (a vermelho) resultando de imediato a constatação de um "desvio colossal" entre os valores projectados (por via do recurso a um dado modelo econométrico (económico-matemático)) e os verificados. Como interpretar um tão colossal desvio? A típica explicação uberkeynesiana, o mesmo é dizer, krugmanita é a de que os "estímulos" (cerca de 800 mil milhões de dólares à altura, sem contar com os das vagas subsequentes) foram, claro está, insuficientes, explicação (?) cuja bondade, à partida, está completamente blindada quanto ao teste da sua eventual invalidade. Uma outra explicação, nas antípodas da krugmanita, é que a despesa pública injectada na economia, ao adiar o que seria o ajustamento natural da economia prolongou desnecessariamente a recuperação económica não sendo de excluir a hipótese de que a situação hoje (quase cinco anos depois, 7.3% em Outubro) poderia ser melhor caso não tivessem ocorrido quaisquer "estímulos"!
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Nota: ocorreu-me este pequeno apontamento após ter lido esta crónica de Rui Tavares (em plena "longa marcha" para o PS) que, evidentemente, também abraça a receita supostamente universal e infalível do caminho da "prosperidade" induzida pela crescente despesa e endividamento estatal com que Krugman, categórico, convoca os crentes.

1 comentário:

Pedro F disse...

O mais interessante é que a projecção do governo indica que as curvas já não seriam muito diferentes em 2012 e coincidiriam em 2014.
Mesmo acreditando que de facto o estimulo poderia ajudar, correria-se o risco de forçar o sistema, com base nessas projecções, se não existissem eleições pelo meio?