sábado, 23 de abril de 2011

Propostas radicais, precisam-se

é o que parece impossível que os partidos do "arco do poder" alguma vez venham a propor aos portugueses. O PS, impregnado de marxismo jacobino a que se acoplaram as "fracturas" LGBT, nunca aceitará propor algo que possa surgir como sequer parecendo por em causa a progressividade do imposto sobre o rendimento. O CDS, excepto no breve período que foi liderado por Lucas Pires, sempre foi um partido igualmente socialista apenas diferindo na forma como o estado procede à redistribuição. O PSD, dos três potencialmente o menos iliberal, tem sofrido de uma ausência de liderança que se afirme pela diferença que a ruptura com o status quo sempre significa.

De acordo com a edição do Financial Times de ontem, "quando os portugueses regressarem ao trabalho na próxima 3ª feira, o plano de salvamento da sua economia garrotada pela dívida, implicando a adopção de medidas severas de austeridade e de reformas estruturais, deverá estar perto da sua conclusão". "Para além de aumentos de impostos, reduções salariais e congelamento de pensões, o pacote deverá igualmente incluir medidas para liberalizar os mercados de trabalho, do arrendamento e da energia em ordem a endereçar os problemas de fraco crescimento económico e baixa produtividade".

Se "liberalizar o mercados de trabalho" vier a significar acabar com a precariedade dos contratos de trabalho, ou seja, tornar livre a contratação e o despedimento, pois muito bem; se "liberalizar o mercado de arrendamento" significa tornar livre a fixação das rendas e a duração dos respectivos contratos garantindo-se em simultâneo que a aplicação da justiça será imediata caso uma das partes não cumpra o acordado, muito bem também. Se "liberalizar os mercados de energia" significa acabar com as tarifas reguladas e com as tarifas feed-in e os famigerados Custos Económicos(!) de Interesse Geral(!), melhor ainda. Vergonha será não termos nós portugueses a coragem de há muito as ter posto em prática.

Já expliquei aqui que está em curso mais uma gigantesca manobra para desvalorizar as próximas eleições de Junho com o pretexto de que "são todos iguais" e que "tudo está já decidido pelo FEEF/FMI pelo que o governo que vier não tem graus de liberdade". MENTIRA! O Estado tem que emagrecer quer por força de privatizações quer pela diminuição das funções que hoje assume devolvendo aos portugueses o espaço de actuação e criatividade que o Estado lhes tem sonegado. Para isso, é necessário também que o sistema fiscal seja radicalmente modificado, a começar pelos impostos sobre o rendimento. Que se eliminem as deduções fiscais sim mas, em contrapartida, se caminhe para uma flat tax que incentive o trabalho e premeie o esforço individual. Como Rand Paul propõe neste pequeno video:

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