quarta-feira, 27 de abril de 2011

O estado, os subsídios e o descalabro económico

Tenho vindo a manifestar, de forma muito veemente, a criminosa política de subsidiação de etanol nos EUA que já levou a que 40% da produção americana de milho lhe seja destinada, desviando assim recursos (terrenos e respectivas colheitas) tão necessários para acorrer às crescentes necessidades de alimentos, especialmente num contexto de espiral de preços que atravessamos.

A política americana é tão absurda (subsidiação aos agricultores e aos industriais americanos a que se junta a adopção de uma política alfandegária que fixa elevadíssimas tarifas à concorrência do etanol brasileiro) que até Al Gore reconhece agora que foi um erro essa política e que ele próprio a defendeu porque estava interessado em obter os votos dos estados agrícolas.

Mas para que não me veja acusado de só falar nas políticas absurdas dos Democratas e em particular das de Obama, hoje tenho uma história engraçada, também sobre o etanol, do neocon Newt Gingrich. O Wall Street Journal, neste artigo de 30 de Janeiro último, apontou Newt Gingrich como apoiante do lóbi do etanol como o atestava um discurso que o próprio Gingrich tinha pronunciado uns dias antes. Em resposta, a 3 de Fevereiro, Gingrich escreve ao WSJ, onde afirma:  "I am not a lobbyist for ethanol, not for anyone. My support of increased domestic energy production of all forms, including biofuels and domestic drilling, is born out of our urgent national security and economic needs."

Ora sucede que esta última declaração de Gingrich é uma pura mentira, como se pode deduzir aqui. Na verdade, à firma de consultoria de Gingrich, foram pagos $312,500 pelo lóbi do etanol Growth Energy em 2009, conforme demonstra a declaração de impostos da organização!

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