quarta-feira, 4 de julho de 2012

Nada de novo, na frente ocidental

Não será injusto considerar o economista Thomas Malthus (1766-1834) como o pai dos alarmistas ambientais de profissão. Segundo ele, verificar-se-ia uma impossibilidade de uma melhoria sustentável dos níveis de vida pois o crescimento da população, ao tender a prosseguir segundo uma progressão muito mais rápida que os recursos necessários à sua manutenção (“geométrica” vs “aritmética”), nomeadamente os alimentares. Desde modo, sem intervenção exterior (do Estado, pois quem mais?), para refrear o crescimento populacional, o futuro da humanidade seria lúgubre. No essencial, esta tese manter-se-ia até hoje, através das vozes e dos escritos de personalidades como os também economistas Keynes ou Irving Fisher, defensores explícitos de práticas eugénicas, ou do biólogo Paul Ehrlich, autor do famigerado The Population Bomb, que acha que a população da Terra se devia reduzir dos actuais 7 para 2 mil milhões de habitantes, para além de mais um conjunto de ideias (como estas) que, mais propriamente, se deveriam caracterizar de nazis. Este é o primeiro e principal pilar dos catastrofistas: a (suposta) sobrepopulação da Terra que estará a provocar a destruição da Mãe-Natureza – “A Terra tem um cancro e o cancro é o Homem”.

Intricado naquele está o segundo pilar: a retórica da exaustão dos recursos naturais e, particularmente, das fontes energéticas de origem fóssil. O Clube de Roma prestou um “serviço” inestimável a esta doutrina com a publicação, em 1972, de The Limits to growth. Embora ao longo dos anos o grande economista Julian Simon tenha sistematicamente derrotado, logica e empiricamente, as teses catastrofistas, a verdade é que, como bem sabemos, o anúncio da catástrofe iminente permite audiências maiores (seja a peste suína, a gripe das aves, o ano 2000, o aquecimento global, etc., etc.). É certo que se têm verificado ultimamente actos de contrição (o mais notável, talvez,tenha sido o de James Lovelock) dos quais importa referir o reconhecimento, ainda que a contragosto, de George Monbiot, colunista do The Guardian, que o peak-oil não só ainda não aconteceu nem se antevê quando venha a acontecer: “We were wrong on peak oil. There's enough to fry us all”. Nada de novo, na frente ocidental.

Enquanto aguardamos pela chegada dos exércitos da defesa da biodiversidade, deixo um vídeo em que, com bom humor, e muito saber, Julian Simon explica por que razão o intelecto humano é o Derradeiro Recurso. (Os cornos de diabo que Simon ostenta têm uma razão de ser que é explicada ao minuto 7).

Sem comentários: