quinta-feira, 19 de julho de 2012

O despudor fiscal do Monstro

Quantas vezes já nos contaram a patranha segundo a qual o "combate" à evasão fiscal é algo de moralmente imperativo porque - assim reza a ladainha - se "todos pagassem a sua parte", a carga fiscal sobre os cumpridores seria inferior à que existe?

Ora, se algo tenho por certo é que, pelo contrário, quanto maior for o nível de impostos arrecadados maior será o nível de despesa pública o qual, por sua vez, exigirá ainda mais e maiores impostos, seja no presente, seja de modo diferido (para pagar a dívida pública).

O que o Governo, recorrendo à mentira costumeira, nos vem agora pedir é que colaboraremos no apertar do "torno fiscal", a troco da dedução de uns miseráveis euros na colecta do IRS, numa inspiração sul-americana, que embarquemos no canto da sereia insaciável da despesa estatal. Fá-lo precisamente no ano em que, num pérfido exercício de novilíngua, "matou" as deduções fiscais na educação, saúde, PPR, etc., para diminuir a "despesa fiscal" (repescando a habilidade linguística introduzida por Teixeira dos Santos para camuflar uma nova e REAL subida de impostos).

Considero tudo isto um autêntico insulto à inteligência do contribuinte pois só há uma via para a redução dos impostos: a correspondente redução da despesa pública. Que saibamos ater-nos a esta simples verdade.

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