terça-feira, 30 de agosto de 2011

Krugman e as alterações climáticas: uma treta pegada

Paul Krugman, no New York Times, 2011-08-28, Republicans Against Science. Um excerto:
[T]he scientific consensus about man-made global warming — which includes 97 percent to 98 percent of researchers in the field, according to the National Academy of Sciences — is getting stronger, not weaker, as the evidence for climate change just keeps mounting.

In fact, if you follow climate science at all you know that the main development over the past few years has been growing concern that projections of future climate are underestimating the likely amount of warming. Warnings that we may face civilization-threatening temperature change by the end of the century, once considered outlandish, are now coming out of mainstream research groups.
Ontem assinalava por aqui o que me parece ser uma evidência empírica tendo procurado resumir a coisa em "Alarmistas e estatistas: uma fortíssima correlação". Não tinha na altura lido a coluna de Krugman, mas que ela veio a propósito...

Analisemos então Paul Krugman, enquanto economista. Acaso alguém duvidará da sua condição de "estatista", entendida como favorecedora da sempiterna e crescente intervenção estatal na economia, ou seja, nos "estímulos", nos impostos, na dívida, na inflação, etc.? Creio ser pacífica esta "etiquetagem". Quanto a apodá-lo de "alarmista", também me parece adequado o epíteto pois Krugman não tem feito outra coisa nestes últimos dois anos que não seja profetizar desgraças tremendas caso a dimensão dos "estímulos" do Estado à economia americana (e europeia) não sejam suficientes. (Por "suficiente" entende-se o processo de aumento sucessivo da dose até que o paciente recupere afirmando depois que essa recuperação resultou dessa medicina que, como é bem de ver, é sempre a mesma, só variando a dosagem).

Como creio que Krugman não tem credenciais de cientista climático (como de resto o autor destas linhas) restará investigar Krugman, cidadão interessado em matéria científica. E aí, convenhamos, a pobreza da argumentação é confrangedora. Para Krugman, havendo consenso científico - quantificado, diz ele, entre 97 a 98% (and counting...) dos cientistas especialistas no estudo do clima - a ciência está estabelecida. Por amor de Deus, senhor prémio Nobel! Se a ciência fosse uma questão democrática (com maioria qualificada...), ainda hoje viveríamos no consenso científico contemporâneo a Cláudio Ptolemeu!

E por último, uma observaçãozita acerca de um tão propalado esmagador consenso (via Coyote):
Yes indeed, the number of people in the newly made-up profession of “climate science” that are allowed by the UN control the content of the IPCC reports and whose funding is dependent on global warming being scary probably is very high. The number of people in traditional scientific fields like physics, geology, chemistry, oceanography and meteorology who never-the-less study climate related topics that wholeheartedly are all-in for catastrophic man-made global warming theory would be very different.

Sem comentários: