terça-feira, 22 de maio de 2012

De Obama a Tsipras passando por Hollande (e Lagarde)

Barack Obama é, como todos sabemos, um campeão do "crescimento" e do "emprego". Especialmente se "verdes" (agora renomeados de "limpos") pois, segundo a narrativa conhecida, só eles permitem combater eficazmente a hecatombe que se abaterá sobre a Terra decorrente das alterações climáticas (anteriormente denominadas de "aquecimento global"). Inspirado por essa referência da eco-teocracia que foi José Luis Zapatero, na linha da frente do combate à ameaça do "aquecimento global", Obama tem cumprido. Ao mesmo tempo que fechou, proibiu, protelou e lançou impostos sobre a exploração e prospecção dos combustíveis fósseis, subsidiou, emprestou e isentou, em centenas de milhar de milhões de dólares, assim propiciando o inevitável rasto de corrupção que se lhe sucedeu. Muitas ventoinhas, painéis solares1, etanol, biomassa, etc. Só tem falhado, apesar dos múltiplos e patéticos esforços, no TGV (oh!). 

O Sr. Hollande também é, não se cansa de o proclamar, um adepto do "crescimento" embora - hélas! - não seja um adepto muito audível da "coisa verde" (por que será, por que será?). Tem até umas ideias, quase inéditas, quanto ao assunto: por exemplo, baixar a idade de reforma, contratar 60 mil professores, congelar os preços dos combustíveis lançar um imposto sobre os combustíveis, agravar o IRS lá do sítio, etc e, claro está, convencer a Alemanha a emitir eurobonds. Em suma: o Sr. Hollande é contra a "austeridade" e pelo "crescimento", desígnio que lhe merece o encorajamento do Sr. Obama. Uns artistas. Para eles, "cortes" significam na realidade aumentos na despesa pública e mais endividamento sem limite (é o que for preciso, ouve-se e lê-se); para eles, o "crescimento" só existirá na presença de adequados "estímulos" às economias, leia-se, ainda mais despesa pública, ainda mais dívida, ainda mais impressão de moeda (especialmente esta última). Não ocorre a nenhum dos Srs. que uma redução de impostos possa promover o crescimento e ser uma medida contra a austeridade. Isso não! (nem mesmo quando a bíblia keynesiana expressamente a contempla)

Sucede ainda que o mais que provável epifenómeno grego, o Sr. Tsipras, também é a favor do "crescimento" (com o dinheiro dos alemães) e tem até umas ideias curiosas e assaz inovadoras, de como seria possível "estimulá-lo" de forma eficaz: através de uma nova edição do Plano Marshall dirigido para a construção do que já antevê como um novo Eldorado, agora de energia renovável!
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1Apesar da profissão de fé na energia solar, o surgimento de painéis solares de origem chinesa a preços muito competitivos levou o Sr. Obama os empresários favorecidos subsidiados pelo governo federal americano a convencer o Sr. Obama a impor tarifas alfandegárias para proteger os produtores americanos de painéis solares respectivos detentores de rendas excessivas. Ficam assim garantidos preços mais elevados para os consumidores americanos de electricidade. Uma sorte, portanto.

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