Estaremos atentos?
A recente manobra de Modi (pm indiano) de proceder à proibição e ilegalização de 86% das notas em circulação na Índia está completa. O balanço não é completo mas, depois de registadas mortes e muita tensão nas filas para trocar as notas, um dos cérebros desta tendência - Kenneth Rogoff - já procedeu à sua celebração.
O artigo do seu blogue é exemplar. Aponta, com clareza é preciso sublinhá-lo, a direcção que "os mercados avançados" devem seguir. Ou seja, temos um Missionário a dizer o que acontecerá.
Estamos atentos?
Traduzo um dos parágrafos do artigo que Rogoff publicou (ver aqui), pela clareza das razões que estão - de facto - na base de todas as iniciativas desta natureza (sublinhados meus).
Veja-se:
"Estará a Índia a seguir o roteiro expresso em "The Curse of Cash"? A sua motivação parece ser essa, de facto. Um tema central nesse livro é que ainda que os cidadãos dos países avançados (sic) usem papel-moeda extensivamente (no caso dos EUA 10% das transacções), a maior parte da moeda física é mantida na economia paralela, alimentando a fuga aos impostos e o crime."
Ou ainda:
"De facto, os países em vias de desenvolvimento partilham dos mesmos problemas e a corrupção e a falsificação (de moeda - NT) é ainda pior. Simplesmente trocar as notas velhas por notas novas tem tantas vantagens quanto a intenção de eliminar, por completo, as notas de maior denominação. Qualquer pessoa que apareça para trocar largos montantes de papel-moeda torna-se vulnerável às autoridades legais e fiscais."
Ora o que estas inteligências não parecem ver (vêem mas não dizem, só pode) é que, a coberto da luta contra o crime, estas decisões são, na sua essência, manobras de confisco. É esse o seu derradeiro propósito.
Por mais que o repitam estas inteligências, é impossível não entender o seguinte: a hipótese de eliminar a economia paralela e reduzir, como causa, a carga fiscal é falsa.
O que se vê, tanto no presente como num contexto histórico mais alargado, é que o aumento da carga fiscal é constante (acompanha o crescimento do estado) e nem a melhoria na eficácia da máquina fiscal possibilita a diminuição da carga fiscal.
Mas as inteligências tanto repetem a mentira que ela se impregna na mente de todos como verdade.
Aliás, o título do livro de Rogoff é bem claro a revelar o pressuposto por detrás de toda a manobra: a maldição do papel-moeda.
É claro, não é?
O artigo do seu blogue é exemplar. Aponta, com clareza é preciso sublinhá-lo, a direcção que "os mercados avançados" devem seguir. Ou seja, temos um Missionário a dizer o que acontecerá.
Estamos atentos?
Traduzo um dos parágrafos do artigo que Rogoff publicou (ver aqui), pela clareza das razões que estão - de facto - na base de todas as iniciativas desta natureza (sublinhados meus).
Veja-se:
"Estará a Índia a seguir o roteiro expresso em "The Curse of Cash"? A sua motivação parece ser essa, de facto. Um tema central nesse livro é que ainda que os cidadãos dos países avançados (sic) usem papel-moeda extensivamente (no caso dos EUA 10% das transacções), a maior parte da moeda física é mantida na economia paralela, alimentando a fuga aos impostos e o crime."
Ou ainda:
"De facto, os países em vias de desenvolvimento partilham dos mesmos problemas e a corrupção e a falsificação (de moeda - NT) é ainda pior. Simplesmente trocar as notas velhas por notas novas tem tantas vantagens quanto a intenção de eliminar, por completo, as notas de maior denominação. Qualquer pessoa que apareça para trocar largos montantes de papel-moeda torna-se vulnerável às autoridades legais e fiscais."
Ora o que estas inteligências não parecem ver (vêem mas não dizem, só pode) é que, a coberto da luta contra o crime, estas decisões são, na sua essência, manobras de confisco. É esse o seu derradeiro propósito.
Por mais que o repitam estas inteligências, é impossível não entender o seguinte: a hipótese de eliminar a economia paralela e reduzir, como causa, a carga fiscal é falsa.
O que se vê, tanto no presente como num contexto histórico mais alargado, é que o aumento da carga fiscal é constante (acompanha o crescimento do estado) e nem a melhoria na eficácia da máquina fiscal possibilita a diminuição da carga fiscal.
Mas as inteligências tanto repetem a mentira que ela se impregna na mente de todos como verdade.
Aliás, o título do livro de Rogoff é bem claro a revelar o pressuposto por detrás de toda a manobra: a maldição do papel-moeda.
É claro, não é?
3 comentários:
Repelente, caríssimo, não encontro melhor adjectivo.
Os estados procuram todas as formas de controlar os cidadãos e os obrigar a pagar cada vez mais impostos. Baixa de impostos por melhoria da forma de recolha dos impostos nunca existiu, pelo menos neste País "democrátio".
Caro Eduardo,
A verdadeira dimensão de todo este movimento ainda não se fez sentir totalmente. O desastre indiano, digamos, está feito. As pessoas sofrem, a economia sofre, o banco central (RBI) está a imprimir notas diferentes e com imperfeições (já o admitiram!) e a falsificação está a acelerar tão depressa quanto os burrocratas (não resisto) tentam remeter as atenções dos cidadãos para a "normalidade" de uma realidade que é, apenas, catastrófica. Veja-se o último artigo de Jayant Bhandari e de Pater Tenebrarum acerca do desastre e das derradeiras motivações destes tontos.
Será que este movimento tem novos episódios, mais próximos de nós? A Suécia surge como principal candidata para uma golpada semelhante.
Onde há repelente para tanta gente doente?
Um grande, grande abraço e que bom que é lê-lo,
LV
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