sexta-feira, 14 de abril de 2017

Master Class - Steven Bregman

"Investimento indexado - materializar a bolha"

Partilhamos com os nossos leitores uma apresentação de Steven Bregman no exclusivo ciclo de Conferências que James Grant conduz duas vezes por ano. Esta intervenção de Bregman ocorreu em Outubro do ano passado.
Para a melhor compreensão da informação apresentada será importante a análise dos diapositivos.

Alguns dos tópicos abordados são:
- duas gerações de investidores, dois mundos diferentes - duas tendências nas taxas de juro;
- a evolução na natureza e propósito dos fundos de investimento - a indexação (ETF´s);
- que suportes lógicos existem para as presentes valorizações (índices e empresas)?;
- as inovações nas opções de investimento traduzem-se numa compressão da volatilidade, mas estarão preparadas para mudanças inevitáveis (aumento das taxas de juro, por exemplo)?
- forçar estabilidade é apostar em mudanças drásticas e gravosas do ponto de vista financeiro, económico e social.

As comparações estabelecidas entre diferentes valorizações, os riscos potenciais e as intervenções dos bancos centrais são esclarecedoras. Assustadoramente esclarecedoras.
As perguntas ecoam. Haverá mercado livre? Haverá descoberta de preços?
Os bancos centrais, que têm fundos (aparentemente) ilimitados e não têm "skin in the game" (Nassim Taleb dixit), tornam-se accionistas de empresas, isso é sinal de um mercado livre?

Não posso deixar de considerar premonitória a referência inicial ao Titanic.

Boas reflexões.

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2 comentários:

Anónimo disse...

Vivento ligado à informática durante anos, sabendo quão fácil é programar a gosto do programador -e não do dono e dos utilizadores da aplicação- com imodéstia, partilho, preocupado.
Assisto, interessado óbviamente inquieto a este delírio.
Ás "economias" cuja actividade económica é comprar e vender "produtos" que são papeis impressos, cheios de cláusulas e ... assinaturas.
Tudo isto com lucros (ou perdas) irrealistas quando comparados com quem realmente produz algo mais tangível, como pregos ou uma garrafa cheia de um líquido e com um rótulo com a palavra "Vinho", por exemplo.
Ganhar (ou perder) quantias significativas sentado a um terminal de computador. Privados, Bancos privados e/ou estatais. Sem matérias primas, tecnologias, pesssoal, sindicatos, vendedores, clientes, reclamações, bancos ... e o insuperável Estado/AT.
Apesar de essa longa experiência, não constituindo portanto a maior supresa do mundo o conteúdo deste (importante)post, não deixo de sentir um calafrio ... Saudações. JS

LV disse...

Caro JS,

Para além das potencialidades abertas pelos meios (como o informático, por exemplo) ao nosso alcance, o que assusta é os curadores levarem a cabo políticas, e fazerem promessas de acesso ao paraíso com base nelas, que não seriam aceitáveis se fossem conduzidas por um qualquer indivíduo caso tivesse liberdade para isso.

O que se teima em esquecer é que os colossos económicos que têm ganho com estas políticas e práticas estão do lado dos curadores. É porque mantêm o paraíso à distância de mais um voto "amigável" que os colossos económicos e financeiros se mantêm em jogo. São beneficiários de tais jogadas no curto prazo, não esqueçamos.

As duas partes neste capitalismo de estado estão em conluio. Só assim se pode entender que tão irracionais condutas e políticas se mantenham. Até quando...?

Receio que nos próximos tempos, as tensões sociais se intensifiquem a partir de três vectores/problemas:
- a tomada de consciência de que as promessas sociais não se podem cumprir (especialmente a segurança social e as pensões e a sua relação com as estruturas demográficas europeias e não só);
- aumento da agressividade dos discursos (e acções) políticos - o politicamente correto tem demonstrado a sua verdadeira natureza e tem conferido relevância ao seu oposto nemésico;
- a emergência alargada (diversos sectores e funções) dos processos automatizados de produção.

Isto se nenhum conflito armado se concretizar entretanto. Como um passo necessário para a tentativa (os curadores, mais uma vez) de resolução de alguma daquelas tensões. Só o último vector vejo com algum optimismo. Mas necessitaríamos de outro contexto social e político para que a sua concretização, ainda que disruptiva, respeitasse mais as pessoas, a sua dignidade e liberdade.

Saudações,
LV