quarta-feira, 25 de agosto de 2010

As renováveis mistificações




Os sítios A ciência não é neutra e Ecotretas vêm prestando um inestimável e efectivo serviço público mediante o qual é possível ao leigo descodificar muito do que se vai passando neste "renovável" reino.

A utilidade da sua intervenção é uma vez mais de sublinhar a propósito da publicação, no remanso de Agosto, da discreta portaria que concretiza a "instituição de instrumentos de incentivo à garantia de potência" e das correlativas notícias publicadas na imprensa  como, por exemplo, aqui (em rigor, uma "notícia") e aqui.

É assim que ficamos a saber que o investimento subsidiado através dos novos "instrumentos de incentivo" se destina a cobrir os períodos de intermitências da energia eólica, ou seja, dos períodos do dia em que, pela ausência de vento, há que recorrer a centrais de alternativa para cobrir as necessidades de energia eléctrica.

É assim que ficamos a perceber, com clareza, que os custos de investimento da energia eólica têm, não uma mas três parcelas de investimento (pondo de lado os custos de interligação à rede eléctrica), a saber:
  • O custo de investimento das eólicas de per se;
  • O custo de investimento decorrente das intermitências da energia eólica (e da solar);
  • O custo de investimento da bombagem para albufeiras para armazenar energia, produzida pelas eólicas, quando em excesso.
Nada mal quando pensamos que, para além do custo de investimento, o valor pago por kw de energia eólica produzida é de cerca de 30% superior ao custo médio anual de produção!

Que treta, hein?

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