terça-feira, 31 de agosto de 2010

Do silêncio dos crentes

À hora a que escrevo, é notável a ausência de referências na imprensa digital portuguesa à publicação, por parte de entidade independente, do relatório sobre a avaliação/auditoria do IPCC.

Muito resumidamente, como o Daily Telegraph anota, a entidade independente recomenda que o IPCC deixe de se dedicar ao lobbying e se centre na investigação científica. No Libertad Digital, sublinha-se a recomendação feita ao IPCC para adoptar mudanças bo seu comportamento, nomeadamente, limitando sus predicciones a los casos en que se tengan certezas científicas y evitando dar consejos a los políticos. Até o New York Times, conhecido pelos seus artigos alarmistas, sublinha a recomendação que  o IPCC «need to be more open to alternative views and more transparent about their own possible conflicts of interest».

Parece, afinal, que os designados cépticos tinham algumas(!) razões para questionarem muitos dos processos conduzidos pelo IPCC ao longo dos anos, nomeadamente o processo de revisão de textos científicos conhecido pelo peer review (revisão pelos pares).

O documento completo produzido pela entidade independente pode ser consultado aqui. Para os que têm pouco tempo (ou que são mais preguiçosos), aqui está disponível o sumário executivo.

Enjoy yourselves. E pensem.

1 comentário:

Fernando disse...

É importante salientar que a larga maioria mundial da climatologia dá o aquecimento global como um facto, o que não acontece com os "cépticos". A outra parte da questão é saber se a causa é antropogénica, o que ainda divide a comunidade. Mas como a divide? A revista Researcher EU aponta para que uma larga maioria (95%) dos investigadores europeus, subscrevam o "aquecimento global antropogénico". A última questão é saber até que ponto as emissões provocadas pelo Homem (que não excedem em 5% do total, isto é, são pequenas face à mãe-natureza) a par com outros aspectos como a deflorestação acelerada - que impede que a natureza realize o ciclo de absorção de CO2 - desequilibram a natureza. E os modelos de previsão são demasiado complexos e, por definição, inexactos.

Em suma, quem estuda o assunto tem uma visão ainda mais radical que a maioria da população, influenciada por um lado pelo alarmismo que vende jornais e pelos grupos ecológicos com interesses na indústria verde, por outro por instituições apoiadas nos grandes grupos económicos que não podem mudar a o modo como produzem as coisas sob pena de perdas de lucros.