No seu estilo inconfundível, o autor do "
Optimista Racional" reitera as razões, num artigo no
Wall Street Journal de sábado passado, pelas quais acredita não haver oposição entre crescimento económico e defesa e preservação do ambiente. A serenidade que a leitura dos seus escritos induz é, como sempre, admirável. É pois num registo positivo - Maio é já amanhã - que me propus traduzir o seu
artigo (minha inteira responsabilidade). Apenas lamento que Matt Ridley não tenha invocado o grande "economista dos recursos" que foi Julian Simon, num artigo onde subscreve os pontos de vista deste último que, quase sozinho, travou este debate intelectual contra os catastrofistas, à cabeça dos quais continua a estar Paul Ehrlich (esse sim citado no artigo).
25 de Abril de 2014
Por Matt Ridley
Os Recursos Naturais do Mundo Não Estão a Esgotar-se
Quantas vezes já ouvimos dizer que os humanos estão a "delapidar" os recursos do mundo, a "esgotar as reservas de petróleo, a "atingir os limites" da capacidade da atmosfera para absorver a poluição ou a “aproximar-se da capacidade de carga” das terras aráveis para sustentar uma maior população? O pressuposto por trás de todas essas declarações é que há uma quantidade fixa de coisas - metais, petróleo, ar puro, terra - e que corremos o risco de as esgotar através do nosso consumo.
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Matt Ridley |
"Estamos a utilizar 50% mais recursos do que a Terra pode produzir de forma sustentável. Se não mudarmos de rumo, esse número crescerá rapidamente - em 2030, até mesmo dois planetas não serão suficientes", alerta Jim Leape, director-geral do World Wide Fund for Nature International (o antigo World Wildlife Fund).
Mas eis aqui uma característica peculiar da história humana: estouramos sucessivamente com estes limites. Afinal de contas, como disse uma vez um ministro do petróleo saudita, a Idade da Pedra não acabou por falta de pedra. Os ecologistas chamam isso de "construção de nicho", que as pessoas (e mesmo alguns outros animais) conseguem criar novas oportunidades para si próprias encontrando formas de tornar os seus habitats mais produtivos. A agricultura é o exemplo clássico de construção de nicho: deixámos de confiar na recompensa da natureza substituindo-a por uma recompensa artificial e muito maior.
Os economistas designam o mesmo fenómeno por inovação. O que os frustra relativamente aos ecologistas é a tendência destes últimos para pensar em termos de limites estáticos. Os ecologistas parecem não conseguir dar-se conta que quando o óleo de baleia se começa a esgotar, descobre-se o petróleo, ou que quando os rendimentos agrícolas estagnam, surgem os fertilizantes, ou que quando a fibra de vidro é inventada, diminui a procura de cobre.
Aquela frustração é calorosamente correspondida. Os ecologistas acham que os economistas abraçam uma espécie de magia supersticiosa - designada por "mercados" ou por "preços" - para evitar o confronto com a realidade dos limites ao crescimento. A forma mais simples de levantar o ânimo numa conferência de ecologistas é dizer uma piada rude acerca dos economistas.
Vivi em ambas as tribos. Estudei várias formas de ecologia no ambiente académico durante sete anos e trabalhei depois na revista The Economist durante oito anos. Quando eu era um ecologista (no sentido académico da palavra, não do político, embora também tivesse autocolantes anti-nucleares no meu carro), defendi veementemente o ponto de vista da capacidade de carga - que havia limites ao crescimento. Hoje em dia inclino-me para a perspectiva de não existirem quaisquer limites porque podemos inventar novas formas de fazer mais com menos.
Esta discordância está no cerne de muitas das actuais questões políticas e explica muito do porquê das discordâncias entre as pessoas quanto à política ambiental. No debate sobre o clima, por exemplo, os pessimistas vêem um limite na capacidade da atmosfera para absorver mais dióxido de carbono sem que ocorra um rápido aquecimento. Pelo que um aumento contínuo das emissões, se o crescimento económico continuar, acabará por acelerar o aquecimento a ritmos perigosos. Mas os optimistas vêem o crescimento económico a conduzir-nos à evolução tecnológica que resultará na utilização de energia com mais baixas emissões de carbono. Isso permitiria que o aquecimento estabilizasse bem antes de poder provocar muitos danos.
É notável, por exemplo, que a recente previsão do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, segundo a qual as temperaturas aumentariam entre 3,7-4,8 graus Celsius relativamente aos níveis pré-industriais até 2100, se tenha baseado em várias suposições: pequenas alterações tecnológicas; um fim no declínio de 50 anos nas taxas de crescimento populacional; a (mera) triplicação do rendimento per capita e poucos melhoramentos na eficiência energética da economia. Basicamente, isso significaria um mundo muito parecido com o de hoje, mas com muito mais pessoas a queimar muito mais carvão e petróleo, o que levaria a um aumento das emissões. A maioria dos economistas tem por expectativa um crescimento de cinco a dez vezes do rendimento, enormes mudanças tecnológicas e um fim para o crescimento populacional em 2100: um número não tão grande de pessoas precisará de muito menos carbono.
Em 1679, Antonie van Leeuwenhoek, o grande microscopista holandês, estimava que o planeta poderia suportar 13,4 mil milhões de pessoas, um número que a maioria dos demógrafos acha que talvez nunca venhamos a alcançar. Desde então, as estimativas têm oscilado entre mil milhões e 100 mil milhões, sem sinal de convergência para um acordo no valor da estimativa.
Os economistas salientam que continuamos a aumentar a produtividade de cada hectare de terra pela aplicação de fertilizantes, mecanização, pesticidas e irrigação. Mais inovação levará a que o patamar continue a subir. Jesse Ausubel, da Universidade Rockefeller, calcula que a quantidade de terra agrícola necessária à produção de uma determinada quantidade de alimentos tenha caído 65% nos últimos 50 anos, a nível mundial.
Os ecologistas objectam que essas inovações dependem de recursos não-renováveis, como o petróleo e o gás, ou de fontes renováveis que estão a ser usadas a um ritmo superior ao da sua reposição, como é o caso dos aquíferos. Portanto, as produtividades actuais não poderão ser mantidos, muito menos aumentadas.
No seu recente livro "The View from Lazy Point", o ecologista Carl Safina estima que se todos tivéssemos os padrões de vida dos americanos, precisaríamos de 2,5 planetas Terra porque os terrenos agrícolas do mundo, pura e simplesmente, não conseguiriam produzir alimentos suficientes para mais do que 2,5 mil milhões de pessoas àquele nível de consumo. O professor emérito de Harvard E.O. Wilson, um dos patriarcas da ecologia, calculou que só se todos nós nos tornássemos vegetarianos seria possível que as explorações agrícolas do mundo produzissem alimentos suficientes para alimentar 10 mil milhões de pessoas.
Os economistas respondem dizendo que uma vez que grandes partes do mundo, especialmente em África, não têm ainda acesso a fertilizantes e a técnicas agrícolas modernas, não há nenhuma razão para pensar que as necessidades globais de terrenos agrícolas para uma determinada quantidade de alimentos irão em breve deixar de diminuir. Com efeito, o Sr. Ausubel, em conjunto com os seus colegas Paul Wernick e Ido Waggoner, chegou à conclusão surpreendente que, mesmo com hipóteses generosas sobre o crescimento populacional com a crescente prosperidade a levar a uma maior procura de carne e de outros luxos, e com suposições mesquinhas sobre o futuro global do aumento das produtividades, iremos precisar de menos terras cultivadas em 2050 do que as que precisávamos em 2000. (Contanto que, é certo, não cultivemos mais biocombustíveis em terras que poderiam ser utilizadas para produzir alimentos.)
Mas não será certo que a intensificação das produtividades depende de inputs que poderão vir a esgotar-se? Veja-se o caso da água, um bem essencial que limita a produção de alimentos em muitos lugares. As estimativas produzidas nas décadas de 1960 e 1970 para a procura de água no ano de 2000 revelaram-se grosseiramente sobrestimadas: o mundo usou cerca de metade da água que os especialistas tinham projectado 30 anos antes.
A razão foi uma maior economia na utilização de água pelas novas técnicas de irrigação. Alguns países, como Israel e Chipre, reduziram a utilização da água para irrigação com o uso da irrigação gota-a-gota. Combinem-se estes progressos com a dessalinização, pelo recurso à energia solar, da água do mar à escala mundial, e é altamente improvável que a água potável venha a limitar a população humana.
No best-seller "Limites do Crescimento", publicado em 1972 pelo Clube de Roma (um influente grupo de reflexão global), alegava-se que teríamos hoje feito colidir as nossas cabeças contra todos os tipos de tectos, a sofrer com a escassez de vários metais, combustíveis, minérios e espaço. Por que razão não foi isso que sucedeu? Em poucas palavras, devido à tecnologia: melhores técnicas de mineração, uma utilização mais frugal dos materiais e, em caso da escassez provocar aumentos de preços, a sua substituição por materiais mais baratos. Usamos hoje revestimentos de ouro nos conectores dos computadores 100 vezes mais finos do que acontecia há 40 anos. O conteúdo de aço nos automóveis e nos edifícios continua a diminuir. Até há aproximadamente 10 anos atrás, era razoável esperar que o gás natural pudesse desaparecer daí a poucas décadas e o petróleo logo a seguir. Se isso tivesse acontecido, as produtividades agrícolas iriam diminuir, e o mundo seria confrontado com um dilema difícil: tornar arável toda a floresta tropical remanescente para produzir alimentos, ou morrer à fome.
Mas, graças a fracturação hidráulica e à revolução do xisto, os picos do petróleo e do gás foram adiados. Eles irão esgotar-se num certo momento, mas apenas no sentido de que o Oceano Atlântico se irá esgotar um dia, caso se entre num barco a remos num porto no oeste da Irlanda. Da mesma forma que é provável que se pare de remar antes de se chegar à TerraNova, também é bem provável que possamos encontrar substitutos baratos para os combustíveis fósseis muito antes de eles se esgotarem.
O economista e negociante de metais Tim Worstall dá o exemplo de telúrio, um ingrediente-chave em alguns tipos de painéis solares. O telúrio é um dos elementos mais raros na crusta terrestre - um átomo em cada mil milhões. Será que irá em breve esgotar-se? Worstall estima que existam 120 milhões de toneladas desse metal, ou cerca de um milhão de anos de fornecimentos [ao ritmo actual – N.T.]. Ele está suficientemente concentrado nos resíduos da refinação de minérios de cobre - as chamadas lamas de cobre -, para valer a pena continuar a extraí-lo por muitos anos. Um dia, também ele será reciclado tal como os painéis solares antigos estar a ser canibalizados para construir outros novos.
Ou veja-se o caso do fósforo, um elemento vital para a fertilidade agrícola. As minas mais ricas em fosfatos, como as da ilha de Nauru, no Pacífico Sul, estão praticamente esgotadas. Quer isso dizer que o mundo está a acabar? Não: há extensos depósitos de menor qualidade, e caso venhamos um dia a ficar desesperados, todos os átomos de fósforo depostos na terra ao longo dos séculos passados continuam a existir, especialmente na lama dos estuários. É apenas uma questão de os concentrar novamente.
Em 1972, o ecologista Paul Ehrlich da Universidade de Stanford surgiu com uma fórmula simples designada por IPAT, que estabelecia que o impacto da humanidade era igual à população multiplicada pela riqueza e novamente multiplicada pela tecnologia. Por outras palavras, os danos causados à Terra aumentam quanto mais pessoas existem, quanto mais rico elas forem e de quanta mais tecnologia se dispuser.
Muitos ecologistas continuam a subscrever esta doutrina, que alcançou o estatuto de escrituras sagradas na ecologia. Mas os últimos 40 anos não foram gentis para com ela. Em muitos aspectos, uma maior prosperidade e novas tecnologias levaram a um menor - e não a um maior - impacto humano no planeta. Pessoas mais ricas com acesso a novas tecnologias tendem a não recolher lenha e carne de caça nas florestas naturais; em vez disso, usam energia eléctrica e criam galinhas - actividades que necessitam de muito menos terra. Em 2006, o Sr. Ausubel concluiu que nenhum país com um PIB per capita superior a 4,600 dólares tem um stock de floresta em declínio (tanto na sua densidade como em termos de área plantada).
O Haiti está desflorestado a 98% e surge literalmente castanho nas imagens de satélite em comparação com o verdejante e bem-florestado vizinho, a República Dominicana. A diferença decorre da pobreza do Haiti, que faz com que dependa do carvão vegetal para fornecer energia aos lares e à indústria, ao passo que a República Dominicana é suficientemente rica para utilizar combustíveis fósseis, e subsidiar o gás propano utilizado especificamente como combustível para cozinhar de modo que as pessoas não desmatem as florestas.
Parte do problema é que a palavra "consumo" significa coisas diferentes para as duas tribos. Os ecologistas utilizam-a para significar "o acto de consumir um recurso"; para os economistas significa "a compra de bens e serviços por parte do público" (ambas as definições tiradas do dicionário Oxford).
Mas em que sentido é que a água, o telúrio ou o fósforo são "consumidos" quando os produtos feitos a partir deles são comprados pelo público? Eles continuam a existir nos próprios objectos ou no ambiente. A água retorna ao ambiente através das águas residuais e pode ser reutilizada. O fósforo é reciclado através da compostagem. O telúrio existe nos painéis solares, que podem ser reciclados. Como o economista Thomas Sowell escreveu no seu livro de 1980 "Knowledge and Decisions", "apesar de falarmos de uma forma ligeira em "produção", o homem não cria nem destrói matéria, apenas a transforma".
Tendo em conta que a inovação - ou a "construção de nicho" - conduz a uma cada vez maior produtividade, como podem os ecologistas justificar a alegação de que já ultrapassámos os limites do "banco planetário" e que necessitaríamos pelo menos de mais um planeta para sustentar o estilo de vida de 10 mil milhões de pessoas segundo os padrões dos EUA?
Examinem-se os cálculos feitos por um grupo chamado Global Footprint Network - um grupo de reflexão fundado por Mathis Wackernagel, em Oakland, na Califórnia, e apoiado por mais de 70 organizações ambientais internacionais - e o quadro torna-se claro. O grupo supõe que a queima de combustíveis fósseis na busca de produtividades mais elevadas deve ser compensada no futuro pela plantação de árvores em grande escala que pudessem absorver o dióxido de carbono emitido. Uma medida amplamente utilizada como "a pegada ecológica" simplesmente assume que 54% da área cultivada que precisamos deveria ser dedicada à "absorção de carbono".
Mas e se a plantação de árvores não fosse a única maneira de absorver o dióxido de carbono? E se as árvores crescessem mais rapidamente quando irrigadas e adubadas de modo a que a sua quantidade necessária fosse menor? E se reduzíssemos as emissões, à semelhança do que os EUA têm feito recentemente, substituindo o carvão pelo gás na produção de energia eléctrica? E se tolerássemos algum aumento nas emissões (que comprovadamente estão a aumentar as produtividades agrícolas, por sinal)? Qualquer destes factores poderia acabar com uma grande fatia do suposto "descoberto" ecológico e trazer-nos de volta a uma situação de "crédito" planetário.
Helmut Haberl da Universidade de Klagenfurt, na Áustria, é um raro exemplo de um ecologista que leva a teoria económica a sério. Ele lembra que os seus colegas ecologistas têm vindo a utilizar "a apropriação humana da produção primária líquida" - ou seja, a percentagem de vegetação verde do mundo destinada à alimentação ou impedida de crescer por nós e pelos nossos animais domésticos - como um indicador dos limites ecológicos ao crescimento. Alguns ecologistas começaram a alegar que estávamos a utilizar metade ou talvez mais de toda a vegetação do planeta.
Isso é errado, segundo o Dr. Haberl, por várias razões. Primeiro, a quantidade apropriada é ainda bastante baixa: cerca de 14,2% é consumida por nós e pelos nossos animais, e nuns adicionais 9,6% é impedida de crescer devido às cabras e às construções, de acordo com as suas estimativas. Em segundo lugar, a maior parte do crescimento económico acontece sem que haja lugar a uma maior utilização de biomassa. De facto, a apropriação humana geralmente diminui à medida que um país se industrializa e que as colheitas crescem, em resultado da intensificação agrícola e não através da utilização de mais terrenos aráveis.
Finalmente, as actividades humanas na realidade aumentam a produção de vegetação verde nos ecossistemas naturais. Os fertilizantes utilizados nas culturas são transportados para as florestas e rios por pássaros e animais selvagens, que fazem aumentar também os rendimentos da vegetação selvagem (às vezes demasiado, provocando a proliferação de algas na água). Em lugares como o delta do Nilo, os ecossistemas selvagens são mais produtivos do que seriam sem intervenção humana, apesar do facto de que grande parte da terra ser utilizada para a alimentação humana.
Se pudesse formular um desejo relativamente ao ambiente da Terra, seria o de reunir as duas tribos - convocar um grande conclave de ecologistas e economistas. Eu colocar-lhes-ia esta pergunta simples e não os deixaria abandonar a sala até que tivessem encontrado uma resposta: de que modo pode a inovação melhorar o meio ambiente?
6 comentários:
A tecnologia permite produzir mais com menos. A evolução tecnológica exponencial levará esse princípio até patamares nunca sonhados – nem por ambientalistas, nem por economistas.
Caro Diogo,
Mesmo sendo economista de formação, é também esse o meu ponto de vista vai para 40 anos.
Saudações e um bom mês de Maio!
os petroleiros levaram ao abandono da tecnologia dos derivados celulósicos.
que pode ser sempre retomada
haverá recuperação dos desperdícios de muitos metais
Eduardo,
Aproveito para informar que no livro sugerido aqui no blogue - "Abundance" - os casos de tecnologias que respondem a necessidades e vicissitudes do Homem são muitos. As soluções que são apresentadas são surpreendentemente simples e fiáveis: máquinas de purificação de água a preços imbatíveis (pode buscar-se informação na internet sobre esse prodígio de nome Slingshot), pequenos reactores nucleares privados que alimentam habitações durante anos (!!!) e com custos de manutenção e reciclagem aliciantes… enfim, os exemplos são muito interessantes e promissores.
Só basta mesmo um mercado livre para estas soluções poderem tornar-se realidade.
Essa solução é que tarda…
Saudações,
LV
Luís,
Obrigado pela chamada de atenção.
E assim se revela, uma vez mais, a existência de uma "mão invisível" no alinhamento de propostas que proporcionamos aos leitores sem que haja necessidade de prévio planeamento. :)
Assim como a madeira exótica para as carpintarias de casa ameaçavam destruir o Mundo apareceu o alumínio e o PVC que duram muito mais de 25 anos sem manutenção como a madeira que exigia compostos químicos agressivos ao ambiente, aos trabalhadores e aos proprietários.
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