domingo, 22 de maio de 2016

Síntese e reconsideração

A propósito do tanto que se tem escrito por aqui acerca dos desvarios dos curadores, o último artigo publicado por Eduardo Freitas (ver aqui), incitou-me a tentar sintetizar os passos essenciais da narrativa em alguns pontos.
E, assim, a acção condicionante dos bancos centrais por esse mundo fora visa:
1) criar inflação
2) implementar taxas de juro negativas
3) fazer crescer artificialmente o PIB através de compras de activos e do aumento da despesa pública
4) eliminar a disponibilidade de moeda física para limitar a poupança.

A reunião deste fim-de-semana do G7 evidencia as dificuldades que aqueles passos, ainda assim, enfrentam. Estes magos agem como se a realidade que recriam (que resulta distorcida e irreconhecível) pudesse ignorar a natureza impossível do que fazem ao tentar a quadratura do círculo. O esforço de dispor livremente de variáveis para alcançar relações e causalidades, funciona apenas nos modelos matemáticos que eles mesmos usam.
As realidades, política e económica, que forçam não são isométricas e escapam - por vezes, de forma bem violenta - às tentativas da sua homogeneização.


Um modo de mostrar o que parece ser cegueira mascarada de sabedoria seria a imagem seguinte.
É que o meio que usam para condicionar aquelas realidades é desajustado e conduz tanto a becos sem saída, como espirais de crescentes intervenções correctivas. Mais manipulação, portanto.
Pelo que vou lendo, o próximo esforço de correcção e facilitação quantitativa (despesa pública) nos principais agentes geopolíticos é investimento no sector da defesa e armamento.
Os ajustamentos no seio da NATO - especial atenção à situação da Suécia - e a sua relação com a Rússia. Os esforços mais isolados da força aérea americana no mar a sul da China. Enfim, os políticos andam a riscar fósforos. Mas agora têm do seu lado os governadores dos bancos centrais e demais burocratas. Perigoso.
É por isso que esta união de esforços de orientação - políticos desejosos de protagonismo, activismo dos bancos centrais e militares a projectar imagens de força - só pode dar lugar a mudanças de elevado grau de violência.

Fazer, manipular e distorcer. A custo de quê e de quem? Se o que se vê é passado ficcional.



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