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Irresistível comentar este disparate.
Não porque seja falso, coisa que ainda não sabemos. Mas porque bastaria este senhor considerar a situação de milhares de contribuintes que, pagando, não têm médico de família, ou que aguardam horas nas urgências, meses e anos por consultas, exames e tratamentos para moderar a sua indução.
Não conheço outra corporação que alegue tal conclusão: "daqui a dez anos haverá inundação de médicos" para limitar o acesso à profissão. A analogia com a inundação é só engraçada, mas pouco.
Se ao menos às pessoas se deixasse que estas fizessem livremente as suas escolhas, tal "inundação" não passava de pequeno aguaceiro. Táxis, bancos ou médicos teimam em não perceber o que Mises explicou há muito tempo: estão a meio do caminho. Querem uma coisa e o seu contrário. Querem eficácia do mercado, mas querem manter artificialmente a defesa do seu interesse particular. Querem respeitar os direitos das pessoas, mas forçar as escolhas que estas podem fazer.
E por artificialmente entenda-se à força. Literal ou em letra de Lei.
Sonhadores.
3 comentários:
"Sonhadores" ?. Admirável contenção verbal.
A verdade é que essa prática está vulgarizada, com o beneplácito dos governos, ou mesmo promovida por eles. Poucos sabem o que ocorre nas "profundezas" da economia e nas profissões. Julgo mesmo que a maioria nem quer saber.
Caro JS,
Até eu me surpreendo como se me segura a pena perante tais disparates.
Caro António Barreto,
Não sei se é o desconhecimento de tais práticas que mais me perturba. Ou se é antes a admissão, a aquiescência de que tais práticas são normais. Que são expectáveis nas relações entre cidadãos. Isso é perturbador. E repare que é o que mantém a narrativa e a realidade política a funcionar por cá.
É como se tal coisa só fosse má quando feita por Outro. Pelo próprio chama-se defesa de direitos.
Arrepiante.
Saudações a ambos,
LV
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