sexta-feira, 1 de maio de 2015

Realismo e Ironia

"Se alguém pensa que a história terá um desfecho feliz, anda distraído."

No "Truman Show" em que vivemos, a luta pela manutenção de uma narrativa controlada está ao rubro. Seja pelo impressionante esforço injector das autoridades monetárias europeias, seja pelas sedentas máquinas partidárias.
No primeiro caso, o esforço de liquidez do BCE parece estar a produzir os seus efeitos na descida dos preços da dívida, o que faz folgar a corda que - não esqueçamos - trazemos ao pescoço. Mas os resultados substanciais esperados tardam em aparecer.
No que diz respeito às encenações políticas, o esforço está centrado na tentativa de manutenção das entorses perceptivas e, consequentemente, da redução dos cenários alternativos que ponham - verdadeiramente - em causa o que importa. Talvez exemplo maior desse esforço possam ser o ruído em torno das candidaturas presidenciais. Ou, numa tão curiosa mistura das duas dimensões económica e política, o caso da TAP.
Esse ruído é, não esqueçamos, a banda sonora da narrativa oficial.
Aqueles que têm a ousadia de ser independentes de uma encenação desta natureza têm a tarefa dificultada. Com o intuito de mostrar como se pode exercer essa independência, trago à consideração dos leitores uma pequena entrevista a Rick Rule (Sprott Global). Esta entrevista está direccionada a obter a reacção de um investidor às mais recentes manobras na economia de comando e controlo em que vivemos. Se o mote da entrevista é a mais recente reunião da Reserva Federal (FOMC) face à situação interna nos EUA, facilmente podemos extrapolar a análise nela levada a cabo para a "realidade" global.
Uma análise feita de realismo. De quem investe e cria valor e não tem ilusões acerca do que está em jogo.
É isto a que chamam os "génios indígenas" chamam de empreendedor? Será?
Mesmo?


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