Quais são as principais lições que os legisladores devem retirar da análise do ano de 1944, quando se preparam para discutir a reforma do sistema financeiro internacional?
Na essência, Bretton Woods foi um acordo entre duas nações cujas políticas eram cruciais para o sistema financeiro internacional daquela época: os Estados Unidos, a dominante nação credora, e a Grã-Bretanha, o seu maior devedor. Aquele concordou em dar assistência às nações que lutavam com défices nas contas correntes, e o último negando insistentemente desvalorizações competitivas.
Actualmente, um roteiro para a cooperação nas reformas necessárias ao sistema monetário parece estar fora da agenda política. O maior credor mundial (a China) e o seu maior devedor (os EUA) não parecem disponíveis para sublimar as suas prerrogativas na esfera monetária – a China em controlar a sua taxa de câmbio e os EUA em controlar as taxas de juro em dólares - numa qualquer concepção abstracta de bem comum. Isto significa que as mudanças ao sistema serão, muito provavelmente, desordenadas e confrontacionais.
Por exemplo, as moedas dos mercados emergentes e a venda apressada das suas obrigações, logo após o planeado abrandamento das políticas de injecção de liquidez da Reserva Federal em Maio do ano passado, irão incentivar as nações emergentes a evitar a apreciação das suas moedas quando os tempos estão bons, a programar um superavit permanente nas suas contas correntes e a aumentar fortemente as suas reservas em dólares. Os responsáveis americanos referem-se a estes pacotes de medidas como “manipulação monetária” e estão já a exigir provisões que tornem ilegais estas práticas em todos os futuros acordos comerciais.
Benn Steil, "As Lições de Bretton Woods"
quarta-feira, 27 de maio de 2015
Citação do dia (187)
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