sábado, 7 de junho de 2014

Face a face

Já por aqui se associou esperança e juventude. Quantos adultos fariam o mesmo, na situação em que estes jovens se encontram? Podem dizer-me que é a ignorância das consequências de afrontar a autoridade do estado e por aí fora.
Julgo que não é isso. Será, julgo, o oposto disso: será uma teimosia de confrontar a autoridade com a sua responsabilidade, demonstrando as contradições entre discursos e acções.
Simples?

4 comentários:

floribundus disse...

Lampedusa escreveu no Leopardo

'mudar! mudar! para que tudo fique na mesma'

conhecia bem a condição humana
expressa nos 10 Mandamentos

LV disse...

Floribundus,

E não é luminoso que seja um miúdo a confrontar aquele que erra com o mal que este representa?

Saudações,
LV

JS disse...

Uma razoavelmente atabalhoada resposta, para uma semi-inocente pergunta.
É de crer que nem a própria, a tão respeitada personagem política da esquerda americana, perceba, também, o que tibuteou.

Dificil rimar coerência de pricípios com as solicitações de uma carreira política. E não é só por lá.

LV disse...

JS,

Atabalhoada, no mínimo. Pois não são apenas os "uhhh… ãããh… but…", é tudo o que se ouve e vê, especialmente os olhos quando procura, simultaneamente responder e evitar uma saída que a comprometa politicamente. Um curso em escassos momentos acerca do mal moral que alastra nesse caldeirão democrático.

E por cá, não faltam ocasiões. Mas parece que preferimos acções de grupo, tipo apupos e cartazes. Alguns deles pintados na pele mais íntima. Falta mesmo esta inquirição certeira e serena, mas insistente. Teimosa.

A dificuldade em rimar que identifica, não me parece que seja entre os princípios e a acção política. É mesmo uma total desarmonia, contradição mesmo, nos princípios ideológicos escolhidos. Claro que na acção essa contradição não pode esconder-se. Depois opera-se sobre a percepção pública dos fenómenos para que eles pareçam outra coisa.
Até que se encontre alguém que diga - como o jovem no vídeo - "Vejam! O rei vai nu!"
Mas parece que nos recusamos a acreditar nisso, pois ver todos podem ver.

Saudações,
LV