Podemos apenas sonhar
Arrisco dizer que, mesmo quando possuíamos o escudo, nenhum parlamentar português expressou, de modo frontal e oficial, a verdadeira natureza do sistema monetário em que vivemos.
A Suíça fará um referendo no dia 30 de Novembro do corrente ano - "Swiss Gold Initiative". Aquilo que os cidadãos suíços são convidados a considerar, a discutir e a decidir é se o seu banco central deve ou não adoptar a política que abandonou há uma década e meia, isto é, se o banco deve ou não ter 20% do seu balanço garantido por reservas de ouro. Ainda assim, esta "Iniciativa do Ouro" peca por defeito, pois os suíços possuíam reservas de ouro de 40% até aos anos noventa, momento em que o Banco Central Suíço se juntou aos restantes bancos centrais nas políticas de deterioração orientada do mercado do ouro e do papel deste como "aliado na defesa dos direitos de propriedade".
Este breve vídeo é a apresentação dessa iniciativa às instâncias políticas suíças.
Presentemente imersos num obscuro, estratificado e centralizado bloco económico, os portugueses podem apenas sonhar que um tal discurso ocorresse. Como sinal de sanidade e verdadeiro respeito, entre outros, pelos valores da Liberdade e da Propriedade.
Não obstante, que por aí vou dando conta de repetidas referências aos benefícios de um disciplinador monetário, lá isso vou.
Arrisco dizer que, mesmo quando possuíamos o escudo, nenhum parlamentar português expressou, de modo frontal e oficial, a verdadeira natureza do sistema monetário em que vivemos.
A Suíça fará um referendo no dia 30 de Novembro do corrente ano - "Swiss Gold Initiative". Aquilo que os cidadãos suíços são convidados a considerar, a discutir e a decidir é se o seu banco central deve ou não adoptar a política que abandonou há uma década e meia, isto é, se o banco deve ou não ter 20% do seu balanço garantido por reservas de ouro. Ainda assim, esta "Iniciativa do Ouro" peca por defeito, pois os suíços possuíam reservas de ouro de 40% até aos anos noventa, momento em que o Banco Central Suíço se juntou aos restantes bancos centrais nas políticas de deterioração orientada do mercado do ouro e do papel deste como "aliado na defesa dos direitos de propriedade".
Este breve vídeo é a apresentação dessa iniciativa às instâncias políticas suíças.
Presentemente imersos num obscuro, estratificado e centralizado bloco económico, os portugueses podem apenas sonhar que um tal discurso ocorresse. Como sinal de sanidade e verdadeiro respeito, entre outros, pelos valores da Liberdade e da Propriedade.
Não obstante, que por aí vou dando conta de repetidas referências aos benefícios de um disciplinador monetário, lá isso vou.
7 comentários:
moisés Naim; o fim do poder da Gradiva
fragmentou-se em poderes depois da implosão da urss
Desculpe deixar aqui esta resposta à sua reposta ao meu comentário ao seu post « Não, a América não é comunista. Só é 70% comunista
Confesso ter interpretado erradamente a substância do artigo. E tem toda a razão: Quigley apresenta a pulsão totalitária e internacionalista de um regime comunista (no pior sentido da palavra).
Quanto ao meu ponto 2 – sobre o futuro próximo (20, 30, 40 anos?),
Antes do advento da tecnologia – vamos considerar antes do neolítico, quando surgiu a agricultura e a pastorícia. O homem não produzia nada. A natureza, sem qualquer intervenção do homem, produzia tudo: todo o tipo de animais e plantas de que o homem se alimentava e todos os materiais que usava para diversos fins. Quanto à propriedade privada, limitava-se a meia dúzia de pequenas coisas pessoais. Ninguém tinha terras e ninguém tinha gado. Eram quase todos nómadas.
Depois, o homem começou a tomar parte activa na produção das coisas de que necessitava. Cuidava dos animais que se alimentava, semeava as plantas e árvores de fruto, fazia ferramentas, construía as suas habitações, etc.
Acontece que, com a tecnologia em evolução exponencial – inteligência artificial, robotização, automação, telecomunicações, - dar-se-á um regresso ao passado. O homem não terá necessidade de produzir nada e a tecnologia produzirá tudo. As fontes de energia podem ser virtualmente infinitas.
Ao homem restará o lazer: ler ou escrever, pintar, fotografar ou filmar, velejar, pilotar carros ou aviões, whatever he wants – as possibilidades são infinitas. O argumento de que o homem necessita de fazer alguma coisa de «útil» para se sentir realizado, não colhe. Pintar um quadro, compor uma música, nadar num rio, pilotar um barco a motor podem ser actividades fascinantes e extremamente recompensadoras.
Quanto à propriedade, os polos produtores completamente automatizados não serão de ninguém. Consoante a capacidade de produção das máquinas, assim será distribuída uma mesada com a qual o homem adquirirá o que lhe aprouver.
Abraço
Diogo
Sim, apenas sonhar.
A Constituição da Confederação Suíça deveria ser leitura, tema de estudo obrigatório, no currículo escolar, antes da idade de "votar".
Claro que a presente "elite" política foje de tal ensino como diabo da cruz. Vergonha.
Saudações.
Caro Diogo,
Não há razão para pedir desculpa. Nem mesmo por me ter atribuído a autoria do artigo: "Não, a América não é comunista. Só é 70% comunista", que é da pena de Eduardo Freitas.
Adiante.
Quanto à sua exposição da evolução tecnológica, a seguinte frase é precisamente aquela que, julgo, mais problemas encerra: "Quanto à propriedade, os polos produtores completamente automatizados não serão de ninguém. Consoante a capacidade de produção das máquinas, assim será distribuída uma mesada com a qual o homem adquirirá o que lhe aprouver."
- De onde pensa que pode vir a energia económica (a produção de riqueza, vá) para promover tais avanços?
- De onde viria a "mesada" que seria redistribuída? De mais uma máquina? A que imprime? E que valor teria esse meio de troca?
Por outro lado, gostava que considerasse que a aquisição e o desenvolvimento de tecnologia está associada à complexificação das sociedades/sistemas. E que esses movimentos de complexificação se foram associando à construção das autoridades políticas - aos estados e às nações. A agricultura e a consolidação das comunidades (a sua complexificação, justamente) vão de mãos dadas. E as autoridades políticas também. Num crescendo que tem custos pagos, a médio e longo prazo, com reduções abruptas (crises) da complexidades desses sistemas. Isto sem negar que o Homem pode, através das suas capacidades e sem se deixar capturar por medos irracionais, produzir alternativas aos constrangimentos que vai encontrando pelo caminho.
Até à próxima correcção.
Caro JS,
Exacto! Discutir seriamente os problemas e as soluções presentes e passadas, diferentes valores e princípios, isso é que não pode ser.
Até porque tal "novidade" equivaleria a um questionar da legitimidade de que se vêem investidos os personagens políticos.
Estou cada vez mais convencido que o cidadão comum faria escolhas muito diferentes, caso pudesse aceder a informação tão importante quanto aquela que a intervenção no vídeo veicula.
Que se busque, por aqui e com participações dos nossos leitores, algo mais do que apenas sonhar.
Saudações,
LV
Peter Shift afirma estar a chegar uma tempestade económica arrasadora
Luís,
Tenho uma grande expectativa que o resultado deste referendo prossiga a via da sabedoria seguida noutros dois importantes referendos já ocorridos este ano na Confederação Helvética: 1) o chumbo, em Abril, da proposta que fixava um salário mínimo nacional em cerca de 3200 € e, há dois domingos atrás, 2) a derrota da estatização da prestação de cuidados de saúde.
A ser aprovado, isso não constituirá por si só nenhuma revolução, mas creio que constituiria um importante "pontapé" na grande manipulação das percepções.
Saudações,
Eduardo Freitas
Caro Eduardo,
Já somos dois a esperar que os suíços confirmem uma atitude avisada. Ainda que, relativamente a este tema (reservas de ouro), se tenham desviado muito de um comportamento previdente. Veremos se emendam a mão e dão visibilidade europeia a uma mudança que se tem vindo a verificar, de modo muito dissimulado, nas aquisições soberanas de ouro e pedidos de repatriação efectuados no último ano, pelo menos.
Não seria uma revolução, seria apenas um sinal bem forte de que são necessários disciplinadores monetários e seguros face ao mar de papel que teima em ganhar dimensão e profundidade.
Lura do Grilo,
Peter Schiff passou um mau bocado quando alertava para o que ia acontecer em 2007/08, alvo de chacota e má-fé pelos "donos da verdade económica e suas vozes domesticadas". Nem tiveram a humildade de reconhecer o erro, retratando-o. Mas, sinceramente, espero que ele não esteja completamente certo desta vez.
A tempestade pode ser muito mais devastadora.
Saudações a ambos,
LV
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