segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Teimosas anamorfoses

"As deformações são insustentáveis", David Stockman

Da entrevista que aqui propomos, destaco a desmontagem, frontal e simples, da relação entre a criação de dívida e o aumento da riqueza (medida pelo PIB). Stockman expõe a realidade das consequências das políticas dos defensores da visão de comando e controlo da economia ao nível mundial, mas dando particular destaque à China.
Outra ideia muito importante é que a política vai revelar-se, segundo Stockman, muito mais volátil e explosiva do que as dinâmicas dos mercados. A história pode repetir-se e não serão os números a deixar marcas importantes. Os resultados políticos da crise só muito discretamente se estão a fazer sentir.

A entrevista cruza os seguintes tópicos:
- a iniciativa de auditar a FED e o jogo político nos EUA - Elizabeth Warren, a referência moral dos liberais e progressistas contra os males dos mercados, considera "que não se deve submeter a FED à intromissão dos políticos";
- as bolhas que fervilham em torno das zonas de exploração petrolíferas nos EUA - crédito à habitação e aquisição de automóveis - graças à repressão financeira promovida pelos bancos centrais;
- os resultados das políticas monetárias e financeiras da FED e as suas ressurgências históricas (eterno retorno?);
- o papel, a natureza e o futuro dos bancos centrais;
- a Zona Euro, mercado e dívidas soberanas;
- o Japão e os balanços bancários, especialmente na Europa;
- as deformações insustentáveis que os socialistas de todas as cores impõem por esse mundo fora - desde 2008 que a China aumentou a riqueza em cinco triliões, mas aumentou a dívida em 28 triliões;
- o momento no mercado do petróleo - exemplo do que está para vir noutras dimensões dos mercados?;
- a Grécia e as estratégias para adiar o inevitável;
- a política, sempre a política.

Uma hora de análise desassombrada da narrativa oficial acerca do que está a refazer-se. Por entre as linhas do palimpsesto. Numa tensão intensa e crescente.
Que seja de bom proveito.


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