quarta-feira, 4 de junho de 2014

Agora que estamos em Junho (actualizado)


As decisões constitucionais por cá estão a causar preocupação. Lá por fora também. Há um novo programa de apoio financeiro preparado para aplicar na Grécia e – sucessões à parte – a Espanha prepara também um programa de estímulos à economia. O que dirá Draghi e a equipa do BCE esta semana?
A acreditar nos pressupostos, que todos conhecemos, parece óbvio onde isso pode levar-nos.
Para já, impõe-se colocar os dados na mesa. Para poder entender o que aí vem. A médio prazo. Vejamos.
O quadro seguinte apresenta a Dívida Privada e Pública em % do PIB (Maiores Países – anualizado)

20082013
1Japão604,9%656,8%
2E.U.A.357,2%346,1%
3Austrália325,1%325,0%
4Zona Euro412,9%462,6%
5Reino Unido500,6%544,4%
6Canadá244,2%286,3%
7China320,0%420,0%
8Média Ponderada402,7%435,6%

Fonte: Lacy Hunt, Hoisington Management – através de John Mauldin
Actualização - procedeu-se à correcção da data relativa ao fim do período a que os dados referem (2013 e não 2009), como inicialmente publiquei; agradecimentos Eduardo, mais uma vez.

Notam a diferença entre 2008 e o presente? Alguém pode afirmar que a crise já "se vê pelo espelho retrovisor", quando se regista uma subida na dívida de 35%, aquilo mesmo que foi o rastilho para a crise de 2008?
Face a estes dados, seguiremos as críticas ao Tribunal Constitucional? As (habituais) disputas pelo poder nos diferentes partidos? Ou veremos esses episódios pelo que são: laterais?
De seguida, deixo três referências rápidas. Começou a discussão, de um modo muito discreto e difuso, acerca da hipótese de acabar com a moeda.
Não estou a referir-me à tese de James Rickards (cuja entrevista se publicou aqui). Antes a hipótese de os estados acabarem com a moeda física para arrumar com a economia paralela e o anonimato nas transacções económicas. Ou seja, começa a discutir-se (aqui e aqui) o modo de tornar os movimentos de moeda (a que vier a ser adoptada) controlados pelos estados. E para quê? Publicamente, esse controlo serve para combater o anonimato e o terrorismo (ainda seremos chamados de terroristas quando usarmos dinheiro em vez de cartão bancário!). No entanto, analisando mais demoradamente e considerando também os dados apresentados atrás, tudo parece reduzir-se a mais uma forma de os estados terem ao seu dispor mais recursos. Caso a necessidade surja. Estes esforços serão mais um sinal do que, do ponto de vista fiscal, os estados podem fazer para arrecadar mais recursos. Assim se instale o mínimo de desespero.
Por fim, deixo um pequeno vídeo acerca de como a discussão está a ser, a este respeito, deformada nos EUA.
Esclarecedor ou aterrador?.


3 comentários:

floribundus disse...

o gringo da cadeira de rodas 'limpou' o ouro privado

o 'big brother' prepara-se para a limpeza dos contribuintes

deviam assaltar
paraísos fiscais
donos do dinheiro sujo proveniente de tráfico humano, armas, droga

o gringo 'buraco obama' foi à Polónia oferecer sobrtudo armamento

Vivendi disse...

O verdadeiro tempo fascista está a chegar.

LV disse...

Vivendi,

É muito certeira a sua referência ao fascismo que pode ser identificado em actos cada vez majestosos desta narrativa, não por parte do eleitorado, mas por parte das elites políticas e da sua acção. E esse mal atravessa várias dimensões: da brigada sanitária do pensamento (carinhosamente chamados de intelectuais), aos afunilamentos (de inspiração tremendamente tecnocrata) das políticas discutidas e implementadas mundialmente. E depois, claro, verificamos a proximidade de certos sectores económicos (considerados estratégicos, obviamente) ao poder político - seja a banca ou as energias verdes (e indústrias a elas associadas).
Não faltam, portanto, sinais de um mal que alastra. Haja quem os queira ver.

Floribundus,

Os paraísos fiscais (também) são "porto seguro" para riquezas que certos titulares (personagens da narrativa omnipotente) não conseguem justificar objectivamente. Logo, ainda que considere que todos os destinos deveriam ser paraísos fiscais (i.e. isentos de impostos), estes servem o seu propósito na actual conjuntura. Por isso...

Saudações,
LV