Paul Craig Roberts |
Independentemente do que se pense ou deixe de pensar acerca de Donald Trump, o facto é que nunca antes desta refrega eleitoral, nem mesmo durante os anos da II Guerra Mundial, se verificou uma tão ampla e violenta campanha contra (ou mesmo a favor) um candidato presidencial nos Estados Unidos. Se pensarmos em termos de Ocidente, essa campanha não foi menos virulenta, nem menos enviesada na Europa. Entre nós, não dei conta de um jornal, muito menos de um canal de televisão, que fosse sequer longínquamente neutro na disputa. Não dei conta de um político, de um jornalista que fosse pró-Trump antes de conhecerem os resultados eleitorais, o que, em circunstâncias "normais", seria, até estatisticamente, impossível. Por cá, só dei conta desta expiação. No grande esquema das coisas, a cadeia RT foi - é - a grande excepção. Conhecidas as relações, pelo menos financeiras, com a Rússia de Putin, as acusações à RT, que já vêm desde o seu início, subiram imenso de tom. Tornaram-se até histéricas. Não foi a Rússia de Putin acusada de interferir e mesmo manipular a campanha eleitoral, por exemplo, promovendo ataques informáticos para revelar emails embaraçantemente reveladores? E agora que a media tradicional, foi derrotada fragorosamente pelos novos canais e redes de comunicação, que mais se haviam de lembrar que descobrir websites de "notícias falsas"? De chegar ao ponto de o parlamento europeu acusar a RT de ser um desses canais e "recomendar" intervenções para remediar a irradiação de "notícias falsas"? Paul Craig Roberts ganhou a distinção de ter sido indicado como um dos mais de 200 websites de "mentiras". Resolveu, em conformidade, escrever uma carta a Vladimir Putin cuja tradução me pareceu pertinente. Ei-la: