Em 28 de Outubro último, num acesso assinalável de bota-abaixismo de que dei conta aqui, António Borges afirmou que o país estava de joelhos perante o Banco Central Europeu (BCE). Poucos quiseram perceber as exactas consequências das palaavras de Borges. Hoje foi divulgado, segundo a Société Générale, que o BCE já terá comprado cerca de 18 mil milhões de euros de obrigações portuguesas "desde que em Maio iniciou o programa de compra de dívida pública para aliviar as tensões no mercado". Uma vez mais o bota-abaixismo se revelou, afinal, de um realismo ensurdecedor.
Entretanto, Teixeira dos Santos, criticou ontem, em Bruxelas, os "atrasos e hesitações" na "flexibilização" das regras de acesso ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira, eufemismo para designar, nas palavras de João Duque, "um pedido desesperado de ajuda, fazendo parecer que não está a pedir ajuda. Portugal andava à esmola do BCE há meses e já deve ter sido avisado que essa ajuda não irá continuar". Apesar de tudo isto, o "ajudante" Costa Pina, na esteira da socretina atitude, tem o desplante de afirmar que enquanto "Portugal continua a fazer o seu trabalho, a Europa tem ficado aquém"....
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