quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Citação do dia (195)

“O que temos visto por esse mundo fora, da Índia aos Estados Unidos da América passando pelo Reino Unido, é a revolta contra o pequeno círculo de funcionários legisladores que não têm nada a perder [no-skin-in-the-game], jornalistas com acesso privilegiado ao poder e essa classe de semi-intelectuais paternalistas com um grau académico de uma grande Universidade [Ivy league, Oxford-Cambridge], ou outra educação de marca, que dizem a todos nós: 1) o que fazer; 2) o que comer; 3) como falar; 4) como pensar... e 5) em quem votar.

O Intelectual Ainda Idiota (IAI) é um produto da Modernidade que se tem multiplicado desde meados do século XX até atingir os máximos de hoje, a par do largo conjunto de pessoas sem coisa alguma a perder [no-skin-in-the-game] que tem invadido muitas dimensões da vida actual. Porquê? Simplesmente porque, na maioria dos países, o papel dos governos é cerca de cinco a dez vezes maior do que era há um século (expresso em percentagem do PIB).

sábado, 24 de setembro de 2016

Quando? - Actualização


Será um técnico head-and-shoulders em formação, aquilo que se mostra no canto inferior direito do gráfico?
Podemos, a partir da confirmação desse indicador técnico, induzir uma quebra de valor e confiança no sector bancário europeu?
Irresistível?

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Quando?


Podemos fazer algumas perguntas - quando vai o Deutsche Bank ser comercializado abaixo dos dois dígitos? - por exemplo.
Mas o que importa na actual situação do projecto europeu é saber: quando vão os líderes políticos dos países que têm estado sob programas de assistência ou vigilância, por parte dos "duros" dos alemães e holandeses, usar este caso do DBank para ferir aquela dureza?
Irresistível, não?
Considere-se, por exemplo, Mateo Renzi (o sector bancário em Itália está na rua da amargura, não esqueçamos), procurando uma projecção de força e insuflar a "boa consciência" do seu país, vai deixar escapar esta oportunidade de atingir o "norte da Europa"?
E com isso dar início à derrocada das peças do dominó europeu?
Irresistível.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Constantes


Quando estamos num barco e contemplamos a orla marítima, não é esta que se mexe e oscila. Antes, é o barco onde estamos que baloiça. .

sábado, 10 de setembro de 2016

Radar

No seio das dúvidas e da desorientação que o presente político, económico e financeiro causa em todos os seus agentes, começam a a agitar-se forças de inovação tecnológica que hão-de representar desafios salutares a vários sectores económicos.
Sugerem-se três artigos dedicados à aplicação de tecnologias digitais e das codificações criptográficas (em particular a blockchain) ao sector bancário e segurador.
Quanto aos seguros - "Tornar a estratégia digital uma realidade nos seguros" (inglês)
Quanto ao sector financeiro - "As mais inovadoras empresas de tecnologia financeira na Europa" (inglês)
E - "Meios de pagamento digitais e porque estamos à beira de uma revolução" (também em inglês)

Independentemente dos optimismos fáceis (e do desejo de revoluções), começam a vislumbrar-se mudanças interessantes, especialmente no domínio financeiro. Pergunto-me que consequências essas mudanças terão no domínio monetário?
Inicia-se o caminho para a unificação totalitária? Ou abre-se o espaço da livre escolha?

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Crises de Identidade - actualização



Os gráficos ilustram bem o caminho a seguir por parte do BCE quanto ao Programa de Compras para o Sector Público (obrigações), mas também quanto ao Programa das Garantias de Crédito/Liquidez dos Mercados.
Os limites estão à vista, mas ainda há algum espaço para manter o Jogo.
O que acontece se chegarmos a esse limite e os resultados continuarem a ser tão pobres? Ou caso a situação se agrave?
Há, sabemos, o poder para estes génios dobrarem as vicissitudes quando elas são obstáculo à manutenção da Narrativa do sucesso. Isso já sabemos.
Mas quem garante que os restantes jogadores não começa a duvidar da sanidade da jogada?

Crises de identidade - a paródia de um sistema


Quando podemos ver para além do faz-de-conta, beneficiando de um salutar distanciamento, é fácil identificar a natureza bipolar, digamos, é possível vislumbrar as mutações forçadas por que passam os curadores de serviço.
Mal que, por natureza, infligem a si mesmos. E que nos faz vítimas.
Pela Europa já assistimos à "Japanização" do mercado bolsista e, à distância num horizonte não muito longínquo, sabemos que os estímulos dados por (Super Mario) Draghi aumentarão. Fantástico. Não deve haver problemas. Nenhum mesmo.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Pensamento mágico - uma viagem contada

"Os nossos tempos não são diferentes dos antigos"

A mais recente reflexão de Ben Hunt foi publicada (aqui) e ela dá o título para esta entrada. Publicamos abaixo a entrevista que o autor também publica quinzenalmente e que, desta vez, dedicou precisamente ao seu último relatório. Estas gravações, incorporando outros exemplos e argumentos, facilitam o alargamento do público para as suas reflexões.
Não posso deixar de recomendar ambas, ainda que prefira as notas escritas.

Assim, esta entrevista visa mostrar que o tempo presente não é, do ponto de vista antropológico, diferente de épocas passadas. No que diz respeito a mecanismos estruturais da relação entre o homem e o real, das relações de poder entre pessoas e instituições e do modo como estas instituições legitimam e exercem o poder, as semelhanças, segundo Hunt, são inegáveis. E quanto mais depressa admitirmos isso, mais facilmente podemos provocar ou acelerar a mudança para uma nova etapa.

De Claude Levi-Strauss, a Piaget e aos espectáculos televisivos que resultam de cada reunião de governadores dos bancos centrais em pouco mais de quarenta minutos. Não esquecendo Woody Allen (através do seu filme "Annie Hall"), Orwell, as entrevistas dos colossos jornalísticos do presente, bem como o funcionamento da "canalização" sagrada das nossas omnipotentes instituições financeiras e monetárias.
Compreender o propósito dos mercados de financiamento de curto prazo? O propósito dos mecanismos da taxa LIBOR? Com inteligência, ironia e bom-humor?

A ouvir e apreciar criticamente.

Votos de um excelente fim-de-semana.