As nuvens já vêm de longe, mas estão a avolumar-se rapidamente. Por cá, para além das manobras de tranquilização (sedação) a que se prestam os meios de comunicação social convencional, nada mais do que a apresentação da composição accionista do grupo Espírito Santo parece interessar. Pergunto-me que utilidade isso terá para o cidadão comum.
Não sei se não será apenas uma forma de desviar as atenções, concentrando-as apenas no BES (ou GES), evitando assim que se analise o contexto em que o problema ocorre.
São satisfatórias as declarações do regulador? O que fez o Banco de Portugal para antecipar a tempestade que parece formar-se?
São satisfatórias as declarações dos responsáveis políticos?
Como está - na substância, na qualidade e não na aparência - o sector bancário nacional ou europeu?
Tomando as palavras de Maximilian Zimmerer (CIO Allianz) acerca da zona euro e do seu sistema bancário e financeiro, "os problemas fundamentais não estão resolvidos e toda a gente sabe disso".
Recentemente tornaram-se visíveis casos problemáticos na banca búlgara (neste caso há um banco que vai mesmo cair), austríaca e holandesa.
À luz destes acontecimentos, repito, são satisfatórias as escassas (e ambíguas) declarações do responsável do Banco de Portugal? Se não há, em sua opinião, razões para alarme e considera tudo ter feito para que não houvesse turbulência no sistema, a missão parece ter falhado. Certo?
É que até as "vozes de dentro" parecem assobiar algo de diferente.
Não sei se não será apenas uma forma de desviar as atenções, concentrando-as apenas no BES (ou GES), evitando assim que se analise o contexto em que o problema ocorre.
São satisfatórias as declarações do regulador? O que fez o Banco de Portugal para antecipar a tempestade que parece formar-se?
São satisfatórias as declarações dos responsáveis políticos?
Como está - na substância, na qualidade e não na aparência - o sector bancário nacional ou europeu?
Tomando as palavras de Maximilian Zimmerer (CIO Allianz) acerca da zona euro e do seu sistema bancário e financeiro, "os problemas fundamentais não estão resolvidos e toda a gente sabe disso".
Recentemente tornaram-se visíveis casos problemáticos na banca búlgara (neste caso há um banco que vai mesmo cair), austríaca e holandesa.
À luz destes acontecimentos, repito, são satisfatórias as escassas (e ambíguas) declarações do responsável do Banco de Portugal? Se não há, em sua opinião, razões para alarme e considera tudo ter feito para que não houvesse turbulência no sistema, a missão parece ter falhado. Certo?
É que até as "vozes de dentro" parecem assobiar algo de diferente.
3 comentários:
Caro Eduardo
Passando das teorias às práticas, chegamos à conclusão que não há teorias e que as práticas estão "avacalhadas"...
Talvez se esteja a discutir o que e como se está para não se chegar às áreas de intervenção, que não devem estar muito ligadas ao Vaticano...
Caro Miguel,
Começo por pedir desculpa pelo atraso com que publico o seu comentário situação que só a mim se deve.
Depois, e não obstante subscrever o seu conteúdo, faria notar que a autoria do post não é minha mas sim do meu parceiro de blogue.
Quanto à substância do seu comentário - que saúdo após o que julgo ter sido uma longa ausência - alinhavaria apenas uma nota: apesar da mitologia há muito instalada, a actividade bancária é altamente regulada através de numerosas legiões burocratas (a maior parte economistas) a "velarem" (pelo dinheiro dos outros) nos bancos centrais e nas bolsas oficiais. Mas o que uma e outra vez acontece segundo as explicações oficiais - e se revela em cada crise - é que houve deficiências na regulação pelo que a solução "não pode" deixar de ser a de regular ainda mais. Mas será mesmo assim?
Miguel Loureiro,
Se entendi a parte final do seu comentário, há, efectivamente, uma preocupação em focar a atenção de todos para "o que está", impedindo a intenção de escrutinar, livre e responsavelmente, a natureza operante do Mal que graça na ligação entre a banca e o poder político, por debaixo da pele.
E a escolha dos nomes para a liderança do BES não me parece inocente, isto é, há a necessidade de acautelar a possibilidade de ter - TODOS NÓS - de injectar dinheiro no balanço. Assim se escolhem nomes com afinidade, com ethos simpáticos à coisa política/pública.
O que andou o regulador a fazer, é pergunta que não me abandona a cabeça. Serão necessários mais exemplos da inutilidade destas instituições?
Saudações,
LV
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