sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Radar

No final deste mês ocorrerá um referendo na Suíça acerca das suas reservas de ouro (repatriamento, reservas mínimas de 20% e proibição de vendas de ouro por parte do banco central suíço).
A Holanda procedeu, recentemente e em segredo, ao repatriamento das suas reservas de ouro que estavam em Nova Iorque.
A Holanda e a Alemanha tinham planos preparados para regressar a um padrão-ouro caso o euro caísse em 2012 (aqui e aqui). A preparação ocorria enquanto altos dirigentes diziam que a crise tinha passado... pois! Caso para dizer: cada um vai-se preparando e mantém essa preparação em segredo.
A novela continua. Acredita quem quiser.

3 comentários:

Anónimo disse...

Ainda ontem mais uma vez num programa de tv o dr.João Ferreira do Amaral veio defender a saída do euro para que os político pudessem emitir moeda.
Quanto a mim a decisão mais democrática seria a coexistência das duas moedas o escudo e euro ( com taxa de conversão livre) em que o estado se obrigava a aceitar qualquer uma delas no relacionamento com o contribuinte.
Nestas circunstancias cada pessoa usava a moeda que lhe inspirasse mais confiança. Só que não sei se este modelo seria possível, mas caso fosse , seria o desejável, pois cada pessoa podia escolher livremente a moeda mais sólida impondo assim um travão á emissão descontrolada de dinheiro e desvalorização.


cumps.

Rui Silva

LV disse...

Caro Rui Silva,

A ideia que experimenta no seu comentário seria uma solução a meio da estrada, se me permite a expressão.
Concordo, em absoluto, com a ideia de poder escolher o meio monetário a usar, mas porquê a existência de apenas duas alternativas? Porquê não deixar à livre iniciativa dos indíviduos e dos mercados (ambos necessitam de mais liberdade, apesar do que deles se diz) escolher com querem conduzir os seus negócios?
A questão é, como bem indica, o pagamento de impostos. É aí, precisamente, que está o nó destas questões. A discussão da liberdade acaba por chegar à problematica da imposição, pela força e em nome de uma qualquer necessidade proteccionista, do uso de um único meio monetário. E essa imposição (de muito longa história) trouxe-nos até aqui.
Repare que, numa situação em que o estado cresce (e vai crescer mais para poder taxar mais para pagar a dívida e os juros a ela associados), a hipótese de (apenas), a hipótese das duas moedas legais traria, a prazo, o afastamento daquela que seria a pior delas. E quer apostar que, caso fosse o mercado a fazer essa rejeição, o estado rapidamente tiraria benefício disso? Usurpando aquela a favorita, digamos?
Em bom rigor, a problemática da moeda está associada ao monopólio imposto pelo estado para se poder alimentar (através de impostos). Por isso é um problema de poder, de força. E de Liberdade. Por isso entendo, igualmente, o contributo de João F.Amaral como uma medida que fica a meio da estrada. Talvez fosse pior do que a que defende o Rui, mas o fianl não seria diferente.

Permita-me deixar uma citação. Encontrei num artigo de Jeffrey Tucker uma citação de Mises que enquadra esta nossa análise. Ora veja:

"The middle-of-the-road policy is not an economic system that can last. It is a method for the realization of socialism by installments." Ludwig von Mises

Saudações,
LV

Anónimo disse...

Compreendo o argumento e sou tentado a concordar, no entanto a minha hipótese assumia "um" euro a ser emitido apenas pelo BCE ( impedindo a apropriação, cá pela "nossa malta" ) , e desde que os fundamentos do BCE se mantivessem fieis á tradição do antigo Bundesbank.

cumps

Rui Silva