«[Cavaco Silva] aparentemente gostaria que a abolição dos subsídios de férias e de Natal se estendesse ao sector privado. Embora não surpreenda que um dos fundadores do lendário "monstro" apareça a defender a respectiva criação, é deprimente ver um presidente da República propor uma alternativa ao desastre que apenas garantiria a antecipação do desastre. Ou um ex-presidente, o dr. Soares, a subscrever os palpites do actual sob o argumento de que o Governo "corta em tudo o que pode cortar e não pensa nas pessoas".
O problema, por acaso, é justamente o facto de o Governo não cortar em tudo o que podia, e devia, cortar. O problema é o Governo pensar demasiado nas pessoas, quer enquanto fonte de impostos, quer enquanto beneficiárias abúlicas da redistribuição dos ditos. O problema é a sucessão de "estadistas" cuja generosidade missionária e rematada estupidez conduziu o país à desgraça vigente. O problema é um país que estrebucha contra o fim do Estado "social" quando cada "nova" decisão política desesperadamente alimenta o Estado "social" que torna o país inviável. Muitos problemas? Não há problema: a solução é sempre a mesma ou, como profetizava um economista em voga, a longo prazo estaremos todos mortos - e a curto Portugal também.»
domingo, 23 de outubro de 2011
O neoliberalismo que se confunde com o socialismo velho
é o título da crónica de Alberto Gonçalves, hoje, no DN. Um excerto (meus realces):
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