Há para aí uma gente que não faz outra coisa que clamar contra a falta de "estatura"(*) dos políticos europeus. Fariam melhor se estudassem um pouco de História, como Vasco Pulido Valente, por uma vez suavemente, (n)os aconselha:
«(...) A nossa herança, a herança da Europa, é uma herança nacionalista.
E não há maneira de a pôr de parte por razões de lógica económica e financeira. Não por causa de um recrudescimento emocional e passageiro do nacionalismo, trazido pela última crise. O nacionalismo sempre lá esteve. Por baixo da "comunidade" e da "união" sempre esteve a "Europe des Patries" do general de Gaulle. Uma "governança" comum, como agora barbaramente os comentaristas se referem à coisa, seria insuportável e, portanto, utópica. As pessoas esquecem que durante uma eternidade os povos da Europa mutuamente se invadiram, se mataram, se estirparam e, em geral, se tentaram remover da face da terra. Estas coisas não desaparecem por conveniência de uma dúzia de burocratas. Ficam. Se o federalismo for a única salvação, não será salvação alguma.»
Vasco Pulido Valente, Público, 30-10-2011
(*) - A propósito da "estatura", recordo-me bem dos desagradáveis epítetos que especialmente os socialistas europeus dirigiram contra Helmut Kohl, personalidade que agora incensam.
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